Ontem (28), os mercados internacionais fecharam a sessão tomando rumos diferentes. Nos EUA, apesar do dia começar bem, os agentes ficaram receosos em relação ao aumento de pessoas infectadas pelo covid-19, chegando a 1 milhão, segundo relatório da Universidade Johns Hopkins, não obstante a aceleração ser menor do que o registrado anteriormente.
Ademais o número elevado citado acima, o estado de Nova York, um dos lugares mais afetados pela doença dentro do território americano, registrou declínio considerável na curva de novos casos, fazendo o governador Andrew Cuomo planejar os últimos pormenores para reabrir a economia americana.
Assim, com o receio dos investidores, as bolsas americanas fecharam em queda. A Nasdaq, liderou as perdas, em 1,40. O S&P 500 e o Dow Jones caíram sensivelmente, com retração de 0,52% e 0,13% respectivamente. Com o aumento da incerteza, o VIX acelerou levemente em 0,84%, atingindo 33,57 pontos.
Na Europa, o dia foi de ganhos. Os agentes estão esperançosos com a reabertura da economia americana e de países do continente. Após a Itália fazer seu planejamento para a abertura em 4 de maio, a França anunciou que também retomará suas atividades de forma gradual em 11 maio, além de países como Alemanha e Áustria já estarem a retomar suas atividades aos poucos.
Desse modo, Londres liderou as altas, com ganhos de 1,91%, seguida por Milão, desempenhado +1,71%. Madrid somou 1,55%. Paris e Frankfurt fecharam o dia com elevação de 1,43% e 1,27% respectivamente.
A bolsa brasileira também fechou em alta, com o cenário político trazendo calma para os investidores. O mercado ainda estava de bom humor após a confirmação de Paulo Guedes e uma perspectiva de política austera após à crise. Inclusive o Plano Pró-Brasil, segundo militares e o Centrão, tende a ser mais flexível caso seja aprovado, trazendo boas expectativas em relação ao alinhamento com o ministro da economia.
Dado ao cenário mais calmo, o Ibovespa fechou com ganhos de 3,93%, atingindo os 81.312,23 pontos. Com a diminuição do risco percebido, o dólar caiu sensivelmente. A moeda estrangeira teve retração de 0,05%, fechando o dia cotada a 5,4974.
O petróleo continuou em queda, com os desequilíbrios de oferta e demanda pela commodity. O comportamento dos preços do petróleo, conforme disse ontem (28), Alexander Novak, ministro de energia russo, tendem a continuar em níveis baixos, pois não há força pelo lado da demanda para equilibrar o mercado frente a quantidade de petróleo que fora despejada no mercado.
A referência WTI teve retração de 3,44%, fechando o dia cotado a US$ 12,34 e o petróleo do mar do norte, o Brent, teve retração de 1,43%, cotado a US$ 22,74.
EUA: PIB, preços, FED e petróleo
Hoje (29), mais uma vez, a agenda estará cheia de dados de conjuntura econômica dos Estados Unidos, com a prévia do PIB, indicadores de preço e estoques de petróleo, setor imobiliário e decisão do FED.
Quanto ao setor imobiliário, serão divulgados o Índice do Mercado Hipotecário, os Pedidos de Hipoteca e os Pedidos de Refinanciamento Hipotecário.
Devido à queda na renda dos agentes, apesar das expectativas positivas em relação à reabertura da economia americana, como o consumo de bens imobiliários faz com que a renda fique comprometida por um tempo relativamente extenso. Como o cenário é de incerteza e, como foi informado por Anthony Fauci, é possível uma segunda onda de covid-19 o que deixa as perspectivas econômicas ainda mais imprecisas.
Ainda quanto ao mercado hipotecário, o National Association of Realtors, publicará o Índice de Vendas Imobiliárias Pendentes para o mês de março, um dos principais indicadores para o mercado.
O indicador é projetado com base nos novos contratos feitos para a aquisição de casas, condomínios e cooperativas.
Com base no cenário exposto acima, os agentes acreditam em uma retração de 10% no indicador, contra elevação de 2,4% em fevereiro.
Assim, os indicadores referentes ao mercado hipotecário tendem a continuar em níveis baixos.
Quanto à prévia do primeiro trimestre do PIB americano, divulgado pelo Bureau of Economics Analysis, a expectativa é de retração.
Haja vista todos dados antecedentes referentes ao consumo, desemprego, atividade industrial e do setor de serviços, o mercado espera que o indicador tenha resultado negativo. O indicador considera o último trimestre (o primeiro de 2020) e os três anteriores. Com o indicador, será possível ter uma concepção mais factível de como a economia americana absorveu os impactos decorrentes do novo coronavírus.
Assim, as perspectivas do mercado quanto a prévia do PIB trimestral é de desaceleração de 4,0%, contra o crescimento 2,1% observado na última observação.
O Bureau of Economics Analysis também divulgará o Índice de Preços do PIB Trimestral.
O indicador mostra a variação dos preços dos preços de todos os bens e serviços incluídos no cálculo do PIB. O indicador é um importante guia para criar perspectivas para a inflação americana.
Por conta da queda na demanda por bens e serviços por parte dos americanos ocasionada pela diminuição na renda disponível, advinda da elevação no desemprego, os empresários não conseguem repassar os custos aos preços. Assim, a expectativa também é de retração para o indicador.
Os agentes possuem esperança de que os preços tenham aceleração de 1,2% contra 1,4% do trimestre anterior.
Quanto ao petróleo, os dados mais importantes que serão divulgados, são o Estoque de Petróleo Bruto os Estoques de Petróleo em Cushing, Oklahoma, ambos divulgados pela EIA (Energy Information Adminitration).
Tendo em vista que a demanda pela commodity depende de uma retomada econômica global, a qual ainda levará tempo para acontecer, e a quantidade de estoques de petróleo disponíveis na economia por conta da produção elevada em outrora. O que está sendo refletido nos preços do petróleo no mercado financeiro.
Assim, apesar da queda esperada nos estoques por parte do mercado, os níveis ainda são muito elevados, o que não gerará uma recuperação nos preços. O mercado espera 10,619 milhões de barris estocados e novos aumentos em Oklahoma.
Os agentes também ficarão de olho com a reunião do FOMC, a ditar os rumos da política monetária. Ao longo do dia de ontem (28), foi muito discutido a possibilidade do FED comprar ações de empresas, com o objetivo de aliviar ainda mais os impactos do covid-19 na economia americana.
Além disso, a autoridade monetária também decidirá no que diz respeito à política adotada em relação a taxa de juros. No entanto, espera-se que ela se mantenha no alvo de 0,25%.
Europa: Inflação e confiança dos agentes
Na Alemanha, a agência Destatis divulgará os dados de inflação dos produtos importados para o mês de março.
Como a renda do país vem caindo, a demanda por tais produtos também possui retração o que, por sua vez, gerará redução dos preços.
O mercado, ainda considerando os efeitos do covid-19 na economia, espera que a inflação de bens importados se retraia em 4% na observação anual e caia 2,5% para a análise mensal.
Ainda pensando em dados de inflação para a maior economia da Europa, o Federal Statistical Office Germany divulgará a prévia do IPC (índice de preços ao consumidor) para o mês de abril. Os agentes acreditam que na perspectiva mensal, o indicador ficará inalterado, com os preços variando em 0,1% e na análise mensal, espera-se aceleração mais suave quando comparado com o mês imediatamente anterior, saindo de 1,4% e podendo alcançar elevação de apenas 0,6%.
Para a Zona do Euro, a European Commission publicará os relatórios de confiança industrial, serviços e do consumidor, em relação ao mês de abril.
Não obstante a redução do avanço do covid-19 no país a ponto das autoridades de países fortemente afetados, como a Itália, estarem a planejar um calendário de reabertura para a economia, o mês de abril ainda foi desafiador.
Assim, as perspectiva do mercado é que ocorram quedas ainda mais profundas nos indicadores confiança industrial (-25,7 pontos), confiança do setor de serviços (-27 pontos) e, finalmente, o indicador focado na confiança do consumidor, espera-se uma queda igual à do anterior em -22,7 pontos.
Ainda, pela mesma instituição será publicado o indicador de confianças conjuntas do consumidor e do empresário, a dar uma dimensão interessante quanto ao desempenho da oferta e da demanda para o bloco econômico. A expectativa do mercado, é que indicador saia de 94,5 e alcance 74,7 pontos.
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