A aguardada “Super Quarta” chegou e os investidores devem operar com expectativa pelas reduções de juros dos bancos centrais do Brasil e dos EUA. Mais que acompanhar as reduções, o mercado espera também pelas sinalizações de novos estímulos monetários em meio a preocupações com uma desaceleração global e fraqueza na inflação nos EUA. Hoje também são aguardados balanços de peso como Vale, BR Distribuidora, além de Duratex.
No entanto, enquanto o mercado espera pelas decisões dos BCs e dos resultados trimestrais, os balanço corporativos de ontem é que devem dar o tom nos negócios nesta manhã, com destaque para CSN, TIM, Lojas Renner, Smiles e CTEEP. Olho também em BR Malls, que fechou a venda de participações em sete shoppings para o BTG Pactual.
Com um impulso de seu negócio de mineração, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) reportou lucro líquido de R$ 1,894 bilhão no segundo trimestre do ano, alta de 60% em relação ao observado no mesmo intervalo do ano passado. O montante é ainda quase 14 vezes superior ao lucro do primeiro trimestre deste ano. O resultado é praticamente o dobro do que estimado pelo mercado. A média das projeções de seis instituições financeiras consultadas pelo Prévias Broadcast apontava para lucro líquido de R$ 948 milhões.
O salto do lucro da CSN, que veio bem acima das projeções de mercado, foi impulsionado com a reversão da provisão de imposto de renda e contribuição social (IR/CS), que foi adiado diante da perspectiva de rentabilidade futura em aproximadamente R$ 1,615 bilhão.
A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado alcançou R$ 2,380 bilhões no intervalo analisado, alta de 68% ante o anotado no segundo trimestre de 2018 e de 38% em relação aos três primeiros meses deste ano. No primeiro semestre o Ebitda chegou em R$ 4,1 bilhões, praticamente a metade do total projetado pela companhia para o ano, em R$ 8,5 bilhões, conforme informou hoje a siderúrgica.
O desempenho da unidade de mineração da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no segundo trimestre do ano mais do que compensou o resultado fraco observado em siderurgia, segundo o JPMorgan, em relatório enviado ao mercado. A expectativa é de reação positiva no mercado.
Além disso, o BTG Pactual estima que a alavancagem da CSN caia para 3 vezes já no fim deste ano, conforme relatório. A CSN reportou resultado referente ao segundo trimestre do ano, no qual o indicador de endividamento estava em 3,65 vezes. Essa redução da alavancagem, segundo a instituição financeira, não está totalmente precificada na ação.
No exterior, destaque para a alta nos índices futuros das bolsas de Nova York, apoiados principalmente pela alta de mais de 4% nas ações da Apple, após balanço surpreendente. O mercado monitora ainda as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que terminaram a rodada de tratativas em Xangai hoje sem dar declarações, fator que tem mantido as bolsas europeias sem direção única nesta manhã.
TIM
A TIM apresentou lucro líquido normalizado de R$ 423 milhões no segundo trimestre de 2019, crescimento de 26% em relação ao mesmo período de 2018, conforme balanço publicado há pouco.
O resultado normalizado exclui efeitos de créditos fiscais e contingências, entre outros itens considerados não recorrentes. Sem esse ajuste, o lucro líquido foi de R$ 2,103 bilhão, o que representa uma alta de 528,5% na mesma base de comparação. O resultado ficou 9,3% acima da média das projeções de cinco instituições financeiras consultadas pelo Prévias Broadcast, que apontava para R$ 387 milhões.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) normalizado somou R$ 1,616 bilhão, avanço de 6,2%. A margem Ebitda aumentou 1,4 ponto porcentual, para 37,9%. Já a receita líquida cresceu 2,4%, para R$ 4,263 bilhões.
O conselho de administração da TIM aprovou o pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) de R$ 0,1524 por ação ON, ou R$ 368,941 milhões. A remuneração será paga com base na posição acionária do dia 09 de agosto, e a partir do dia 12 do próximo mês, as ações passam a ser negociadas ex-juros. O crédito será realizado aos acionistas até o dia 14 de novembro.
“A Tim mostrou bons números apesar da concorrência agressiva no segmento pré-pago, aumento do nível de promoções e descontos para fidelização dos clientes, processo de consolidação de SIM Cards e ambiente macroeconômico de lenta recuperação. Com o turnaroun iniciado em 2016, conseguiu controlar sua dívida e tem melhorado suas operações.
A continuação do movimento e o foco em serviços de maior valor agregado deverão manter os resultados normalizados próximos ao guidance”, destacaram os analistas Flávia Ozawa e Carlos Daltozo, da Eleven Financial.
Lojas Renner
A rede varejista Lojas Renner encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 235,1 milhões, resultado 14,4% inferior ao mesmo período do ano passado, quando somou R$ 274,7 milhões. O resultado inclui ajustes provenientes da norma contábil IFRS 16, e, sem esse ajuste, o lucro líquido teria recuado 11,5%, para R$ 243,1 milhões.
O Ebitda ajustado das operações de Varejo, que excluem os números referentes a produtos financeiros, recuou 0,6% entre abril e junho, para R$ 350,8 milhões, com margem de 17,4%, queda de 2,4 pontos porcentuais na comparação com o mesmo período de 2018. Sem o IFRS 16, o Ebitda do varejo teria subido 2,8%, para R$ 362,8 milhões, com margem de 18%, queda de 1,8 ponto porcentual.
Já o Ebitda total ajustado subiu 1,8%, para R$ 441,9 milhões, com margem de 21,9%, queda de 2,5 pontos porcentuais. No cálculo que exclui o IFRS 16, teria havido alta de 4,5%, para R$ 453,9 milhões, com margem de 22,5%, queda de 1,9 ponto porcentual.
O balanço ficou em linha com a média das projeções de cinco instituições financeiras consultadas pelo Prévias Broadcast. Para o lucro, as previsões indicavam R$ 241,7 milhões. A projeção para o Ebitda era de R$ 422,3 milhões.
De acordo com Vitor Miziara, gestor da Criteria Investimentos, destaca que a empresa foi penalizada por um dólar valorizado que impactou nos preços dos produtos importados, provisão para pagamento em participação dos resultados “e tiveram gasto muito maior em marketing. Isso tudo deve pressionar a ação porque é um papael que está perfomando bem há muito tempo e por isso deve passar por ajustes hoje. Mas vale lembrar que o resultado fraco foi pontual”, destacou.
Smiles
A Smiles Fidelidade registrou lucro líquido de R$ 155,7 milhões no segundo trimestre deste ano, cifra 36,4% superior à reportada no mesmo intervalo de 2018.
O Ebitda somou R$ 180,4 milhões, alta de 33,7%. A margem Ebitda atingiu 64,9%, representando uma retração de 3,2 pontos porcentuais na comparação anual.
CTEEP
A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (ISA Cteep) fechou o segundo trimestre de 2019 com lucro líquido, atribuído ao acionista controlador, de R$ 462,68 milhões pelo padrão IFRS, o que representa crescimento de 105,3% frente aos R$ 225,34 milhões apurados no mesmo período do ano passado. Pelo critério regulatório, muito observado por profissionais de mercado que acompanham a empresa, o lucro líquido atribuído ao acionista controlador recuou 29,8%, para R$ 240,3 milhões, ante os R$ 342,3 milhões anotados um ano antes.
O Ebitda somou R$ 706,313 milhões pelo padrão IFRS, alta de 102,6% em relação ao apurado em igual etapa de 2018, quando o indicador somou R$ 348,6 milhões. Já no critério regulatório, o Ebitda ajustado consolidado, que exclui equivalência patrimonial e outros efeitos não recorrentes e inclui Ebitda proporcional à participação nas coligadas, alcançou R$ 599 milhões entre abril e junho, queda de 12,3% na comparação anual.
A ISA Cteep pagará juros sobre o capital próprio, no valor bruto de R$ 370.414.969,14, correspondentes a R$ 0,562186 por ação de ambas as espécies. A data de corte será 02 de agosto. A partir de 05 de agosto, as ações serão negociadas ex-juros e a data de pagamento será em 19 do mesmo mês.
Enel SP
A Enel Distribuição São Paulo, antiga Eletropaulo, registrou lucro líquido de R$ 131,313 milhões no segundo trimestre de 2019, revertendo prejuízo de R$ 155,614 milhões apurado no mesmo período de 2018. Com isso, a companhia acumula ganhos de R$ 200,36 milhões no semestre, revertendo o prejuízo de R$ 161,05 milhões dos primeiros seis meses do ano passado.
O Ebitda entre abril e junho ficou em R$ 513,99 milhões, o que corresponde a um crescimento de 187,2% em um ano. A margem Ebitda avançou 10,4 pontos porcentuais no período e alcançou 15,3% no segundo trimestre deste ano. Excluindo a receita de construção, a margem passou de 5,4% para 15,3% no mesmo período de comparação. Em seis meses, o indicador acumula alta de 77%, para R$ 913 milhões.
Banco Inter
Hoje começam as negociação das ações e units objeto da oferta subsequente (follow on) primária (novas ações) do Banco Inter, com liquidação no dia 1º de agosto. Para Miziara, da Criteria Investimentos, a unit, que teve o preço fixado a R$ 39,99 deve sofrer correção no dia de hoje, após disparar ontem e fechar a R$ 47,40.
Sonae Sierra
A empresa de shopping centers Sonae Sierra registrou lucro líquido consolidado de R$ 51,892 milhões no segundo trimestre deste ano, uma queda de 46% na comparação com o desempenho do mesmo período do ano passado. A empresa informou que o lucro líquido atribuído aos proprietários da controladora ou gerencial consolidado somou R$ 34,593 milhões, uma queda de 17,1% neste critério.
O Ebitda foi de R$ 57,4 milhões, alta de 14,2%. A margem Ebitda atingiu 71,6%, incremento de 1,9 ponto porcentual. A empresa apresentou um fluxo de caixa operacional (FFO) de R$ 37,9 milhões, significando uma expansão de 34,4%, com uma margem FFO de 47,3%, ante 39,1% de um ano antes.
Aéreas
O processo de redistribuição dos horários de pousos e decolagens da Avianca no aeroporto de Congonhas só será concluído hoje. A informação é da própria Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac), que previa concluir o processo ainda ontem. O órgão não informou o motivo do atraso.
Quatro empresas aéreas solicitaram os horários de pousos e decolagens. Segundo a Anac, a Azul e a amazonense MAP solicitaram 41 slots cada no terminal paulista. Já a Passaredo requereu 30 horários e a companhia Two pediu outros 14 slots no terminal paulista. Há 41 horários que eram da Avianca e serão redistribuídos entre as solicitantes.
A partilha dos horários ocorrerá sob uma nova regra temporária aprovada pela Anac e que beneficia diretamente a Azul. As concorrentes Latam e Gol não poderão disputar os slots.
Petrobras
A Petrobras vai investir US$ 1,4 bilhão para capacitar suas refinarias a produzir óleo diesel com menos teor de enxofre, informou o gerente-executivo de Logística da estatal, Mauro Mendes. Ele participa de evento do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) de apresentação da feira Riopipeline, que acontecerá em setembro.
“Teremos alguns investimentos importantes em refinaria, no sentido de garantir o baixo teor de enxofre no diesel. Vários investimentos estão sendo programados, da ordem de US$ 370 milhões em logística, e US$ 1,4 bilhão no refino”, informou o gerente da Petrobras em sua palestra.
BRMalls
A BRMalls anunciou a venda de sua participação em sete shopping centers para o BTG Pactual. Foram alienadas as fatias da empresa nos shoppings Ilha Plaza, Casa & Gourmet Shopping, Shopping Plaza Macaé, Londrina Norte Shopping, Osasco Plaza Shopping, Shopping Contagem e Capim Dourado. Os dois primeiros empreendimentos ficam no Rio de Janeiro. Os outros ficam nas cidades de Macaé (RJ), Londrina (PR), Osasco (SP), Contagem (MG) e Palmas (TO).
O valor total a ser recebido pela BR Malls na operação é de R$ 696,4 milhões. O valor pode ser acrescido de R$ 22,4 milhões, caso sejam cumpridas algumas metas de performance para este ano.
A BRMalls informou também aquisição de fração adicional de 25,5% da Área Bruta Locável (ABL) do Shopping Iguatemi em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Com a operação, avaliada em R$ 84,34 milhões, a participação da BR Malls no empreendimento passa a ser de 71,0%.
A Iguatemi comunicou a venda de sua participação de 8,4% no mesmo empreendimento, pela qual vai receber R$ 27,8 milhões.
Lojas Americanas e B2W
A Lojas Americanas e a B2W – Companhia Digital concluíram os estudos relacionados ao Projeto Ame, conforme divulgado em junho. Com isso, foi aprovada a participação das companhias em estrutura societária a ser constituída para a plataforma mobile de negócios (aplicativo de produtos financeiros e serviços diversos) desenvolvida em conjunto pelas duas empresas.
A participação da Lojas Americanas na nova estrutura societária da Ame será de 56,92% do capital total e votante e da B2W, de 43,08%. Segundo fato relevante divulgado pelas companhias, os porcentuais foram fixados com base em “avaliação dos ativos intangíveis e dos ativos fixos relacionados ao Projeto Ame preparada por empresa independente, por meio da abordagem de custo, metodologia selecionada dentre aquelas amplamente utilizadas para tanto”.
Frigoríficos
O presidente do Conselho de Administração da BRF, Pedro Parente, afirmou esperar que a companhia tenha três plantas habilitadas a exportar para a China “em questão de semanas, não meses”. As três unidades incluem duas que produzem frango e uma que produz frango e suínos. Além disso, p executivo disse acreditar que a empresa possa entregar uma alavancagem melhor do que a meta atual da companhia, que é de 3,65 vezes até o fim de 2019. Ele ressaltou, entretanto, que não se trata de um guidance.
Já a JBS anunciou que vai investir, por meio da Seara Alimentos, R$ 180 milhões na construção e operação de uma fábrica de biodiesel no município de Mafra, em Santa Catarina. A unidade será operada pela JBS Biodiesel, divisão da JBS Novos Negócios.
Enquanto isso, a processadora de proteína animal Minerva deu início aos trabalhos para retomar a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de sua subsidiária Athena Foods, no mercado chileno. A operação foi interrompida em maio.
FONTE: AE BROADCAST
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