Ontem tivemos o anúncio da decisão da política monetária do FED – Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos). Portanto, traremos um pouco da história da autoridade monetária do país.
O Federal Reserve foi criado em 1913, após o presidente da Comissão de Finanças (1898 – 1911) e especialista em economia e finanças, Nelson Aldrich, questionar o sistema financeiro em voga, após voltar da Europa e ver o funcionamento do Banco Central da Alemanha. A partir daí, o também senador acreditou que a organização do sistema financeiro com um banco central seria melhor para o funcionamento do mercado financeiro.
Apesar de encontrar certa resistência, em 1912 com o êxito dos democratas na Casa Branca e no Congresso, Woodrow Wilson acreditou nas ideias Aldrich, porém com algumas modificações. Tal pensamento foi a base para Federal Reserve Act ser entregue pelo senador Robert Owen e aprovada pelo Congresso em 23 de dezembro de 1913.
A organização do FED é diferente de outros bancos centrais, no Brasil, por exemplo, temos apenas pelo presidente e demais diretorias, já o americano possui diretorias regionais juntamente com o presidente, atualmente Jerome Powell.
Além disso, vale destacar a independência do FED em relação ao governo americano e às outras instituições políticas do país garantindo liberdade para sua tomada de política.
Como outros banco centrais do mundo, o FED tem como função conduzir a política monetária e cambial, fiscalizar os bancos centrais de cada distrito, garantir a estabilidade do mercado, gerir o sistema de pagamentos, regular e supervisionar instituições financeiras e promover o desenvolvimento sustentável da economia. Para tanto, o FED define a taxa de juros básica dos Estados Unidos, controla a quantidade de moeda em circulação e faz a compra e venda de títulos.
Como os Estados Unidos é maior economia do mundo e o mercado financeiro é internacionalizado, isto é, com livre mobilidade de capitais. As decisões tomadas pela instituição impactam as bolsas em todo mundo e, por isso, o mercado presta tanta atenção em dias de decisões do FED.
Por exemplo, um aperto da política monetária faz com que o rendimento dos títulos do governo americano, o título mais seguro, subam. Assim, ocorre o fenômeno chamado “fly to quality”, isto é, ativos mais seguros e com aumento de retorno. Mesmo que os mercados mais arriscados tenham maior potencial de retorno, um ativo sem risco com alta de rendimentos se torna uma alternativa interessante.
Atualmente, esse é o movimento esperado do mercado e que vem impactando as bolsas nessa semana. Com o objetivo de estabilizar os preços, dado que a inflação ao consumidor e ao produtor estão em níveis históricos no país.
A decisão da autoridade monetária ficou dentro do que maior parte do mercado esperava. A autoridade monetária informou que irá dobrar a retirada de estímulos a economia e sinalizou três altas de juros em 2022 e mais três em 2023.
O tapering, isto é, a redução do programa de compra de títulos dobrará de intensidade, saindo de US$ 15 bilhões para US$ 30 bilhões, retirando liquidez do mercado.
A notícia foi bem recebida pelo mercado, com o diretor da instituição apontando os sinais significativos da melhora da economia americana e se mostrando dispostos a elevar os juros ao passo em que a inflação avançar. Além de passar credibilidade ao mercado e diminuir as incertezas quanto ao posicionamento do FED.
Todavia, essa retirada de liquidez, ao longo do tempo, pode afetar mercados mais arriscados, gerando uma fuga de capitais para mercados mais seguros.