Evergrande afeta exterior e discussão fiscal polui as perspectivas internas

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Embora os dados de inflação na Europa tenham evidenciado alta, principalmente no Reino Unido e levando em conta a elevação de preços ao produtor que tiveram alta de 3,1% e 4,9% respectivamente em setembro perspectiva anual, os investidores referiram se atentar a temporada de balanços o que sustentou o apetite pelo risco dentro do continente. Adicionalmente, o FMI aumentou a sua previsão para o crescimento dos países europeus saindo de 4,9% para 5,2%.

Nos Estados Unidos, as bolsas também operavam majoritariamente em alta. As expectativas positivas em relação a alguns balanços que saíram após o pregão e os dados de empresas como a Nasdaq Inc. e outras companhias de tecnologia contribuíram para os avanços em Nova York. A Nasdaq, no entanto, teve queda com o avanço nos rendimentos das Treasuries que chegou a operar acima dos 1,60% em dia de divulgação do Livro Bege. O FED, por intermédio do documento, evidencia perspectiva de crescimento para o curto prazo, mas já comentou sobre a pressão inflacionária no país, o que elevou os rendimentos do título para 10 anos.

A bolsa brasileira fechou em alta. Apesar da permanência dos riscos inerentes às questões de cunho político e fiscal, o principal índice da B3 teve leve recuperação. As discussões em torno do aumento do auxílio emergencial afetaram fortemente as perspectivas em torno das contas públicas elevando a possibilidade de furo do teto de gastos.

Para hoje (21/10)

Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em queda devido aos problemas envolvendo a Evergrande devido à notícia de que a Hopsom Development desistiu de comprar 50,1% da filial de serviços imobiliários, a Evergrande Properties.

O minério de ferro em Singapura teve recuo de 0,28% cotado a US$ 122,85. Em Qingdao, a commodity metálica teve recuo de 5,75%, cotado a US$ 116,93.

Na Europa, as bolsas abrem em queda, devolvendo os ganhos da semana, sendo impactadas pelos problemas que envolvem a Evergrande. A queda no petróleo também afeta as bolsas do continente, em especial, as companhias do setor de energia. Internamente, foram divulgados dados do Reino Unido aquém do esperado.

Em Nova York, os futuros das bolsas operam também em queda, recebendo os impactos dos riscos sistemáticos envolvendo a Evergrande enquanto os investidores também observam os números de balanços e aguardam os pedidos semanais por seguro-desemprego.

No Brasil, os riscos fiscais se aprofundam. Ontem, após o pregão o Ministro da Cidadania, disse que o Auxílio Brasil será pago a partir de novembro, no valor de R$ 400 e, além disso, também houve anúncio de novo aumento no auxílio ampliando o risco percebido, como pode ser visto no EWZ, que cai 2,91% no pré-market. Assim, a questão do auxílio e a PEC dos precatórios continuarão no radar dos agentes.

O Bacen fará a oferta LTNs para os vencimentos de 2022, 2023 e 2025; NTN-Fs para 2027 e 2031 e LFTs para 2023 e 2027.

O Bacen ofertará até 15.000 contratos de swap para rolagem nesta 5ª feira a partir das 11:30.

Na agenda corporativa, ontem, após o pregão, a Petrobras (PETR4) divulgou o relatório da companhia que evidenciou queda de 4% na produção de petróleo no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado e avanço de 1,9% em relação ao segundo trimestre deste ano, somando ,269 milhões de barris por dia (bpd). O desempenho evidenciado pelo relatório de produção mostra o processo de desinvestimentos de campos que possuem menor produção e o crescimento menor na produção em ativos em terra e no pós-sal, o que já é esperado devido à maturação de tais ativos.

Os dados da companhia, apesar da queda em relação ao mesmo período do ano passado foram positivos, com destaques para a produção do pré-sal que passou a ter maior representatividade na produção da companhia, saindo de 61% para 71% e com as vendas de derivados subindo 10,6% em relação ao trimestre anterior.

Outro destaque foi a entrada da operação do FPSO Carioca em agosto no campo de Sépia e a produção do FPSO P-70, no campo de Atapu, compensando a performance mais fraca do Pós-sal.

A queda nos preços das commodities, em especial do minério de ferro e do petróleo, também tendem a impactar negativamente o mercado brasileiro na sessão de hoje.

Autor: Matheus Jaconeli

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