A semana começou com os mercados internacionais em alta. As notícias positivas de ontem (19) em relação aos resultados positivos da primeira fase do desenvolvimento de uma vacina criada para combater o covid-19 empresa americana de biotecnologia Moderna Inc. O órgão equivalente a Anvisa, a Food and Drug Administration (FDA), autorizou a companhia pra prosseguir com a segunda fase dos procedimentos.
Nos Estados Unidos, o anúncio de uma possível solução para o combate do novo coronavírus caiu como uma luva para os mercados americanos, dado que no domingo (17), o banqueiro central do FED, Jerome Powell disse que a economia americana voltará gradualmente no segundo semestre e que a confiança em relação ao níveis observados anterior à crise devem ocorrer após uma solução a partir de uma vacina.
Além disso, o formulador de política informou que o congresso dos Estados Unidos os FED estão comprometidos a usar todo o arsenal econômico possível para combater a pandemia.
Assim, o destaque Wall Street foi o Dow Jones, com ganhos de 3,85%. O S&P 500 teve elevação de 3,15% e a Nasdaq ganhou 2,44%. O VIX, mediante o cenário positivo, teve retração de 8,15%, alcançando 29,27 pontos.
Na Europa, o desempenho das principais bolsas não foi diferente. Mediante o bom humor dos mercados em relação a vacina, a reabertura econômica de países europeus como a Itália, que vem a demonstrar que o pico da crise já foi vencido fez com que o dia fosse de ganhos no velho continente.
Além da recuperação e a possível solução para o combate do coronavírus, os líderes dos principais países da União Europeia, o presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã Angela Merkel publicaram um plano Franco-Alemão de um fundo no valor de € 500 bilhões para ajudar os países mais afetados pela doença.
Tendo em vista o cenário acima, as bolsar europeias foram lideradas por Frankfurt e Paris, com a elevação de 5,67% e 5,16% respectivamente. Madrid se elevou em 4,70%. Londres teve ganhos de 4,29% e Milão subiu 3,26%.
O Brasil também teve um dia positivo, impulsionado pelas notícias do hemisfério norte ocasionados pela potencial solução da vacina para combater o covid-19, aumentando o apetite pelo risco por parte dos agentes econômicos.
Do ponto de vista político, o empresário Paulo Marinho, ex-aliado de Jair Bolsonaro, prestou relato a um meio de comunicação afirmando que o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, pode estar envolvido com “rachadinhas” na assembleia do Rio de Janeiro, a evidenciar a preocupação de Bolsonaro em querer alguém mais próximo no comando da Polícia Federal. Ademais, o noticiário político não gerou preço e o Ibovespa fechou com alta de 4,69%, a 81.194,29 pontos.
O dólar, com o aumento da demanda por ativos de risco, fechou o dia com queda de 2,34%, encerrando a sessão cotado a R$ 5,7197.
O petróleo com o aumento do apetite pelo risco e as expectativas de recuperação econômica e da vacina contra o covid-19, o petróleo Brent teve elevação de 7,10%, sendo cotado a US$ 34,81. O Barril WTI, teve aumento de 7,21%, fechando a sessão em US$ 31,65.
Hoje (19), serão divulgados dados referentes ao setor de construção civil e o indicador da empresa de pesquisa Redbook, referente ao mercado varejista. A construção civil, mesmo com perspectiva do mercado financeiro em relação a reabertura da economia, deve sofrer nova contração. Pois os agentes estão receosos em comprometer sua renda, principalmente quando se trata de um gasto de longo prazo, como um imóvel.
Assim, a expectativa é de que as licenças de construção tenham queda de 25,93%, passando de 1,35 milhões para 1 milhão de licenças. Quanto à construção de novas casas, espera-se que o mês de abril tenha somado 927mil novas construções contra 1,216 milhões da última observação.
O índice Redbook, apesar de estar relacionado ao consumo mais imediato, também deve continuar a evidenciar resultados negativos, tanto na perspectiva mensal, quanto na anual.
Possivelmente, mesmo após a abertura e o sucesso de uma vacina, pode fazer com que o retorno do consumo seja um pouco vagaroso, por conta do receio dos agentes.
O dia nos Estados Unidos também contará com o depoimento de Jerome Powell e com o discurso do membro do FOMC, Kashkari.
Começando pela Alemanha, a agência Destatis divulgará os índices de licenciamento de automóveis e de preços ao atacado.
Ambos os indicadores, haja vista a retração na renda das famílias e das firmas, por conta da crise ocasionada pelo covid-19, devem apresentar dados negativos. Contudo, uma leve melhora pode ser observada por conta da reabertura da potência europeia.
Ainda em terras germânicas, o instituto ZEW divulgará o Índice ZEW de Condições Atuais e o indicador de Percepção econômica.
Haja vista a reabertura da economia alemã e o fim do pico da pandemia na Alemanha e em outros países da União Europeia, os agentes esperam melhora nos indicadores expectativas, com o indicador de condições atuais, caso a esperança do mercado se conclua, alcance -88,0 pontos em maio, contra -91,5 em abril e o indicador de percepção econômica, o qual também leva em consideração o que pode ocorrer futuramente, pode sair de 28,2 e alcançar 32 pontos em maio, segundo o mercado.
Apesar da melhora nos índices, os resultados ainda são negativos, evidenciando o forte impacto da crise até mesmo em economias mais sólidas.
Para a Zona do Euro, o indicador de percepção econômica pode ter leve melhora, tal qual a produção do setor civil, uma vez que essa categoria foi uma das primeiras a serem liberadas do isolamento social por parte das autoridades europeias. No entanto, a exemplo da Alemanha, os resultados não devem ser tão expressivos.
Outro evento econômico importante que ocorrerá é a Reunião de Ministros das Finanças da Zona do Euro que pode repercutir fortemente nas bolsas do continente, após o pacote Franco-Alemão de Macron e Merkel anunciado ontem para ajudar países demasiadamente afetados pelo covid-19.