Eletrobras, BRMalls, Cielo e outras

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Esta semana começa com os investidores atentos aos balanços do segundo trimestre, mas também às notícias sobre o processo de privatização da Eletrobras, além de acompanhar a tramitação da reforma da Previdência e a renovada tensão comercial entre os EUA e a China que voltou a pesar nos mercados ao redor do mundo.

Segundo analistas, a operação de privatização da Eletrobras deve ser concretizada somente em 2020, por toda a sua complexidade. Mesmo assim, a companhia já se reúne com os bancos de investimento para definir o modelo. Hoje pela manhã, Klabin e Banco ABC Brasil anunciam seus resultados de abril a junho.

A esperada privatização da Eletrobras deve ocorrer em meados do ano que vem, na melhor das hipóteses, segundo estimativas de profissionais do mercado financeiro. Mesmo após o aval dado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para que se aprofundem os estudos sobre o processo de desestatização da elétrica, analistas que acompanham o setor indicam que levará pelo menos até o fim do ano para que um projeto de lei que dará as bases para a operação seja aprovado pelo Congresso Nacional. Somente a partir disso é que outros movimentos prévios à capitalização devem ser executados, o que leva a conclusão da oferta pública de ações para meados do primeiro semestre ou, mais provavelmente, para o segundo semestre de 2020, preveem os profissionais.

O modelo e estratégia para a capitalização da Eletrobras ainda não está definido, mas os bancos de investimento já começaram a se reunir com a companhia para fazer sugestões e dar ideias sobre formas de condução da operação, segundo apurou a Coluna do Broadcast. Na prática, a companhia mantém conversas com os bancos há praticamente dois anos, quando o assunto da privatização da elétrica começou a ser tratado, mas agora o tema ganhou tração. As provocações até aqui, contudo, não têm partido da companhia, o que é esperado para acontecer em breve.

A Eletrobras amortizou R$ 1,275 bilhão do saldo devedor dos Instrumentos de Assunção de Dívidas (IADs) assinados com a Petrobras, em 3 de dezembro de 2018, em decorrência da privatização das distribuidoras. O saldo devedor atualizado dos referidos IADs firmados com a Petrobras, após a amortização, é de R$ 9,56 bilhões.

O noticiário corporativo deverá andar ao lado das expectativas pela votação do segundo turno da reforma da Previdência, na Câmara. Depois de quase 20 dias de recesso, o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou oito sessões de plenário para discussão e votação em segundo turno da matéria entre amanhã e quinta-feira.

No entanto, as atenções mais uma vez devem ficar atreladas ao exterior, com foco nas negociações comerciais entre os EUA e a China. Uma fonte ligada às negociações expressou pessimismo sobre as relações entre os dois países e colocou em dúvida a continuidade das conversas após a nova ameaça tarifária por parte do presidente dos EUA, Donald Trump. Diante disso, as bolsas asiáticas recuaram com força e as praças da Europa e os futuros de Nova York registram queda acentuada – pressionados também por dados fracos de atividade na Europa.

A tensão comercial novamente deve afetar as empresas de commodities brasileiras, aponta um analista, sobretudo a Vale. A Petrobras pode sentir um revés também já que a cautela tem levado os preços do petróleo a recuarem mais de 1% nesta manhã. Segundo o Bank of America Merrill Lynch, o embate bilateral tem potencial para enfraquecer a demanda por petróleo em até 500 mil barris por dia, caso a China comece a comprar óleo bruto do Irã. Ainda em relação à China, o PMI de serviços de Pequim recuou a 51,6 pontos em julho ante junho, o nível mais baixo em cinco meses.

BR Malls

A BR Malls informa que ocorreu a liquidação financeira da venda da participação integral em sete shoppings por R$ 696,4 milhões à vista, para Fundo de Investimento Imobiliário administrado pela BTG Pactual Serviços Financeiros. A empresa distribuiu também um documento com sua nova estratégia para o futuro.

A companhia divulgou um documento com avaliação do negócio e sua visão estratégica de longo prazo, dizendo que nos últimos dois anos refinou sua estratégia e tem “esculpido” seu portfólio saindo de ativos non-core e aumentando sua exposição a ativos core. “Os ativos alienados são shoppings sólidos, mas dentro de um portfólio maior, recebiam menor priorização e poderão receber mais investimentos e atenção pelo novo comprador”, disse sobre o negócio.

A BRMalls afirmou ainda que seu ciclo de reciclagem de capital prevê ainda a venda nos próximos trimestre de mais dois shoppings não administrados (shoppings São Luis e Via Brasil). “Ainda assim manteremos nossa escala e liquidez de ações, dados que esses shoppings representam conjuntamente menos do que 10% da receita da companhia.”

“Adicionalmente, distribuiremos o montante integral da transação aos acionistas, sendo R$ 526,4 milhões em dividendos e R$ 170,0 milhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP)”, diz a empresa. O valor bruto por ação dos JCP é de R$ 0,201631070108703 o montante por ação dos dividendos distribuídos é de R$ 0,624355352852072.

Terão direito aos dividendos e juros sobre o capital próprio os titulares de ações no dia 07 de agosto, de maneira que as ações sejam negociadas ex-direito aos referidos JCP e dividendos a partir de 08 de agosto, inclusive. Os pagamentos serão realizados aos acionistas no dia 19 de agosto.

GPA

Financial Times destaca que circulam no mercado especulações de que Jean-Charles Naouri, CEO e acionista controlador da gigante de supermermercados Casino, dona do Pão de Açúcar, será obrigado a reestruturar seu grupo, endividado em € 3 bilhões. O executivo resiste a vender “joias da coroa”, como Franprix e Monoprix, o que reduziria drasticamente a dívida.

Para o sócio e chefe de renda variável da Monte Bravo, a recente simplificação das operações latino-americanas poderia abrir o caminho para a venda total ou parcial de sua divisão latino-americana, na qual a principal é o Pão de Açúcar (GPA).

Cielo

A Caixa Econômica Federal anunciou o início da procura por um parceiro no setor de maquininhas, conforme antecipou a Coluna do Broadcast no dia 22 de junho. O banco público propõe uma joint venture de 20 anos e interessados têm até o dia 12 de agosto para se manifestarem. A Caixa é o único grande banco que não tem os pés no mercado de adquirência. Como atrativo para o eventual parceiro, a instituição oferece exclusividade em seu balcão, que conta com 4.170 agências.

Banco ABC Brasil

O Banco ABC Brasil anunciou há pouco lucro líquido recorrente de R$ 125,2 milhões no segundo trimestre, alta de 12,2% sobre o mesmo período do ano passado. O resultado no critério contábil soma R$ 132,7 milhões, 18,9% maior.

O Retorno Anualizado Sobre o Patrimônio Líquido (ROAE) recorrente foi de 13,0%, estável em relação ao segundo trimestre de 2018, mas no critério contábil teve alta de o,8 ponto porcentual, para 13,8%. A carteira de crédito expandida ficou em R$ 27,1 bilhões, aumento de 6,9% em doze meses e de 2,1% sobre o primeiro trimestre.

Sabesp

A Sabesp informa que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) publicou no Diário Oficial do Estado de São Paulo deliberação sobre o cronograma da terceira Revisão Tarifária Ordinária (RTO) da empresa. A terceira RTO da Sabesp será iniciada em junho de 2020 e finalizada até abril de 2021.

FONTE: AE BROADCAST

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