Os mercados financeiros abriram o mês de abril negativamente. O receio vem de terras americanas, por conta do anúncio da Casa Branca que o número de mortos pelo covid-19 passa chegar a níveis alarmantes. Mediante o cenário árduo o presidente Donald Trump disse que as próximas semanas serão tão difíceis a ponto de usar a expressão “um inferno”.
Apesar disso, alguns dados de conjuntura econômica para os EUA, apesar de negativos, apresentaram desempenho acima do esperado.
O Dow Jones fechou a sessão com queda de 4,44%, liderando as baixas do dia. Nasdaq e S&P 500 perderam 4,41% cada um.
O mercado de petróleo, teve alívio com Vladimir Putin estar a discutir preços e produção de petróleo com Washington e parceiros da OPEP+, ademais os Sauditas estarem aumentando a produção da commodity.
Assim, o petróleo WTI encerrou o dia cotado em US$ 21,16.
Com as instabilidades advindas do covid-19, o mercado ficou mais receoso quanto aos ativos de risco, fazendo com que o VIX se elevasse em 6,57%, alcançando 57,06 pontos.
O Brasil, analogamente aos mercados internacionais, teve queda no seu principal índice. Todavia o indicador resistiu para que não perdesse o patamar dos 70.000 pontos.
Apesar do avanço do novo coronavírus, as informações das mediadas de manutenção do emprego, retirada de cursos do IOF e do PIS Pasep o anúncio das MP’s (Medidas Provisórias). O discurso mais ameno do presidente Jair Bolsonaro também acalmou um pouco os ânimos dentro da batalha política.
Assim, Ibovespa fechou o dia com perdas de 2,81%, com 70.966,70.
Apesar de ter segurado uma queda maior e as medidas anunciadas, ainda há pouca agilidade por parte do governo para liberar os recursos de alívio da economia. Isso se deve, em grande medida, pela falta de experiência e articulação para colocar as políticas por parte do governo, tendo em vista que governo foi aparelhado para lidar com situações enxugamento do governo. Não obstante às dificuldades, o governo precisa avançar mais rápido, segundo especialistas, para os impactos decorrentes da pandemia não sejam ainda piores.
O CDS, por conta do aumento do risco econômico atual, registrou alta de 19,98% a 331,093.
O Dólar, com os agentes desfazendo suas posições em mercados de risco, fechou cotado a R$ 5,2496 no dia, com elevação de 0,85%
Influenciadas pelas perspectivas do avanço do covid-19 nos EUA, devido ao anúncio de Washington dizendo que as mortes podem chegar a 240.000 mortes e pelo avanço de mortes em países da região, as bolsas do velho continente fecharam em baixa.
Apesar da avanço no controle no aumento do número de casos de coronavírus em alguns países europeus, o número de mortes continuam a alcançar recordes.
Do ponto de vista corporativo, o BOE (Banco Central da Inglaterra) e BCE informaram solicitaram que os bancos das respectivas regiões não distribuam seus lucros em forma de dividendos para os acionistas, com o objetivo de que as companhias do setor direcionem tais recursos para a ajuda no combate ao covid-19. Com isso, as ações do setor caíram no dia.
Os dados econômicos divulgados ontem (01), demonstraram o quanto a economia da região está fragilizada com o avanço da pandemia, com o PMI em níveis recessivos e abaixo do esperado. O PMI britânico também demonstrou resultado ruim, porém, acima das expectativas do mercado.
Dado cenário acima, Paris, com a França superando a China no número de mortes, liderou a queda nos mercados europeus, a registrar retração de 4,30%. Frankfurt, caiu 3,94%, Londres, escalou retração de 3,83%. Madrid, teve merdas de 3,04% e Milão, 2,97%.
EUA: Desemprego, balança comercial e indústria
Após dados melhores do que o esperado sobre os empregos do setor privado, divulgados pela ADP, com diminuição de 27 mil vagas contra a expectativa de 150 mil, o Departament of Labor divulgará o número de pedidos iniciais por seguro desemprego.
A medida é mais um indicador a sinalizar o comportamento do mercado de trabalho americano em meio ao agravamento do avanço do covid-19 no país e endurecimento das políticas do governo Trump.
Segundo o mercado, o indicador pode alcançar níveis elevados, com aumento 3,500 milhões na semana passada, mediante o nível, também elevado registrado na última observação. Todavia, os dados com piora menos abrupta anunciados ontem sobre o mercado de trabalho americano pode trazer uma notícia menos estarrecedora quanto ao mercado de trabalho americano. Contudo, mesmo com resultados superando positivamente as expectativas, situação ainda é desafiadora.
Ontem (01), o PMI industrial divulgados, também, pelo instituto ISM, foi 9,11% acima das expectativas do mercado, com o indicador alcançando 49,1 pontos contra a esperança de 45 pontos.
Hoje (02) o US Census Bureau as encomendas à indústria por bens duráveis e não duráveis mostrando englobando dos os bens industrializados.
Para o mercado, o indicador deve desempenhar sensível aumento, com avanço de 0,2% contra a queda 0,5% registrada no mês de janeiro.
Apesar do indicador não absorver os efeitos de março, pico da crise até então, ele já capta, indiretamente, o desempenho da demanda dos norte-americanos por bens industrializados, o qual, possivelmente, registrará piora ao longo do tempo, juntamente com o aprofundamento da crise. Tal perspectiva pode ser melhorada com as políticas realizadas por parte do governo americano.
Quanto à balança comercial, o Bureau of Economic Analysis divulgará dados referentes as contas externas americanas.
Tendo em vista que o consumo é uma das principais variáveis da economia americana, e isso inclui o consumo de bens importados, e tendo em vista que há desaceleração na renda de todos países, inclusive na renda americana, o mercado espera que o indicador tenha diminuição no déficit, saindo de US$ 45,60 Bilhões para o déficit de 40 Bilhões.
Isso ocorre porque as importações de um país dependem de sua renda. Apesar da diminuição do déficit que, intuitivamente, pode parecer um dado positivo ou indicação de melhora, na verdade evidencia que o país está mais pobre.
Europa: Indicadores de preços
Hoje (02), a agenda econômica para a Zona do Euro é razoavelmente vazia, apenas com dados de preços.
A divulgação do dia é por parte do instituto de estatísticas Eurostat. O indicador mede a variação dos preços pela perspectiva dos ofertantes.
Devido queda na atividade econômica do bloco, os produtores passam a demandar menos produtos para produzir e/ou vender e com isso, também há queda na demanda de serviços por parte dos mesmos.
Dado o cenário exposto acima, o mercado espera que, para fevereiro, o que indicador mensal tenha desaceleração de 0,2% e no ano, queda de 0,7%.
A expectativa do mercado, é condizente com os indicadores de ontem (01), quando o PMI divulgado pela Markit a registrar 44,5 pontos contra a expectativa de 44,7 pontos.
Brasil: Indicador de preços
A FIPE divulgará hoje (01), IPC-FIPE. A instituição calcula índice que mede a aceleração do poder de compra das famílias de São Paulo para quem ganha de 1 a 10 salários mínimos para o mês de março.
Como a atividade econômica brasileira vem caindo e a situação do covid-19 se agravou no país, a tendência é que a inflação caia. Todavia, a busca dos consumidores para fazer estoques durante o confinamento pode gerar leve alta no índice.
Levando em conta, a situação política do país e avanço do covid-19, os olhos do mercado estarão voltados para os anúncios vindos dos formuladores de política e a notícias do exterior.
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