Expectativas com balanços e cenário político

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As bolsas mundiais na sexta-feira passada (24), fecharam sem direção única. Enquanto os mercados americanos se mostravam animados com a recuperação nos preços do petróleo e as possíveis decisões do governo no que diz respeito à abertura da economia. Os estímulos econômicos as bolsas na Europa e no Brasil, seguiram caminhos totalmente diferentes, com os europeus realizando os ganhos de dois pregões seguidos e, no Brasil a política sendo protagonista para as perdas.

Como foi dito acima, as bolsas nos estados fecharam o dia em alta tendo em vista os ânimos em relação à gradual abertura da economia, a qual pode trazer uma recuperação da economia, conforme o esperado pela Casa Branca. Além disso, apesar dos dados ruins de conjuntura econômica divulgados ao longo da semana, os estímulos econômicos por parte do governo também trouxeram bons ares para as bolsas americanas.

Assim, a Nasdaq teve ganhos de 1,65%, liderando as bolsas no dia. O S&P 500 se elevou em 1,39% e o Dow Jones teve elevação de 1,11%. Com base na expectativas positivas dos agentes e da diminuição no nível da incerteza, o VIX registrou retração de 13,17%, alcançando os 35,93 pontos.

O petróleo, continuou a se recuperar, conforme nos demais dias. Contudo, de forma mais suave com o petróleo Brent com elevação de 0,52%, fechando a sessão cotado a US$ 21,44 e o petróleo WTI teve elevação 2,66%, cotado a US$ 16,94.

As bolsas na Europa, seguiram caminho um caminho diferente da América, mediante às incertezas quanto aos pacotes de estímulos à economia dos países da União Europeia e frustração quanto aos resultados de uma possível droga que poderia ajudar no combate ao covid-19.

A reunião do Banco Central Europeu teve pouco sucesso no que diz respeito aos estímulos aos países europeus no longo prazo, tendo em vista que não existe consenso entre os países do bloco quanto à questão.

Assim, as quedas foram mais acentuadas em Madrid, com desempenho de -1,97%. Frankfurt teve retração de 1,69%. Paris e Londres tiveram desempenho muito parecido, desempenhando -1,30 e -1,28% respectivamente. Por fim, Milão teve perdas de 0,89%.

No Brasil, a bolsa chegou muito perto do circuit breaker por conta do cenário político adverso. A saída de um dos principais ministro do governo Jair Bolsonaro, o ex-ministro Sérgio Moro.

Além disso, o problema também foi a forma como o ministro saiu de seu antigo cargo. O ex-juiz, em seu pronunciamento, fez acusações sérias ao presidente da república que dão margem até para um impeachment, aumentando ainda mais o risco em relação ao país, fazendo com que os investidores fiquem ainda mais avessos a aplicar em ativos internos.

Após o fechamento, o Presidente também foi a público, com um pronunciamento também contundente, com o governante se defendendo de seu ex-ministro com acusações.

Um processo de impedimento do governante tende a ser longo e, com a crise já instaurada advinda dos efeitos do covid-19 na economia, pode deteriorar ainda mais o cenário econômico e político do Brasil.

Assim, o principal índice da B3, o Ibovespa, teve queda de 5,45%, alcançando 75.330,61. O dólar, tendo em vista o cenário atual teve elevação de 1,02%. Sendo cotado a R$ 5,5915.

EUA: Índice de atividade empresarial

Hoje (27), será divulgado mais um indicador de atividade calculado pelo FED de Dallas. A unidade do banco central americano de Dallas publicará o Índice de Atividade das Empresas FED Dallas para o mês de abril.

Para o indicador são considerados os níveis de produção, emprego, encomendas e preços. Com isso, o dado é um balizador importante para entender os rumos da atividade para a região. O índice tende a ter retração, dado aos avanços do covid-19 e a deterioração da economia. Na última observação, o indicador saiu de 6,2 pontos e alcançou -70 pontos.

Brasil: expectativas dos mercados e consumo

No Brasil, como é de praxe, será divulgado o Relatório Focus informando as expectativas dos analistas de mercado referentes ao ano de 2020 e 2021.

Os analistas, assim como informado por muitos players e instituições como FMI (Fundo Monetário Internacional) nos últimos boletins, vem mostrando perspectiva de baixa para o PIB e inflação por conta da queda na atividade e das consequências das medidas tomadas para diminuir o avanço do vírus.

Além disso, o risco em relação ao país e os gastos realizados, geraram expectativas de elevação do câmbio e da dívida líquida do setor público em percentual do PIB.

Outro indicador que será divulgado é o indicador de expectativas do consumidor publicado pela FGV. Tendo em vista que o consumo é uma das importantes variáveis do PIB e também imprimem o as expectativas em relação à demanda por bens e serviços.

A tendência é que o indicador mostre queda, pelo fato do fechamento de postos de trabalho e diminuição da renda disponível dos agentes. Outro fator que será importante é a divulgação de balanços. Diferentemente dos balanços do quarto trimestre de 2019, os resultados referentes ao primeiro trimestre de 2020, já levam em consideração os efeitos do covid-19 para as empresas.

Calendário da semana:

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