Ontem (13), os mercados fecharam a sessão com números negativos. Dessa forma, as quedas foram mais fortes no hemisfério norte. No Brasil, o mercado resistiu fortemente ao longo do dia, mas finalizou o pregão em queda, tal qual os seus pares.
O que mais pesou para os agentes diminuírem sua confiança nos ativos de risco, foi o pronunciamento do presidente do FED, Jerome Powell. O chefe da autoridade monetária informou que a recuperação da economia americana será mais vagarosa que o esperado, mesmo com a reabertura da economia. Trazendo mau humor, não apenas para as bolsas americanas, mas também impactando fortemente os principais mercados europeus.
Nas bolsas dos Estados Unidos, o ambiente de negócios do país também pesou, pelo fato dos atritos com a China continuarem a gerar temor aos mercados. Um fundo federal de pensões chegou a atrasar a transferência de recursos para um índice de ativos chineses, aumentando ainda mais a tensão.
Além disso, as companhias aéreas informaram que a demanda por voos, voltarão aos níveis normais somente em 2025 e grandes players, como o Goldman Sachs publicaram previsões muito ruins em relação à economia americana, com o desemprego podendo chegar aos níveis de 25%.
Assim, o Dow Jones liderou as quedas, com retração de 2,17%. O S&P 500 teve queda de 1,77% e a Nasdaq teve perdas de 1,55%.
Mediante aos temores dos agentes em relação ao desempenho da economia americana, o VIX teve elevação de 5,36%, alcançando os 34,80 pontos.
Na Europa, além das expectativas ruins advindas dos Estados Unidos, a retração do PIB britânico em 5,8% em março e a produção industrial da Zona do Euro teve retração de 11,4%.
Do lado corporativo a queda no lucro do Commerzbank, o segundo maior banco da Alemanha, com prejuízo € 295 milhões e o maior banco da Holanda, o ABN Amro, teve prejuízo líquido de € 395 milhões.
Dado o cenário acima, as quedas foram lideradas por Paris, com retração de 2,85%, seguida por Frankfurt (-2,56%). Milão teve queda de 2,14%. Madrid teve perdas de 1,94% e Londres caiu 1,51%.
No Brasil, a bolsa chegou a operar com ganhos, se descolando das bolsas internacionais, apesar de todo risco advindo do exterior.
O motivo do ânimo no Brasil, se deveu ao fato dos vídeos enviados ao STF terem pouco impacto no processo de impeachment do presidente Jair Messias Bolsonaro. No entanto, ainda à receio em relação ao desenrolar dos possíveis riscos por conta dos atritos entre os três poderes.
O Ibovespa ficou quase no zero a zero, com elevação de 0,13%, a alcançar os 77.772 pontos. O dólar, teve valorização de 0,61% atingindo os R$5,90.
Quanto ao petróleo, apesar dos de estoque de petróleo indicarem retração, os anúncios do FED geraram retração nos preços da commodity.
A referência Brent teve retração de 2,63%, a ser negociado em US$ 29,19 e o barril WTI teve contração de 1,90%, fechando a sessão ao preço de US$ 25,29.
EUA: preços e mercado de trabalho
Hoje (14), serão divulgados os dados referentes à inflação de bens importados e exportados pelo Bureau of Economic análises.
Como o preço é reflexo da demanda por determinado bem, espera-se que tanto o indicador de preços dos bens importados, quanto o dos exportados tenham retração.
Esses preços devem cair devido a baixa na demanda por essa categoria por parte dos americanos, uma vez que as importações caem com a retração da renda dos agentes. Os bens exportados devem ter efeitos semelhantes, pois o resto do mundo também teve perdas significativas geradas pelas medidas de combate ao covid-19.
Assim, a expectativa do mercado é de aprofundamento da retração de tais preços em abril, com queda de 3,1% para os bens importados e queda de 2,1% de desaceleração nos preços dos bens exportados em abril.
No que diz respeito ao mercado de trabalho, o Departamento do Trabalho Americano divulgará o relatório de novos pedidos iniciais por seguro-desemprego, sendo um dado antecedente ao relatório do payroll.
Conforme o mercado espera resultados de reabertura da economia, o número de pedidos pelo benefício também cai, apesar de ainda serem elevados.
A expectativa do mercado é que sejam demandados 22,11% benefícios a menos em relação à última observação, atingindo 2,500 milhões de pedidos.
Europa: IPC da Alemanha e Relatório do BCE
A principal economia da Zona do Euro, terá a divulgação dos dados de inflação sob a perspectiva do consumidor (IPC), para o mês de abril, pela agência de pesquisas Destatis.
Como os agentes ainda estão avaliando se a reabertura da economia alemã de fato trará bons resultados, tendo em vista uma possível segunda onda e que a economia pode levar mais tempo que o esperado para retomar fôlego, os agentes esperam que aceleração nos preços de abril aos mesmos níveis de março.
A esperança dos agentes é que o IPC mensal continue em 0,3% e o anual fique em 0,8%.
Ainda levando em conta as perspectivas em relação ao desempenho da economia europeia, o BCE divulgará o seu relatório, a evidenciar as principais perspectivas dos formuladores de política econômica.
China: vendas no varejo e produção industrial
O National Bureau Statistics of China divulgará os dados referentes às vendas do varejo e a produção industrial para o mês de abril.
Considerando a reabertura da economia chinesa com muitas empresas voltando a operar, os agentes esperam que a produção industrial já alcance números positivos, com elevação de 1,5% em abril. Caso a as perspectivas dos agentes sejam confirmadas, contra a retração de 1,11% registrada em março.
O mercado ainda espera queda nas vendas do setor varejista, pois as expectativas para abril são de retração de 7,0%. Contudo, tal queda é menor quando comparada a observação anterior, em março, quando a retração foi de 15,8%.
A economia chinesa ainda levará um pouco de tempo para se recuperar totalmente, tendo em vista que o país depende do aumento da renda do restante do mundo.
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