COVID-19 volta a gerar ruídos e estimula ponta vendedora

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Após a abertura positiva nas principais bolsas globais, os receios em relação ao avanço do coronavírus nos Estados Unidos e no Brasil, fizeram as bolsas fecharem sem direção única. A Europa acompanhou o resultado das vacinas.  

As bolsas europeias, por fecharem no meio da tarde, não chegaram a acompanhar o mau-humor de Wall Street. Assim, os investidores levaram em conta novas notícias positivas em relação às vacinas contra a COVID-19. A Pfizer anunciou eficácia de 95% na fase final de seus testes e CoronaVac também registrou bons resultados, com eficácia de 97%. Todavia, os membros do BCE ainda se mostram preocupados com o efeito da pandemia na demanda agregada dado que a inflação anual que ainda está em -0,3%.

Londres teve alta de 0,13%. Frankfurt e Paris, ganharam 0,52%. Milão, subiu de 0,87% e Madri, teve valorização de 0,59%.

O contrato furo mais líquido de ouro, para dezembro, fechou em queda na sessão dessa quarta-feira (18). O apetite pelo risco evidenciado nos mercados ocidentais na primeira parte do pregão, fez os investidores realizarem suas posições em ativos mais seguros.

Assim, a commodity metálica teve queda de 0,59%, a US$ 1.873,90 a onça-troy.

O ministro de energia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman Al Saud trouxe boas notícias para os preços do petróleo. O ministro saudita disse que deve estender os cortes na produção para 2021 melhorando as perspectivas de equilibro entre oferta e demanda no mercado de petróleo.

O WTI teve alta de 0,86%, a US$ 42,01. O Brent, ganhou 1,35%, contado a US$44,34.

Wall Street, após engatar alta com o noticiário positivo em torno da eficácia das vacinas no combate à enfermidade que atinge o mundo, sucumbiu ao mau-humor gerado pelo aumento de pessoas infectadas, o que gerou aumento das restrições em Nova York.

O Dow Jones e o S&P 500 tiveram queda de 1,16% e a Nasdaq, perdeu 0,82%.

Não obstante às notícias positivas das vacinas a bolsa brasileira teve realização levando em conta os temores em torno do avanço da COVID-19 e com os agentes aguardando as discussões em torno das pautas do governo.

O Ibovespa teve queda de 1,05%, a 106.229,09. O dólar teve alta de 0,13% a R$ 5,34.

As bolsas asiáticas absorveram o mau humor das bolsas americana. Após o temor da nova tendência de lockdown gerem perdas à economia mundial, embora as notícias em relação às vacinas sejam positivas.

Na China continental o Xangai e o Shenzhen tiveram alta, de 0,74% e 0,63% respectivamente.

Em Tóquio, o Nikkei teve queda de 0,36%. Hong Kong, perdeu 0,71% e Taiwan, cedeu 0,37%. Na Coreia do Sul, o Kospi teve leve alta, em 0,07%.

Para hoje (19/11):

Os mercados europeus abriram em queda. Os temores em relação ao aumento de infectados pela doença volta a preocupar os investidores, seguindo o pronunciamento de Lagarde.

Nos Estados Unidos, os futuros seguem o mau-humor do velho continente. Após o anúncio de ontem a noite de que Nova York de que escolas serão fechadas para conter o avanço do coronvírus, gerando aumento da incerteza e fazendo os investidores olharem para o presente.

No Brasil, o Tesouro fará oferta de títulos LTN com vencimentos para 2021,2022 e 2024. NTB-Fs para 2027 e 2031 e LFT para 2022 e 2027. O Bacen oferta até 12.000 contratos de swap para rolagem entre 11:30 e 11:40.

Apesar da paralização das reformas, Guedes se mostra otimista com o avanço das pautas liberais, juntamente com o apoio de Maia que negocia a aprovação das reformas com a oposição. No entanto perspectiva negativa para o rating BB- pela Fitch trouxe incerteza quanto à consolidação fiscal.

Quanto à estímulos, Guedes fala de Banco do Brics transferir US$ 3 bi em três meses e o efeito do auxílio emergencial pode contribuir para o avanço da economia até o começo de 2021.

Apesar das notícias positivas em relação à coronavac , fabricação da vacina da AstraZeneca e a proposta de compra das vacinas da Pfizer, há preocupações quanto à segunda onda da COVID-19 no Brasil, principalmente em grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro.

Novos dados na Europa

Na Europa, a agência Eurostats publicou os números relacionados às contas externas por intermédio das transações correntes. O aumento no saldo da balança comercial gerou impacto positivo nas transações correntes, fazendo o indicador acumular € 25,2 bilhões em relação ao mês de agosto quando houve saldo de € 21,8 bilhões.

Ainda pensando nos eventos em relação à Zona do Euro, Christine Lagarde falará no comitê de relações econômicas e monetárias da Comissão Europeia, trazendo perspectivas em relação à economia por parte da autoridade monetária. A Banqueira central falou sobre os avanços das vacinas como algo muito positivo. Contudo, enfatizou a necessidade de alinhamento entre a política fiscal e monetária e que o aumento no número de infectados gere problemas à demanda agregada.

No Reino Unido, a Confederação Britânica de Indústrias publicou o Índice de Tendências de Encomendas Industriais, evidenciando as expectativas em relação ao setor manufatureiro do país. O indicador construído com a pesquisa baseada nas questões realizadas com 550 fabricantes alcançou queda de 40, dentro do esperado, em novembro contra a -34 registrados para o mês de outubro.

EUA: Pedidos por seguro-desemprego e outros dados

O Departamento do Trabalho divulgará o dado semanal de pedidos por seguro-desemprego. Como vem sendo dito ao longo da semana por membros do FOMC, a retomada da economia americana ainda não é completa, com muitos setores sofrendo com as perdas geradas pela pandemia. Assim, o mercado projeta queda muito leve no número da demanda pelo benefício com 707 mil pedidos contra 709 mil na semana anterior.

O FED da Filadélfia trará o número de atividade industrial para a região. Como o indicador se refere à Pensilvânia, um dos estados mais ricos do país. Devido a sua relevância, o indicador entra nas projeções para dados mais abrangentes referentes à economia americana como um todo. Como o número de casos de COVID-19 subiram fortemente entre outubro e novembro, a expectativa do mercado é que o indicador tenha queda saindo 32,3 pontos em outubro e chegando a 22 em novembro.

Quanto ao mercado imobiliário, a associação de corretores do país anunciará a quantidade de casas usadas que foram vendidas em outubro. Mediante à incerteza gerada pelas eleições americanas e, até mesmo o avanço do coronavírus no mês, os agentes se mostraram mais cautelosos, esperando queda de 1,2% na venda de casas em relação ao mês de setembro, quando houve avanço de 9,4% no número de vendas.

Autor: Matheus Jaconeli

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