Ontem (14), a maioria dos mercados em todo mundo fecharam em alta, mediante aos sinais de arrefecimento do avanço do covid-19, em vários países e dados considerados melhores que o esperado das contas externas da China.
Todavia, é preciso levar em consideração que os dados chineses não são de toda robustez, uma vez que o desempenho da China depende fortemente da performance do restante do mundo.
Quanto à reunião do Fundo Monetário Internacional, de acordo com perspectivas do órgão supranacional, as economias avançadas devem ter retração de 6,1%. Os Estados Unidos devem ter retração econômica de 5,9%, a Zona do Euro deve ter retrocesso de 7,5%, o Reino Unido terá retração de 6,5% e o Japão retrocederá de 5,2%. Para as economias emergentes, A China deve ter crescimento de 1,2% e a Índia de 1,9%, a Rússia deve ter contração de 5,5% e o Brasil, deve retroceder 5,3%. Ademais, os dados sobre a queda nas economias não foram uma surpresa para os agentes, tendo em vista que tais resultados já eram previstos.
Assim, impulsionadas por esperanças em relação ao novo Coronavírus e bons resultados dos balanços nos Estados Unidos, as bolsas americanas fecharam em alta, sendo lideradas pela Nasdaq, com elevação de 3,95%. O S&P 500 teve elevação de 3,06% e o Dow Jones se elevou em 2,39%.
Com a diminuição da volatilidade na bolsa americana, o VIX teve retração de 8,28%, alcançando 37,76 pontos, saindo do patamar de 40 pontos.
O mercado de petróleo registrou queda, a demonstrar que não obstante ao acordo entre os membros da OPEP+, os investidores consideraram que os agentes ainda acreditam nos desequilíbrios no mercado da commodity. Assim, o petróleo Brent teve queda acentuada, em 6,74%, fechando a sessão cotado a US$ 29,60 e o petróleo WTI teve retração ainda mais profunda, com perdas de 10,26%, fechando o dia em US$ 20,11.
Na Europa, após o feriado o dia foi de alta para a maioria dos mercados, como já foi dito, os dados da China juntamente com o declínio na curva de contaminação em boa parte dos países, contribuíram para o resultado positivo em boa parte do velho continente.
Deste modo, Frankfurt teve elevação de 1,25%, com o melhor desempenho no velho continente. Madrid, com ganhos de 0,54% e Paris, a subir em 0,38%. Dentre as quedas, Londres e Milão tiveram perdas de 0,88% e ,36%, respectivamente.
No Brasil, ademais os desencontros políticos, os dados da China e o mercado americano puxaram o desempenho dos ativos nacionais, trazendo ânimo e apetite pelo risco por parte dos agentes. Assim, a aprovação da PEC de gastos na madrugada de ontem (14), sem os vetos necessários para o aumento do endividamento dos governos estaduais e municipais, não teve efeitos.
O Ibovespa teve elevação de 1,37%, alcançando os 79.918,36 pontos. O dólar, com a queda no risco e demanda por ativos brasileiros, devido ao apetite pelo risco, teve queda de 0,71%, alcançando R$ 5,1636.
EUA: vendas, indústria, setor imobiliário, petróleo e Livro Bege
Hoje (15), a agenda americana está cheia de indicadores de conjuntura econômica, a evidenciar os impactos do covid-19 na economia americana durante o mês de março.
Quanto ao mercado imobiliário, serão indicados os pedidos por financiamento de hipotecas, a evolução dos pedidos de hipotecas e o índice do mercado hipotecário.
As expectativas são de queda para os indicadores, tendo em vista que os agentes, mediante a uma situação de queda na renda, evitarão se comprometer com os gastos que podem comprometer a renda.
As vendas do varejo, no comparativo mensal, têm projeção de queda forte por parte do mercado, saindo da queda de 0,5% em fevereiro para retração de 8,0% em março. Quando é considerado o núcleo, isto é, a venda do setor varejista excluindo automóveis, o índice deve sair de uma retração de 0,4% para queda mais profunda de 4,8%.
Além dos indicadores de vendas, o Census Bureau também divulgará um indicador de projeção do varejo, o qual deve sair de 0,4% no mês passado para queda de 2,0%, segundo as expectativas do mercado.
A indústria, também deve sofrer com a queda na demanda. O FED de Nova York divulgará os dados de atividade industrial levando em consideração os 200 fabricantes do estado. Após a queda de 21,50 pontos em março para abril, a expectativa é de retração de 35 pontos. A Produção Industrial Anual divulgada pelo FED tem previsão tem de crescimento de 0,1% para março, mediante elevação de 0,04% em fevereiro. Todavia, o resultado é muito fraco.
Na perspectiva mensal, o impacto da crise é fortemente sentido, tendo em vista que em fevereiro a indústria subiu 0,6% e o mercado possui expectativa de retração de 4,0%. As vendas, por sua vez, a evidenciar o lado da demanda, segundo o mercado, deve ter queda de 3,2%, mediante aumento de 0,1% em fevereiro.
O EIA (Energy Information Administration) divulgará os dados do mercado de petróleo. Os estoques de petróleo bruto, após 15,177 milhões de barris estocados divulgado na semana do dia 08/04 por conta da queda na demanda pela commodity. O mercado tem perspectiva de que os estoques alcancem 11,600 milhões de barris. Contudo, os cortes anunciados na produção após a reunião da OPEP+ e dos demais produtores como Estados Unidos, Canadá e Brasil, os estoques podem ter números menores nas próximas observações.
Quanto aos estoques de petróleo em Cushing, Oklahoma, a projeção é de que estoques acumulem 6,532 milhões de barris, o que pode impactar os preços do petróleo WTI. Todavia, o comportamento do indicador, por conta das reuniões e dos anúncios dos cortes, pode ter diminuição nas próximas observações.
O FED também divulgará o Livro Bege. O documento é importante pois descreve as condições econômicas das 12 regiões do país, tendo a capacidade de identificar as tendências da atividade econômica.
Brasil: expectativas de consumo
No Brasil, a Reuters/Ipsos divulgará as expectativas dos consumidores brasileiros. Após o Índice de Expectativa do Consumidor da FGV (ICC) divulgado ontem (14) em 22,1 pontos, as expectativas para os dados divulgados pela Reuters também são negativas.
Tendo em vista o aumento do desemprego, advindo das medidas de controle social contra o covid-19, faz com que o consumo das famílias diminua pressionando o índice para baixo.
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