Os mercados fecharam o dia sem direção única. Apesar da recuperação nos preços do petróleo por conta das ameaças de Trump ao Irã e os pedidos por seguro desemprego, as informações de que o antiviral remdesivir, produzido pela empresa Gilead Sciences não teria resultados satisfatórios, gerou conturbações no mundo.
Contudo, o relatório divulgado pela OMS foi publicado acidentalmente. A informação levou mau humor para as bolsas, mas um cientista envolvido na formulação do remédio e a empresa foram, a público dizendo que tais resultados divulgados não eram conclusivos, o que fez a desaceleração diminuir.
Tendo em vista o cenário conturbado, o Dow Jones teve elevação próximo do zero a zero, em 0,17%. O S&P 500 e a Nasdaq tiveram queda de 0,05% e 0,01%, respectivamente. Apesar das instabilidades do dia, o VIX fechou em queda de 1,43%, alcançando os 41,38 pontos.
O petróleo continuou a se recuperar com as ameaças de Trump ao Irã, caso os navios americanos sejam incomodados na região. As expectativas em relação a novos cortes na oferta de petróleo elevaram os preços da commodity, com destaque para o WTI, com ganhos de 19,74%, fechando com o barril negociado a US$ 16,50. O petróleo Brent, também teve ganhos, a elevação foi de 4,71%, com o barril cotado a US$ 21,33.
No Brasil, a instabilidade política fez a bolsa devolver os ganhos do da primeira parte do dia, quando o mercado estava sendo puxado pelos preços do petróleo.
As informações de uma possível demissão do ministro Sérgio Moro fizeram com que o mercado viesse abaixo. No entanto, a notícia não era precisa. Mas, a mudança por conta da troca do líder da Polícia Federal trouxe instabilidade para o governo.
Ainda no plano político, a proposta do plano de recuperação anunciado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, em descompasso com o plano econômico do ministério da economia liderado por Paulo Guedes, também trouxe desânimo aos mercados. Assim, o Ibovespa fechou o dia com retração de 1,26%, perdendo os 80.000 pontos, em 79.673,30.
Na Europa, ademais os dados do PMI apresentarem quedas expressivas, mostrando cenário de forte retração na atividade econômica, os mercados no velho continente fecharam em alta.
A recuperação nos preços do petróleo iniciada ontem ajudara na recuperação das bolsas europeias. Além do desempenho nos preços da commodity, a reunião do BCE (Banco Central Europeu) propôs a autoridade monetária a flexibilizar a classificação de risco para a compra dos bancos da Zona do Euro, para usarem títulos de países com situação econômica e financeira mais sensível, como garantia de crédito. Ainda por parte dos formuladores de política, foram anunciados pacotes de ajuda à países contra os impactos advindos do covid-19.
A fala de Lagarde sobre retração de até 15% na economia europeia e os dados do PMI já estavam precificados por parte dos investidores.
Dado o cenário acima, apesar de próximos da estabilidade, as bolsas europeias fecharam a sessão lideradas por Milão, com elevação de 1,47%. Londres se elevou em 0,97%. Frankfurt teve ganhos de 0,95%. Paris e Madrid, encerraram a sessão com aumento de 0,89% e 0,40%, respectivamente.
EUA: Demanda por bens duráveis, petróleo e expectativas dos agentes
Hoje (24), após um dia de dados fracos no que se refere aos dados do PMI e vendas de novas casas para os Estados Unidos, serão divulgados novos dados que mostram os rumos da atividade econômica e produção petroleira.
O Census Bureau divulgará a variação dos pedidos por bens duráveis na economia americana para o mês de março, tal como o núcleo do indicador.
O indicador reflete a demanda do setor industrial, tendo em vista que os bens duráveis se referem à produtos com mais de 3 anos de vida útil. Assim, o dado também reflete o quanto de investimento produtivo estão sendo feitos na economia.
As perspectivas do mercado são de quedas, tendo em vista a forte retração econômica advinda dos avanços do covid-19 ao longo do mês. Mesmo com a abertura gradual da economia, seguindo o relatório da IHS Markit, os custos advindos da crise atual geram preocupações para a retomada econômica.
Dessa forma, o mercado espera que os pedidos por bens duráveis tenham queda de 5,8% e o núcleo dos pedidos, isto é, excluindo o setor de transportes por conta de sua volatilidade, sendo assim, um indicador mais robusto, tenha retração de 11,9%.
No que diz respeito às expectativas dos agentes, a Universidade de Michigan divulgará os indicadores de confiança do consumidor e o índice de percepção referentes ao mês de abril.
Os indicadores referentes ao consumo são importantes, pois é uma das principais variáveis impulsionadoras do crescimento econômico dos Estados Unidos. Com a elevação do desemprego, apesar das políticas de estímulo à economia por parte do governo americano, a renda dos agentes tende a cair e, assim, tanto a percepção em relação ao cenário quanto as expectativas de consumo por parte dos consumidores, segundo o mercado, devem ter quedas.
A esperança dos agentes é de que o indicador de percepção deve ter queda de 4,23%, saindo de 71 para 68 pontos. O indicador de confiança pode ter retração de 12,17%, saindo de 79,7 para 70 pontos.
Quanto aos dados de petróleo, a empresa Baker Hughes divulgará o relatório de contagem de sonda, a representar o número de plataformas ativas operando nos Estados Unidos.
Considerando os desequilíbrios de oferta e demanda, chegando a levar o colapso dos preços da commodity no começo da semana, a tendência é de que sejam registradas novas quedas no número de sondas.
Europa: Expectativas dos agentes na Alemanha
Após novas quedas nos dados do PMI e no indicador de situação atual, expectativas e clima de negócios do consumidor alemão, o instituto de pesquisas IFO publicará dados referentes às expectativas dos agentes para a principal economia da Zona do Euro.
O instituto divulgará o indicador de expectativas de negócios e de avaliação de situação atual para abril. Em ambos os indicadores, os quais são subitens do índice de clima de negócios, a perspectiva é de retração, por parte do mercado levando em consideração a forte retração econômica no país e no mundo.
Assim, a esperança é de que as expectativas de negócios computem nível de 75 contra 79,7 pontos em março e, quanto à avaliação da situação atual, a projeção é de 80, contra 86,1 pontos computados na observação imediatamente anterior.
Tendo em vista queda prevista nos seus subitens, o indicador IFO também deve mostrar retração. O indicador, sendo mais robusto e mais amplo, mostra com mais clareza as expectativas dos agentes quanto ao ambiente de negócios. Apesar das expectativas positivas por parte do mercado financeiro no tocante à abertura gradual da economia, os gestores de empresas do setor produtivo acreditam em deterioração do cenário.
Desse modo, a esperança é de retração para o indicador em 7,08%, saindo de 86,1 em março e alcançando 80 pontos em abril.
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