Os mercados europeus mantiveram o mau-humor da abertura devido aos receios inerentes ao avanço da variante Delta, dados aquém do esperado de atividade econômica na China, sinalizando desaceleração do gigante asiático, e aumento da tensão geopolítica envolvendo a retirada de soldados estadunidenses do Afeganistão.
Em Nova York, o pregão de ontem (16), foi marcado por uma alta volatilidade, levando a uma maior cautela por parte dos agentes. No entanto, próximo do fechamento o índice Dow Jones e o S&P 500 conseguiram fechar no positivo. A queda no Índice Empire State recuou de 43 pontos em julho para 18,3 em agosto, sendo mais um indicador que ajudou na formação das expectativas em torno do discurso de Jerome Powell que ocorrerá hoje (17).
No Brasil, o mercado absorveu a cautela global. Os receios em torno de desaceleração da economia chinesa e o risco inerente ao crescimento de infectados pela variante Delta no exterior, o que pressionaram os preços de commodities. O risco político e fiscal, como ficou evidente nos DI’s, também impactaram o mercado, penalizando, principalmente, ativos do setor de consumo e imobiliário.
Para hoje (17/08)
Em mais um dia dominado pela cautela, os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em queda nesta madrugada (17). As sinalizações de novas regulamentações por parte da China no setor de tecnologia trouxeram instabilidade para as principais bolsas do continente asiático, os exercícios militares dos EUA próximos a Taiwan fizeram com que os chineses considerassem tal atitude como uma ofensa à sua soberania nacional, sendo mais um fator que amplia o risco geopolítico global. Os avanços de infectados pela COVID-19 no continente também contribuíram negativamente .
Na Europa, os mercados operam em queda mediante ao avanço da variante Delta e a situação afegã que, mesmo sem afetar diretamente o mercado, acaba por envolver as decisões de países importantes, como a discussão sobre o quadro envolvendo líderes do Reino Unido e Alemanha, conforme emitido em nota do governo britânica. Quanto aos dados de atividade econômica, os dados de emprego no Reino Unido e Zona do Euro foram positivos e a prévia do PIB do bloco econômico ficou dentro do esperado.
Nos Estados Unidos, os futuros também operam em queda, repercutindo os riscos inerentes ao avanço da Delta e aguardando alguma sinalização de Jerome Powell. Dentro da agenda econômica os números do varejo vieram aquém do esperado e ainda há dados da indústria para sair.
No Brasil, o contrato do mini índice futuro opera em queda, acompanhando a cautela global.
Nesta manhã (17), o IBRE da FGV divulgou o IGP-10 para agosto. O indicador teve elevação de 1,18% sendo impactado pelo IPA com avanço de 1,29%. No ano, o indicador chegou a 16,88% e em 12 meses já acumula 12 meses.
O mercado também ficará atento à votação da reforma do IR. A questão política continuará no radar apesar de Barroso anunciar que não vê riscos à democracia, as questões em torno dos precatórios e da “Fundão” podem gerar novos ruídos.
O Tesouro ofertará NTN-Bs para 2024, 2028 e 2040 e o Bacen fará a oferta de 15.000 contratos de swap para rolagem a partir das 11:30.
Autor: Matheus Jaconeli
Deixe um comentário