Como vem ocorrendo nos últimos meses, as sextas-feiras são dias de queda na maioria dos mercados, uma vez que muitos players evitam ficar posicionados durante o final de semana, por conta da forte volatilidade dos mercados.
Não obstante, as altas nos preços do petróleo, proveniente de uma possível solução entre os membros da OPEP+ e o corte na produção por parte dos sauditas elevou os preços. Os mercados financeiros internacionais derreteram com dados ruins referentes ao nível de empregabilidade, atividade econômica e o avanço do covid-19, levando as bolsas americanas abaixo.
O Dow Jones fechou com queda de 1,69%. S&P 500 com queda de 1,51% e a Nasdaq teve retração de 1,53%. O VIX, indicador de volatilidade referente ao S&P 500 alcançou o patamar de 46,80%, com queda de 8,07%.
Os mercados de petróleo, devido melhora das expectativas em relação às tensões entre russos e sauditas, registrou alta. O petróleo WTI fechou a sessão cotado a US$ US$ 28,34 e o Brent a US$ 34,11, com aumento de 11,92% e 13,92% respectivamente.
O principal índice da B3, o Ibovespa, devido fuga de ativos de risco e o fechamento de posições, também teve retração.
A instabilidade política, as dúvidas em relação aos próximos passos do governo sobre o coronavírus e a lentidão da articulação para a disponibilização de recursos de alívio econômico, contribuíram para o desempenho negativo das ações brasileiras. Assim, o Ibovespa terminou o pregão desta sexta com perda de 3,76%, aos 69.537.
O dólar, por conta da fuga de capitais, teve alta de 1,14%, fechando a sessão cotado a R$ 5,32.
Os índices das bolsas europeias, em sua maioria, também encerraram a semana passada em queda. Os dados negativos referentes ao mercado de trabalho americano e os PMI’s a registrarem os seus piores patamares, tanto para Zona do Euro, quanto para o Reino Unido. Trazendo dessa forma, desânimo para os mercados no velho continente.
Tendo em vista tal cenário, Milão liderou as quedas de sexta-feira na Europa com perdas de 2,67%. Paris, derreteu 1,57%. Londres, teve perdas de 1,18%. Frankfurt, teve perda sensível de 0,47% e Madrid ficou quase no zero-a-zero, com ganho de 0,11%.
Durante o final de semana, os futuros das ações dos EUA subiram mediante os anúncios de Trump, de que há estabilização do novo coronavírus, com Mike Pence observando possível progresso no que diz respeito aos dados referentes à pandemia.
No Brasil, será divulgado o Relatório Focus, imprimindo as expectativas dos analistas de mercado em relação à situação econômica do país, que não são positivas. Pois, o avanço do coronavírus exige medidas de aumento de gastos e o isolamento social, gerando queda de postos de trabalho e consequentemente na renda.
A desaceleração econômica, por sua vez, gera queda nos níveis de preços. Assim, o índice de inflação IGP-DI, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, pode apresentar números deflacionários. Após o indicador chegar próximo a zero em fevereiro (0,01%), o mercado espera retração de -0,09%.
Indiretamente, a Anfavea divulgará dados da indústria nacional, tendo em vista que o mercado automobilístico possui muitas sinergias com outras indústrias.
Assim, os dados de vendas e produção de veículos devem registrar quedas para o mês de março, tendo em vista a baixa na renda por conta do aumento do desemprego, fazendo com que a demanda por bens industriais de consumo tenha retração.
Após semanas de agenda cheia, hoje (06), terá apenas um dado importante no que diz respeito à conjuntura econômica americana.
O Conforence Board divulgará o índice de tendência de emprego referente ao mês de março. O indicador engloba outros 8 índices agregados, para buscar explicar o rumo do mercado de trabalho americano sendo eles: Pesquisa de Confiança do Consumidor, pedidos iniciais de seguro desemprego, porcentagem de empresas com ou sem possibilidade de preencher vagas, número de empregados contratados pela indústria de ajuda temporária, produção real e vendas no comércio, entre outros menos divulgados.
Na Alemanha, principal economia do continente, será divulgado o indicador de encomendas à indústria, evidenciando o comportamento da demanda por bens industriais para o mês de fevereiro.
Apesar do pico da doença nos países europeus também ter se dado ao fim de fevereiro e meados de março, a expectativa dos agentes é de que as encomendas por bens produzidos pela indústria tenha desaceleração no mês em 2,4%.
O indicador, em janeiro, apesar do fraco desempenho da economia alemã anterior à explosão do covid-19, registrara elevação acima do esperado, surpreendendo em 5,5%. Todavia, a situação é muito mais delicada, o que pode confirmar a expectativa dos analistas de mercado.
Para a Zona do Euro, o instituto alemão Sentix, divulgará o índice de confiança dos investidores do bloco econômico em relação à atividade econômica.
Além disso, a retração econômica e as políticas de contenção do covid-19, fazem com que a perspectiva desses agentes para o mês de abril tenha nova queda.
Na última observação, com retração maior que a esperada em -17,1, os agentes esperam que a atividade econômica tenha forte retração, alcançando o patamar de -30,3.