Os mercados globais abriram o dia em alta com as perspectivas de um pacote de estímulos nos Estados Unidos. Contudo, os ruídos em torno das negociações americanas e o receio em relação ao avanço de casos de coronavírus na Europa, levaram as bolsas a virarem de lado.
Após o mercado abrir com viés de alta, sustentado pela sinalização de estímulos para dar suporte à economia americana, mais uma vez, republicanos e democratas ainda não entram em acordo enquanto a deadline sugerida por Pelosi se aproxima. Logo, por mais que o mercado precifique estímulos após ao pleito independentemente do ganhador, os mercados reagiram mal.
Nasdaq e S&P 500, tiveram quedas aproximadas, de 1,65% e 1,63%, respectivamente e o Dow Jones, perdeu 1,44%.
Os principais índices de ações europeus também devolveram majoritariamente os ganhos da abertura. A influência do aumento no número de casos de coronavírus, continua a ser um driver importante a ser considerado pelo mercado. Além disso, os ruídos em torno do Brexit, também afetou os indicadores europeus.
Do ponto de vista externo, as dúvidas quanto aos pacotes de estímulos nos Estados Unidos também afetaram negativamente as bolsas.
Madri, conseguiu segurar os ganhos, a 0,15%. Londres, perdeu 0,59%, seguida por Frankfurt, a 0,42%. Paris e Milão, tiveram perdas de 0,42% e 0,08%, respectivamente.
A bolsa brasileira, conseguiu resistir ao mau humor advindo do exterior, sendo impulsionado pelo volume de negociação devido ao vencimento de opções. Além disso, tanto Maia, quanto Guedes, em participações públicas defenderam o comprometimento com o lado fiscal, apesar do líder da câmera dos deputados concordar com a continuação do benefício às famílias brasileiras até 2021.
Por outro lado, o mercado perdeu força, sem dissipar totalmente, os impactos do exterior.
O Ibovespa, subiu 0,35% a 98.657,65 pontos. O câmbio, fechou a sessão cotado a R$ 5,60, com queda de 0,76%.
O impacto o avanço de um novo avanço pandemia fez com que a OPEP ficasse receosa em relação à retomada da demanda. Além disso, as desavenças entre democratas e republicanos quanto ao pacote de estímulos também afetaram o desempenho da commodity.
O WTI, teve queda de 0,15%, cotado a US$ 41,06 e o Brent, perdeu 0,72%, cotado para dezembro a 46,62
As bolsas asiáticas fecharam sem sinal único, com os agentes observando com cautela o ressurgimento do coronvírus pelo mundo, em especial no ocidente. Além disso, os investidores também aguardam alguma resolução por parte do pacote de estímulos à economia dos Estados Unidos.
Na China continental, o PBoC (Banco Popular da China) manteve as taxas de juros de referência inalteradas e, mesmo assim, o Xangai Composto e o Shenzhen tiveram alta, em 0,47% e 1,33%, respectivamente.
Em Tóquio, o principal índice teve retração de 0,44%. Taiwan, perdeu 0,36%. Hong Kong, subiu em 0,11% e o sul-coreano, Kospi, teve ganhos de 0,50%.
Após novo ruído em torno do pacote fiscal nos Estados Unidos, Pelosi disse que tem esperança de que haja um consenso entre democratas e republicanos. Tal raciocínio pode se basear na pressão da Casa Branca aos republicanos para que o estímulo seja liberado.
Na Europa, as bolsas operam mistas com a pressão da possibilidade de lockdown por conta dos recordes de infecções e o os impasses entre Reino Unido e União Europeia.
No Brasil, após o fechamento dos mercados, a Petrobras (PETR4), publicará os números da produção em águas profundas.
A Vale registrou produção no terceiro trimestre de 2020 acima do esperado, em 88,676 milhões de toneladas de minério de ferro, mas as vendas ficaram um pouco abaixo do esperado.
Os principais drivers do mercado serão o posicionamento interno em relação às contas públicas e os avanços em torno dos pacotes de estímulos no exterior.
A agência Destats publicou hoje (20), os números referentes a evolução nos preços sob a perspectiva dos produtores alemães para o mês de setembro.
Devido ao aumento no número de casos de infectados por coronavírus fazendo os governos tomarem novas medidas restritivas para conter o aumento da curva de pessoas acometidas pela doença, a demanda dos produtores acaba caindo tendo em vista que alguns setores terão menor volume de negócios ou, até mesmo, voltarão a se fechar.
Assim, após alcançar 0,0% ao mês em agosto, o IPP de setembro ficou em 0,4%, acima da expectativa de deflação. Ao ano, o indicador continua deflacionário, saindo de -1,2% e chegando em -1,0%.
As transações correntes, pelo Banco Central Europeu, alcançaram o montante de € 19,9 bilhões em setembro, após ter desempenho de € 16,6 bilhões em agosto.
O indicador recebeu os impactos do resultado da balança comercial da Zona do Euro, que somou € 14,7 bilhões na última observação. Todavia, a balança de serviços, rendas e doações também complementam o indicador, dando uma visão mais ampla das contas externas do bloco.
Nos Estados Unidos, importantes dados relacionados ao setor de construção civil serão publicados pelo Census Bureau.
As Licenças para construção, indicador que evidenciam o número de autorização para novos projetos do setor emitidos pelo governo, evidencia a força do mercado imobiliário, pois as incorporadoras ampliam sua produção estimulando outros setores sinérgicos, além de gerar mão-de-obra.
A expectativa do mercado é de que, em setembro, ocorra avanço de aproximadamente 3% em relação a agosto, saindo de 1,476 mil licenças para 1,520.
Também se espera aumento na construção de novas casas e mesma proporção, aproximadamente 3%, saindo de 1,416 mil e alcançando 1,457 mil de novas casas construídas.
Os membros do FOMC farão discursos relacionados a estabilidade financeira da economia americana.
Por fim a API, American Petroleum Institute, publicará o número de estoques de petróleo produzidos pelo setor privado em solo americano.