Ontem (30), os mercados nas américas tiveram desempenho positivo. Apesar do debate acirrado, cheio de troca de farpas entre Donald Trump e Joe Biden, a possibilidade de um pacote de estímulos nos Estados Unidos e a oportunidade de compra em ativos descontados no Brasil, ajudaram as praças das duas maiores economias do continente. Na Europa, o receio em relação ao covid-19 voltou a gerar inseguranças aos investidores.
Os dados de atividade econômica, contribuíram para a alta do mercado. Todavia, o maior driver para a elevação em Wall Street, foram as negociações referentes em relação ao pacote fiscal americano.
No que diz respeito à conjuntura econômica, os dados de inflação, a variação do emprego privado, as vendas pendentes de moradia e o PMI de Chicago ficaram acima das perspectivas dos agentes.
O Dow Jones, teve alta de 1,20%. O S&P 500 e a Nasdaq subiram 0,83% e 0,74%, respectivamente.
Os principais índices do continente europeu sofreram novamente, fechando majoritariamente em queda, mediante ao cenário de incertezas.
Apesar dos ganhos ao fim da sessão com as negociações entre Mnuchin e Pelosi, o aumento nos números dos casos de covid-19 na Europa, gerando risco em relação às perspectivas econômicas para o fim do ano, trouxe aversão ao risco para os investidores.
Paris, liderou as perdas, com queda de 0,59%, seguida por Londres, com desvalorização de 0,53%. Frankfurt e Milão, tiveram queda de 0,51% e 0,24% respectivamente. Madri, ficou no zero a zero, desempenhando alta sensível de 0,04%.
O mercado de ações brasileiro subiu na quarta-feira (30), mediante a ajuda do exterior, dado que Nova York teve aumento do apetite pelo risco por conta da possibilidade da aprovação de um pacote fiscal.
Internamente, apesar do aumento no desemprego, a alcançar a taxa de 13,8%, os investidores aproveitaram o desconto dos ativos nacionais, a enxergar um momento de buy oportunity. Ademais, Guedes, disse que não usará os dados dos precatórios para pagar o Renda Cidadã.
O Ibovespa fechou com alta de 1,09%, a 94.603,38 pontos. Com o apetite pelo risco, o dólar teve leve queda de 0,37%, a R$ 5,62.
O mercado de petróleo fechou em alta, corrigindo parcialmente a queda de terça-feira (29). O apetite pelo risco oriundo das da possibilidade de um acordo em relação ao pacote de estímulo à economia americana, juntamente com a queda nos estoques nos Estados Unidos, contribuíram para o avanço dos contratos futuros da commodity.
O WTI para novembro, teve avanço de 2,37%, cotado a US$ 40,22. O contrato do petróleo do mar do norte, Brent, teve avanço de 1,78%, cotado a US$ 42,30.
O mês começa com a agenda cheia, como de costume e iniciando pela agenda norte-americana, as consultorias IHS Markit e ISM divulgarão o índice dos pedidos de compras (PMI) da indústria estadunidense para o mês de setembro.
Após dados divulgados ontem (30) comprovando a tendência de melhora da economia chinesa, a alcançar 51,5 pontos. Os dados do ocidente também possuem expectativas positivas, com projeções iguais aos números da primeira observação.
Assim, para o PMI da consultoria britânica, o mercado espera um PMI de 53,5 pontos em setembro, de acordo com a melhora nos dados de produção industrial e outros dados antecedentes.
Seguindo a mesma lógica o PMI divulgado pela ISM Inc. sendo um indicador mais amplo, também tem tendência de leve melhora, saindo de 56,0 para 56,2 pontos em setembro.
Após dados acima do esperado publicados pela ADP Systems e antecedendo os números do Payroll, o Departamento do Emprego, disponibilizará os pedidos iniciais por seguro-desemprego.
Após dados aquém do esperado da última semana, os agentes ajustaram usas expectativas para números próximos da última observação.
A projeção dos agentes, aponta para 850 mil pedidos pelo auxilia, evidenciando a desconfiança do mercado para quedas mais abruptas no desemprego.
Apesar do PMI e a segunda arguição do PIB do segundo trimestre mostrarem melhora na economia americana, como é possível ver pelo mercado de trabalho, o nível da atividade econômica ainda não atingiu patamares para que os preços tenham elevação muito significante na inflação e renda dos agentes no curto prazo.
Assim, as projeções para os dados que serão divulgados pelo Bureau of Economic Analysis referentes aos gastos pessoais e inflação devem apresentar elevação menor do que registrado na segunda observação segundo o mercado.
O núcleo do PCE, indicador utilizado pelo FED para fazer suas decisões, possui projeção de 0,3% ao mês. Ao ano, espera-se leve aumento em agosto, saindo de 1,3% para 1,4%.
No que diz respeito aos números que mostram a tendência do consumo e da renda das famílias, também são projetados números menores em relação ao mês de julho.
A renda pessoal de agosto tem perspectiva de queda de 2,4% ante aumento de 0,4% em julho e os gastos pessoais são projetados com elevação de 0,7% ante 1,9%.
As perspectivas para a Zona do Euro quanto ao PMI Industrial para os países europeus também são positivas, com os agentes a esperar os mesmos dados da primeira verificação do indicador.
O esperado para o PMI de setembro da Alemanha é de 56,6 pontos. Para a Zona do Euro e Reino Unido, espera-se 54,3 e 53,7 pontos respectivamente.
Além dos dados do PMI, a agência Eurostat publicará a taxa de desemprego e o índice de preços ao produtor da Zona do Euro.
Após melhora no desemprego da Alemanha divulgado ontem (30), devido aos países que estão com aumento no número de casos de covid-19 levando a um novas medidas de restrição social, faz com que a expectativa em relação ao desemprego se deteriore.
O mercado espera uma taxa de desemprego de 8,1% em agosto, ante 7,9% em julho.
Quanto ao IPP, haja vista a diminuição na demanda por bens de consumo por parte dos produtores, espera-se queda nos indicadores de preços.
As projeções para o IPP de agosto são de -2,7% ao ano e de 0,1% ao mês.
Com a melhora nos indicadores de atividade, com exceção do desemprego, mas com ganhos na indústria, comércio e varejo, o mercado espera dados positivos para o PMI de setembro.
Corroborando para os indicadores de expectativas divulgados pela Fundação da Getúlio Vargas (FGV), a indústria deve apresentar melhora no indicador.
A expectativa do mercado é de que o PMI saia de 64,7 pontos para 70 em setembro.
Quanto à balança comercial, apesar da expectativa de superávit de US$ 7,10 bilhões em setembro, ante US$ 6,60 em agosto, o dado não é tão positivo.
Os saldos nas exportações vêm subindo, por conta da valorização do dólar em relação ao real e por conta da melhora das condições econômicas de alguns importantes parceiros comerciais como a China.
Todavia, a queda nas importações se deve, principalmente, à retração na renda nacional.