As bolsas globais tiveram quedas acentuadas, as discussões em torno do estímulo fiscal nos Estados Unidos não têm um desfecho. O aumento no número de infectados pelo coronavírus continua a aumentar no hemisfério norte, gerando temores de novas restrições sociais, afetando a retomada da economia global.
Após a sexta-feira (23) de alta, as bolsas na Europa voltaram a considerar os temores em torno do avanço da COVID-19 no continente e do impasse fiscal nos Estados Unidos entre democratas. Internamente, os dados de conjuntura econômica também não foram animadores, os indicadores IFO de expectativas e clima dos negócios na Alemanha, uma das principais economias do continente, tiveram resultado aquém do esperado, contribuindo para o mal desempenho do mercado de ações.
Frankfurt, liderou as quedas, perdendo 3,71%. Lisboa, teve decréscimo de 2,12%. Paris teve desvalorização de 1,90%. Milão, perdeu 1,76%. Madri e Londres, tiveram as menores quedas, em 1,16% e 1,40% respectivamente.
Em busca de segurança, mas competindo com a força do dólar em meio à aversão pelo risco, os futuros do ouro com entrega prevista para dezembro tiveram elevação de 0,03%, a US$ 1.905,7 a onça-troy. O descordo entre democratas e republicanos e o aumento no número de casos de coronavírus ao redor do mundo, levam perspectiva de aumento para o metal precioso.
No mercado de petróleo, os agentes absorveram o retorno na produção petrolífera na Líbia e o avanço da COVID-19, que pode levar autoridades a tomarem novas medidas de restrição social, podem afetar a atividade econômica e, por consequência, a retomada na demanda pela commodity. As negociações inconclusivas no que diz respeito ao pacote de estímulos nos EUA, também afetou os contratos de petróleo.
O WTI com entrega para dezembro perdeu 3,24%, a US$ 38,56. O Brent, teve retração de 3,14%, cotado a US$ 40,46.
Sem estímulos à medida em que as eleições sem aproximam, o mercado fica amenos esperançoso de que o pacote seja aprovado antes das eleições. Além disso, os Estados Unidos se aproximam ainda mais de uma segunda onda de coronavírus devido ao aumento de casos em algumas regiões. Entre os dados de conjuntura econômica, os números de vendas de novas casas decepcionaram o mercado, mostrando que os atentes estão receosos em comprometer sua renda.
O Dow Jones, liderou as perdas com retração de 2,29%. O S&P 500 e a Nasdaq, tiveram desvalorização de 1,86% e 1,64%, respectivamente.
A bolsa brasileira foi impactada pelo mau-humor advindo do exterior. A aversão ao risco, fez com que os agentes buscassem ativos mais seguros. Assim, ativos como bancos e companhias de energia tiveram melhor desempenho. Setores ligados às commodities sofreram fortemente, gerando impacto no principal indicador da B3.
O Ibovespa teve perdas de 0,24%, a 101.016, 96 pontos e o dólar teve queda de 0,28%, a R$ 5,62.
Mais uma vez as bolsas asiáticas tiveram uma madrugada de queda. Os investidores, na sessão asiática, absorveram o mau humor dos mercados ocidentais visto que ainda não há nada certo quanto ao acordo nos Estados Unidos e o número de casos de coronavírus continuam a aumentar nos Estados Unidos e Europa.
Assim, Tóquio, perdeu 0,04%. Seul, caiu 0,56%. Taiwan e Hong Kong, tiveram perdas de 0,26 % e de 0,53%, respectivamente.
Na China Continental, houve alta com os mercados a aguardar possíveis novidades da reunião do Partido Comunista Chinês para definir os planos econômicos do país e com os números dos lucros das empresas industriais, subindo em 10,1% em setembro.
Xangai e Shenzhen, tiveram aumento de 0,10% e 0,54% respectivamente.
Para hoje (27/10):
As bolsas europeias abriram com viés negativo, devido ao aumento no número de casos de coronavírus no continente. Na França, houve a informação de que o vírus está avançando para os mesmos patamares de março, com perspectiva de que a segunda onda seja pior que a primeira.
Nos Estados Unidos, Pelosi e Mnuchin, buscarão um consenso para que o pacote de estímulos à economia do país, mesmo com as discordâncias entre republicanos e democratas. Ainda no lado político, Amy Barrett foi aprovada na suprema corte.
No Brasil, o foco será para os balanços, dados fiscais e a oferta de títulos do tesouro, envolvendo NTN-B’s com vencimentos para 2025, 2030, 2040 e 2055.
Europa: Indicadores monetários para a Zona do Euro e outros dados
Para a Zona do Euro, o BCE (Banco Central Europeu), divulgou o relatório de empréstimos bancários para o bloco. Além disso, também foram apresentados os números da massa monetária agregada, isto é, o valor dos ativos líquidos de caixa em poder do público.
As expectativas do mercado eram de avanço para um aumento de 9,6%, ante 9,5% em agosto e os números divulgados pela autoridade monetária foram de 10,4% em setembro, superando as projeções e evidenciando que a autoridade monetária aprofundou sua política de expansão monetária com vistas aos impactos do avanço da nova onda coronavírus na Europa.
Para o Reino Unido, a Confederação Britânica de Indústrias, publicou a pesquisa do varejo e distribuição para o mês de outubro com vase em 20 mil pontos de venda por grandes companhias da região.
As expectativas do indicador eram negativas. Após índice ter chegado a 11 pontos em setembro, as expectativas do mercado eram de 1 ponto, o que representaria retração de mais de 90% no indicador.
O resultado apurado foi de -23 pontos, muito pior do que se esperava pelos agentes, revelando a preocupação dos consumidores em relação à segunda onda de coronavírus.
Estados Unidos: Pedidos por bens duráveis e outros dados
O Census Bureau, publicará o núcleo dos pedidos por bens duráveis. Apesar da retomada da economia americana, ainda há sinais de fragilidade, pois alguns locais da economia americana, ainda sofrem com o aumento no número de infectados por coronavírus e/ou ainda não superaram os impactos da primeira fase da crise.
Com base em tal prognóstico, o mercado projetou avanço de 0,4% em setembro, ante 0,6% registrado no mês imediatamente anterior para o núcleo do indicador, ou seja, excluindo os números de transportes. Para o indicador amplo, há manutenção de 0,5% nos pedidos.
O indicador de confiança do consumidor divulgado pelo Conference Board, o mercado tem expectativa de leve alta, muito próxima da estabilidade, com perspectivas de 102 em outubro, contra 101,8 em setembro.
O consumo é um dos setores que veio a se recuperar, mas ainda há fragilidade tendo em vista que o desemprego ainda apresenta níveis elevados.
A API (American Petroleum Institute), divulgará os números da produção de petróleo por companhias privadas em solo americano. Após as notícias de expansão da produção na Líbia e com a possibilidade nova tempestade na região do Golfo do México, há possibilidade de nova queda nos estoques da commodity.
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