Após a euforia com as eleições americanas e com as notícias positivas em torno dos avanços da vacina, os mercados tiveram mais cautela nessa terça-feira (17). A maioria das principais bolsas fecharam em queda, pois os investidores voltaram a considerar os riscos advindos do avanço da pandemia no ocidente.
Levando em conta tais riscos, a maioria das bolsas europeias fecharam com desvalorização. Juntamente com o avanço do coronavírus no continente, o bloqueio de Hungria e Polônia na adoção do orçamento e do fundo de recuperação proposto por Angela Merkel e Emmanuel Macron também contribuíram para o mal-estar no continente.
Milão e Paris, foram as únicas praças que tiveram alta, com ganhos de 0,55% e 0,21% respectivamente. Frankfurt, ficou próxima da estabilidade desvalorizando-se em 0,04%. Madri, caiu 0,65% e Londres recuou 0,87%.
O comportamento do dólar contribuiu para a queda nas commodities, mediante a queda do apetite pelo risco fez os agentes buscarem o dólar. Assim, o ouro fechou com queda de 0,48% a US$ 1.885,10 a onça-troy.
Os contratos de petróleo fecharam sem direção única. O Comitê de Monitoramento Ministerial Conjunto, após a OPEP+ anunciar continuidade na redução da produção até o final de 2020, não deixou claro se os cortes se sucedem até 2021.
O WTI com entrega prevista para dezembro teve alta de 0,22% a US$ 41,43 e o Brent negociado para janeiro teve retração de 0,16%, a US$ 43,75.
Nos Estados Unidos, mediante ao avanço do coronavírus e diminuição da euforia em torno das eleições americanas e das notícias positivas divulgadas pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna, os investidores realizaram os lucros das outras semanas
O Dow Jones, perdeu 0,56% e o S&P 500 caiu 0,48%. A Nasdaq, teve retração de 0,21%.
Se opondo às bolsas do hemisfério norte, o principal índice de B3 fechou a terça-feira (17) em alta. Os agentes deram um voto de confiança ao governo no que diz respeito ao compromisso com a responsabilidade fiscal. Tal melhora de perspectiva pôde ser vista com a queda na taxa de juros negociadas para janeiro de 2027, a 7,42%.
O Ibovespa teve alta de 0,77% a 107.248,63. O dólar teve queda de 1,97% a R$ 5,33.
Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única. Mesmo que os países do continente tivessem bom desempenho no combate ao coronavírus, o avanço do vírus no hemisfério norte ainda gera temores na região e a aproximação do inverno já foi o suficiente para aumentar a cautela dos agentes.
Na China continental, o Xangai composto subiu a 0,22% e o Shenzhen teve queda de 0,34%. Nas ilhas semiautônomas, Hong Kong teve alta de 0,49%.
Em Tóquio, após Kuroda informar que o Banco do Japão continuará a comprar fundos de companhias, o Nikkei teve queda de 1,10%. Na Coreia do Sul, o Kospi, ganhou 0,26%.
Para hoje (18/11):
Na Europa, após um dia de relativo mau-humor, os mercados operam em alta, aguardando novos resultados sobre vacinas. Além disso, apesar do avanço nas drogas contra o a COVID-19 Lagarde anunciou que BCE continuará a se utilizar de políticas de estímulo para ajudar a economia em meio à crise.
Os futuros nos Estados Unidos, também operam em alta. A notícia que mais uma vacina Coronavac, tem forte eficácia de 97%, contribui para o avanço do mercado, principalmente de companhias ligadas à reabertura da economia.
No Brasil, haverá a monitoramento da retomada da votação no Congresso após as eleições que ocorrem domingo. O Banco Central realizará rolagem de swap cambial a partir das 11:30, tirando a pressão do dólar. Outro destaque importante é a notícia de eficácia de 97% da vacina CoronaVac, o que pode fazer com que as bolsa tenha ganhos, principalmente em companhias ligadas à reabertura.
Europa: Dados de inflação da Europa e do Reino Unido
A agência Eurostat divulgará os números da inflação para a Zona do Euro referente ao mês de outubro. Esse é um indicador muito esperado pelo mercado, dado o temor dos formuladores de política econômica com uma deflação na Europa. Na segunda-feira (16), Mersh, membro do BCE informou que vê riscos para a prática de taxas de juros negativas. Como as taxas para o bloco econômico já são nulas, a depender do comportamento da inflação, a autoridade monetária poderá tomar mais medidas para garantir a liquidez do sistema financeiro e impulso à demanda agregada.
O IPC com todos os bens teve permaneceu em 0,3% ao ano. Ao mês, o indicador também ficou estável, em 0,2%.
Para o núcleo do indicador, isto é, excluindo alimentação e de energia, os números também não mudaram, registrando 0,2% ao ano e 0,1% ao mês, dentro das expectativas dos agentes.
Lagarde e demais membros do BCE falarão no encontro sobre as perspectivas de política não monetária em Frankfurt, podendo discutir, inclusive as questões relacionadas ao à inflação.
No Reino Unido, também serão divulgados os números da variação dos preços. O Office for National Statistics publicará os números da inflação de outubro. As projeções do mercado giravam em torno de 0,6% ao ano e de queda de 0,1% ao mês. Os dados divulgados pela agência foram de 0,7% ao ano e de 0,0% ao mês, mostrando leve avanço e superando as expectativas do mercado.
O cuidado com a deflação, apesar de ter números um pouco melhores em relação aos vizinhos da Zona do Euro, a situação é parecida, pois o avanço da COVID-19 continua a ser um fator de risco para a sustentação da demanda agregada.
EUA: Construção civil, estoques de petróleo e membros do FOMC
Nos Estados Unidos, a associação de corretores americanos, disponibilizará os números de licenças para construção de novas casas para o mês de outubro. Apesar dos agentes projetarem avanço nas construções, a alta das novas licenças é baixa, com expectativa de aumento de aproximadamente 1%, chegando a 1,560 milhões de novas licenças. Para a construção de novas casas, as perspectivas são um pouco melhores, avançando em 3,18% chegando em 1,460 milhões de novas casas. Apesar do aumento, as perspectivas dos agentes são impactadas pelo avanço da pandemia no país.
Quanto ao petróleo, espera-se avanço de 1,950 milhões de barris, após avanço de 4,278 milhões na semana imediatamente anterior. Apesar da notícia positivo quanto às vacinas, ainda há perspectiva negativa quanto à retomada da economia, levando que os produtores possam diminuir a produção. Inclusive, a OPEP+ na segunda-feira (16), informou que seus membros concordaram em reduzir a produção, sendo um sinal de desafios para o setor. Além disso, Willians e Bullard farão anúncios, ajudando o mercado a criar suas expectativas em relação á condução da política monetária.
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