Destaque para balanços

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Um novo capítulo da guerra comercial entre os EUA e a China promete pesar novamente no mercado acionário brasileiro, a despeito dos últimos resultados da temporada de balanços. Em comunicado divulgado mais cedo, a China disse que o plano de Washington de impor uma tarifa de 10% a mais US$ 300 bilhões em produtos chineses viola um consenso alcançado pelos presidentes Donald Trump e Xi Jinping e ressaltou que, por esse motivo, terá de tomar “contramedidas necessárias”.

Diante disso, as commodities metálicas e o petróleo operam em baixa acentuada, com este último em queda de quase 3%, o que poderá gerar mais um dia de perdas para a Petrobras, Vale e siderúrgicas. Por outro lado, o dólar acima do patamar de R$ 4,00 pode beneficiar as exportações dessas empresas, além de Suzano e frigoríficos. Ainda no câmbio, fique de olho em Gol e Azul, que têm sofrido diante do aumento de seus custos, além da preocupação com a queda na demanda por viagens.

Entre os destaques corporativos, a Oi apresentou há pouco um prejuízo líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 1,559 bilhão, 24% maior do que no segundo trimestre de 2018. Já o resultado consolidado das operações continuadas ficou negativo em R$ 1,625 bilhão, alta de 31,8% e, considerando os efeitos do IFRS 16, o prejuízo aumenta para R$ 1,709 bilhão. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado no critério “rotina” somou R$ 1,218 bilhão, 22,1% abaixo do segundo trimestre de 2018.

Já os investimentos (capex) consolidados, considerando as operações internacionais, cresceram 50,7%, para R$ 2,061 bilhões. “O crescimento do Capex no 2T19, em especial, reflete a aceleração dos investimentos previstos no Plano de Estratégico da Companhia com foco principal na expansão de FTTH, oferecendo banda larga de alta velocidade, além da expansão da cobertura móvel 4G e 4,5G”, destaca o informe.

Voltando ao exterior, enquanto as bolsas asiáticas fecharam sem direção única, as praças europeias operam em queda, assim como os futuros americanos de olho na guerra comercial, enquanto aguardam dados importantes nos EUA de vendas no varejo e produção industrial. Há pouco, porém, os futuros de Nova York reduziram as perdas, após o Walmart divulgar lucro líquido maior do que o esperado em seu segundo trimestre fiscal.

Via Varejo

A queda da receita líquida e o fim da Lei do Bem levaram a Via Varejo a um prejuízo de R$ 154 milhões no segundo trimestre de 2019, revertendo lucro líquido de R$ 14 milhões, no mesmo período de 2018. No acumulado do primeiro semestre, a varejista acumula perdas de R$ 196 milhões, ante lucro de R$ 78 milhões no ano passado.

O Ebitda caiu 39% no segundo trimestre, na comparação anual, para R$ 315 milhões. No semestre, o indicador recuou 31%, a R$ 752 milhões. No critério ajustado, o Ebitda ficou em R$ 388 milhões, queda de 38,7%. No acumulado do ano, o Ebitda ajustado está em R$ 901 milhões, queda de 27,7%.

Natura

A Natura reportou um lucro líquido de R$ 66,6 milhões no segundo trimestre deste ano, um desempenho 109,4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, o desempenho foi puxado pelo crescimento da receita em todos os negócios e pelo controle de despesas. No semestre, o lucro líquido foi de R$ 108,0 milhões, alta de 92,2% sobre o mesmo período do ano passado.

O Ebitda atingiu R$ 424,7 milhões de abril a junho, resultado 27% acima do apresentado no mesmo período de 2018. A margem Ebitda ficou em 12,5%, alta de 1,7 ponto porcentual.

Sabesp

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) registrou lucro líquido de R$ 454,4 milhões no segundo trimestre de 2019, valor que representa crescimento de quase 150% em relação aos R$ 181,9 milhões apurados no mesmo período de 2018. A receita total somou R$ 4 bilhões, alta de 8,9% na mesma base de comparação.

O Ebitda ajustado da Sabesp no trimestre caiu 10,9%, para R$ 1,231 bilhão. No trimestre, o indicador chegou a R$ 2,776, praticamente estável (-0,2%) em relação ao ano passado. A margem Ebitda ajustado caiu de 37,7% para 30,8% em um ano.

JBS

A JBS encerrou o segundo trimestre de 2019 com lucro líquido de R$ 2,18 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 911,1 milhões no mesmo período de 2018, beneficiada pelo ciclo favorável para a produção de carne bovina nos EUA e recuperação da rentabilidade no Brasil, destacou um analista.

O Ebitda foi de R$ 5,098 bilhões, alta de 20,3% ante o segundo trimestre do ano passado. O Ebitda inclui impacto de R$ 346,0 milhões com a adoção do IFRS 16 a partir do primeiro trimestre deste ano, informou a empresa. A companhia afirmou ainda que se trata do maior Ebitda já registrado por ela.

Marfrig

A Marfrig Global Foods encerrou o segundo trimestre de 2019 com lucro líquido de R$ 86,5 milhões, revertendo prejuízo de R$ 582 milhões registrado no mesmo período de 2018. O Ebitda ajustado somou R$ 1,1 bilhão, avanço anual de 13,3%, com margem de 9,1%. A receita líquida consolidada aumentou 9,8% no período, para R$ 12,2 bilhões.

A empresa informa que o lucro, Ebitda e receita já incluem a compra da Iowa Premium, concluída em junho por US$ 150 milhões.

Equatorial

A Equatorial anunciou lucro líquido ajustado (pelos efeitos não recorrentes) de R$ 316 milhões no segundo trimestre, alta de 118,7% sobre o segundo trimestre de 2018. De forma consolidada, o lucro líquido foi de R$ 342 milhões, alta de 182,6%.

O Ebitda consolidado ajustado foi de R$ 943 milhões, 119,1% superior ao do mesmo período de 2018, com margem de 21,6%, maior que a de 18,4% um ano atrás.

A receita líquida cresceu 87,1%, para R$ 2,339 bilhões. O volume total de energia distribuída caiu 4,4% para 5.181 Gwh em relação ao segundo trimestre do ano anterior, “negativamente influenciado pelo ajuste de faturamento em Alagoas. A alavancagem, na relação medida pela dívida líquida sobre Ebitda ajustado, cresceu de 1,9 vez para 3,6 vezes no período, mas um pouco abaixo do indicador registrado em março, de 3,8 vezes.

Ultrapar

Prejudicada pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Federal na Ultracargo, além dos números da Ipiranga e Oxiteno, o Grupo Ultrapar apresentou queda acelerada nos seus resultados financeiros no segundo trimestre de 2019. Descontando os efeitos do IFRS 16, a Ultrapar apresentou lucro líquido de R$ 127 milhões no período, queda de 47% na comparação com igual trimestre do ano anterior. Ante os três meses imediatamente anteriores, o desempenho representa queda de 49%.

Considerando os efeitos do IFRS 16, a empresa teve lucro líquido de R$ 121 milhões. O grupo apontou que seu resultado foi prejudicado pelo efeito negativo de R$ 50 milhões, resultado do complemento da provisão para o pagamento do TAC firmado junto ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Estado de São Paulo, em 15 de maio de 2019, para a implementação de ações com o objetivo de compensar os impactos causados ao estuário de Santos pelo incêndio ocorrido no terminal da Ultracargo em abril de 2015. “O valor do acordo foi de R$ 68 milhões, que serão desembolsados até setembro de 2020”, disse a empresa.

o lucro ficou 43% abaixo da média das projeções dos analistas consultados pelo Prévias Broadcast, que era de R$ 223,3 milhões.

Com o desembolso, o Ebitda da empresa (sem o IFRS 16) foi de R$ 589 milhões, queda anual de 18%. O Ebitda ajustado ficou 19% abaixo das projeções, que indicavam uma cifra de R$ 792,8 milhões.

A Ultrapar distribuirá dividendos no montante de R$ 217.381.649,20, correspondentes a R$ 0,20 por ação ordinária, a serem pagos a partir de 30 de agosto. A data base para o direito a receber o dividendo (record date) será 22 de agosto. As ações passarão a ser negociadas ex-dividendos a partir de 23 de agosto.

JSL

O Grupo JSL apresentou lucro líquido consolidado de R$ 71,2 milhões no segundo trimestre, alta de 44,1% sobre o mesmo período de 2018. Em relatório que acompanha o demonstrativo financeiro, a empresa atribui o lucro recorde ao efeito positivo da reorganização de todas as empresas do grupo: Vamos, JSL Logística, CS Brasil, Original, BBC Leasing e Movida.

Entre abril e junho, a receita líquida consolidada da JSL atingiu R$ 2,389 bilhões, cifra 23,3% maior que a observado um ano antes. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 518,2 milhões, 32,5% maior, com margem de 30,2%, 4,5 pontos porcentuais acima do segundo trimestre de 2018.

Copel

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou lucro líquido de R$ 346,9 milhões no segundo trimestre deste ano, leve queda de 2,4% sobre o mesmo período de 2018. No acumulado do ano, o resultado foi de R$ 852,9 milhões, crescimento de 19,9%.

O Ebitda apresentou um aumento de 13,3% no trimestre, na comparação com igual etapa do ano passado, para R$ 947 milhões, somando R$ 2,039 bilhões no semestre, montante 25,9% maior frente o anotado de janeiro a junho do ano passado. A margem Ebitda ficou em 25,8% no trimestre, 2,6 ponto porcentual maior que a observada no segundo trimestre do ano passado. No semestre, o indicador é de 27%, 3,7 p.p. superior ao reportado no mesmo período de 2018.

B3

A B3 divulgou seus dados operacionais do mês de julho e o volume médio diário no mercado de ações subiu 77,5% em relação ao mesmo mês de 2018, para R$ 16,714 bilhões. Na comparação com junho, houve aumento de 5%. Outro destaque do mercado de ações é o número de investidores ativos, com 1,244 milhão, ante 736,8 mil em 218. O valor de mercado médio das empresas em julho ficou em R$ 4,153 trilhões, ante R$ 3,189 trilhões um ano antes.

No mercado futuro de juros, moedas e mercadorias, foram negociados 4,145 milhões de contratos por dia, em média, um aumento de 104,9% em relação a julho do ano passado. Na comparação com junho, houve queda de 24,6%. Já a receita por contrato média ficou em R$ 1,415 em julho, queda de 32,8% na comparação anual, e alta de 13,6% na relação mensal.

Petrobras

A Petrobras realizou o pré-pagamento integral de um contrato de financiamento com o China Development Bank (CDB), totalizando US$ 3 bilhões, cujo vencimento ocorreria em 2024.

“A companhia também notificou ao CDB o pagamento antecipado de outro financiamento, a ser realizado em 16 de dezembro de 2019, conforme permitido contratualmente, no valor de US$ 5 bilhões, cujo vencimento ocorreria em 2027”, informou a estatal.

Segundo a empresa, este pré-pagamento acarretará o término da obrigação de fornecimento preferencial, em condições de mercado e pelo mesmo prazo do financiamento, de um volume total de 100 mil barris de óleo equivalente por dia para empresas chinesas.

Eztec

A Eztec, incorporadora da capital paulista e região metropolitana, fechou o segundo trimestre de 2019 com lucro líquido de R$ 94,910 milhões. O resultado ficou 6,5 vezes acima do registrado no mesmo período de 2018, quando atingiu R$ 14,543 milhões.

O Ebitda somou R$ 71,083 milhões, revertendo o resultado de um ano antes, quando ficou negativo em R$ 7,332 milhões. A receita líquida totalizou R$ 161,833 milhões, um aumento de 135%.

O lucro ficou 78% acima dos R$ 53,4 milhões da média das projeções de analistas de construção civil de cinco bancos (Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, JPMorgan, e Santander) consultados pelo Prévias Broadcast. O Ebitda foi 135% maior do que o montante de R$ 30,3 milhões estimado pelos analistas.

Em meio ao cenário de reaquecimento do mercado imobiliário, a Eztec decidiu elevar a sua meta de lançamentos de 2019 do patamar de R$ 1,0 bilhão a R$ 1,5 bilhão para o novo patamar de R$ 1,5 bilhão a R$ 2,0 bilhões.

Even

A Even, incorporadora com atuação em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, apresentou lucro líquido de R$ 22,047 milhões no segundo trimestre de 2019. O montante representa reversão frente ao mesmo período de 2018, quando foi registrado prejuízo líquido de R$ 30,378 milhões.

O Ebitda ajustado somou R$ 82,915 milhões, também revertendo dado negativo de R$ 4,101 milhões de um ano antes. A receita líquida totalizou R$ 591,564 milhões, alta de 22%.

O lucro ficou 28 acima da média de R$ 17,2 milhões das projeções de analistas de construção civil de cinco bancos (Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, JPMorgan, e Santander) consultados pelo Prévias Broadcast. O Ebitda ajustado foi 52% maior do que o montante de R$ 54,5 milhões estimado pelos analistas.

Gafisa

A incorporadora Gafisa registrou um prejuízo líquido de R$ 12,724 milhões no segundo trimestre, uma queda de 49% ante as perdas líquidas de R$ 24,957 milhões do mesmo período do ano passado. Nos seis primeiros meses, o prejuízo somou R$ 59,078 milhões, redução de 24,7%.

O Ebitda ajustado somou R$ 13,923 milhões, desempenho 58,5% inferior ao reportado no mesmo período do ano passado. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, subiu 2,1 pontos porcentuais, para 14,0%.

Rossi

A Rossi registrou um prejuízo líquido de R$ 106,9 milhões no segundo trimestre deste ano, uma piora de 7,3% frente às perdas de R$ 99,7 milhões do mesmo intervalo de 2018.

O Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 63,8 milhões entre abril e junho, valor 68,6% pior do que o anotado em igual trimestre do ano passado, quando ficou negativo em R$ 37,8 milhões.

PDG

A PDG, em recuperação judicial, apresentou prejuízo líquido de R$ 248,9 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 27% em comparação ao prejuízo de R$ 339,8 milhões do mesmo período do ano passado. No semestre, o prejuízo recuou 18%, R$ 489,2 milhões.

No segundo trimestre, as vendas brutas somaram R$ 53 milhões, desempenho 44% abaixo de um ano antes. “A redução das vendas se deve, principalmente, à alteração na política de vendas adotada pela companhia, que voltou a focar nas vendas de unidades geradoras de caixa livre”, informou a empresa.

PetroRio

A PetroRio apresentou lucro líquido de R$ 153,779 milhões no segundo trimestre de 2019, valor que representa crescimento de 118% em relação ao resultado apurado um ano antes. Esse resultado não leva em conta os efeitos das regras contábeis IFRS 16, que levam o lucro do segundo trimestre deste ano para R$ 162,98 milhões. O Ebitda somou R$ 229,727 milhões entre abril e junho, avanço de 169% na comparação anual. No critério ajustado, o Ebitda da PetroRio soma R$ 262,297 milhões, crescimento de 184% no trimestre.

Eneva

A Eneva registrou lucro líquido ajustado de R$ 19,5 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 3,9% frente a igual período de 2018, quando a empresa teve lucro líquido de R$ 20,3 milhões. Já o Ebitda Ajustado ficou em R$ 299,3 milhões, queda de 2,6% em comparação ao segundo trimestre de 2018 (R$ 307,5 milhões). A receita operacional líquida, de R$ 555,8 milhões, foi 26,5% menor que a de igual período do ano passado (R$ 756,6 milhões).

Celesc

A Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) registrou lucro líquido de R$ 53,171 milhões no segundo trimestre deste ano, valor que representa queda de 23,2% em relação ao mesmo período de 2018. No semestre, o lucro acumulado é de R$ 119,124 milhões, 15% menor que o do ano passado. O Ebitda da Celesc no trimestre caiu 14,7% na comparação anual, para R$ 158,049 milhões. No semestre, o indicador soma R$ 359,262 milhões, baixa de 4,6%.

Outras notícias

O conselho de administração da Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) aprovou a aquisição da integralidade das ações da Brasnorte Transmissora de Energia detidas pela Bipar Energia, representativas de 11,62% de seu capital social total. O preço de aquisição é de R$ 17,654 milhões, a ser atualizado pela variação positiva acumulada da Selic.

JHSF Participações e a JHSF Malls informam que o XP Malls Fundo de Investimento Imobiliário – FII (XPML11) exerceu opção de compra de 30,0% do Cidade Jardim Shops – empreendimento que funcionará como um mini shopping centers no bairro dos Jardins – pelo valor de R$ 15 milhões e faz parte do negócio celebrado entre JHSF Participações e XPML11 em 19 de outubro de 2018.

Trisul contratou o BTG Pactual, Bradesco BBI e suas afiliadas no exterior para a prestação de serviços de assessoria financeira para potencial operação para captação de recursos por meio da realização de oferta subsequente pública primária de ações via distribuição no mercado de capitais.

SLC Agrícola obteve lucro líquido consolidado de R$ 211,952 milhões no segundo trimestre de 2019, alta de 26% ante igual período de 2018. A margem líquida foi de 51,3%, aumento de 15,1 pontos porcentuais na mesma comparação. O Ebitda ajustado somou R$ 103,776 milhões no segundo trimestre, queda de 34,7% na comparação anual. A receita líquida diminuiu 11,1%, para R$ 413,058 milhões.

FONTE: AE BROADCAST

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