Ontem (18), os mercados globais fecharam com direção mista mediante os temores em relação à segunda onda de covid-19 e ao aumento das tensões geopolíticas em todo mundo.
Nos Estados Unidos o anúncio de membros do FOMC a afirmar que a economia ainda não saiu da zona de perigo, o risco político, a possibilidade de uma segunda onda de covid-19 e os dados referentes aos pedidos iniciais por seguro desemprego ficarem acima do esperado, fizeram com que as bolsas não tivessem um bom desempenho, com exceção da Nasdaq.
O Dow Jones teve queda de 0,15%. O S&P 500 ficou quase no zero a zero (+0,04) e a Nasdaq teve ganhos de 0,33%.
O VIX, mesmo com o cenário desafiador, teve queda de 2,48%, cotado a 32,64 pontos.
Na Europa, todas as bolsas fecharam em queda, pressionadas pelas expectativas negativas em relação à segunda onda de covid-19 com o aumento de casos nos Estados Unidos e China, o que pode inviabilizar uma retomada consistente de retomada da economia global.
No Reino Unido estímulos por parte do Banco Central da Inglaterra na economia da região foram insuficientes na visão do mercado, fazendo com que os investidores da região.
Madrid e Frankfurt, tiveram as maiores quedas, com retração de 1,18% e 0,80% respectivamente. Paris perdeu 0,75%. Milão caiu e 0,51% e Londres derreteu 0,47%.
No Brasil, os investidores ignoraram o risco político, a resolução do caso Queiroz relacionado às “rachadinhas” a envolver um dos filhos do presidente da república e o Supremo Tribunal Federal avançando no inquérito das Fake News, não geraram preço. Ao fim do dia, a demissão de Abraham Weintraub fez com que os agentes considerassem um pouco mais o risco político, fazendo o dólar acelerar.
Na conjuntura econômica, apesar da retração no IBC-Br, o mercado considerou que a queda foi inferior que o esperado, fazendo com que os agentes considerem a possiblidade de deterioração mais suave do que imaginavam da economia brasileira.
O Ibovespa teve alta de 0,60%, em 96.125,24 pontos. O dólar subiu 2,07%, cotado a R$ 5,36.
O petróleo teve forte elevação, com a OPEP+ a informar que manterá o compromisso de cortes na produção, com o objetivo de manter o equilíbrio do lado da oferta.
O Brent, fechou com elevação de 1,97%, cotado a US$ 41,51 o barril. O WTI subiu em 2,20%, cotado a US$ 39,05.
Para hoje (19), a agenda de dados de conjuntura econômica estará relativamente vazia, com a empresa de sondas extratoras de petróleo Baker Hughes a anunciar a quantidade de sondas estão a operar em solo americano.
A expectativa é de que haverá queda no número em operação, dado que há receios em relação à retomada da demanda por petróleo, considerando a possibilidade de uma segunda onda e pelo fato da OPEP continuar a honrar seu compromisso de equilíbrio do mercado mantendo a oferta mais restrita.
Também haverá dados relacionados ao comércio internacional por parte do Bureau of Economic Analysis.
O indicador é importante para avaliar o quanto de comércio internacional está aquecido, uma vez que a economia americana é uma das grandes economias importadoras no mundo, uma vez que o dado se refere à soma do da balança comercial (exportação menos importações), balança de rendas (lucros, dividendos, etc.) e transferências unilaterais (doações).
Uma vez que os dados se referem ao primeiro trimestre e boa parte dos importadores globais, principalmente a China, estavam enfrentando a pandemia e tendo queda em suas respectivas rendas, o mercado espera aumento no déficit do indicador, saindo de US$ -109.822 bilhões para US$ -123.863 bilhões.
Ainda, haverá mais pronunciamentos por de membros do FED, inclusive de Jerome Powell, gerando expectativas aos investidores globais.
A agência de pesquisa econômica Destatis publicará os dados referentes a inflação percebida pelos produtores referente ao mês de maio.
Apesar do mês de maio ter sido marcado pelo início da reabertura dos países e por muitas expectativas em torno da retomada econômica, o mercado ainda espera retração no IPP (Índice de preços ao produtor).
Os agentes acreditam que ainda haverá deflação, porque os preços de seus fornecedores recebem um efeito de segunda ordem enquanto a economia retorna, pois os preços começam a subir na ponta do consumidor e, posteriormente ao produtor, o qual esperará um sinal de retorno da demanda, para começar a comprar de seus fornecedores.
Ao ano, esperança do mercado é que o IPP saia de -1,9% para -2,1%. Ao mês, a perspectiva é um suavemente melhor, saindo de -0,7% e indo para -0,3% em maio.
A Eurostatis divulgará os dados referentes às transações correntes para o mês de abril.
Analogamente ao que ocorre com os dados dos Estados Unidos citado acima para o indicador, a expectativa também é de retração, uma vez que que houve queda no volume do comércio em todo mundo.
Espera-se, para as transações correntes com ajuste sazonal, queda de 34,15% saindo de € 40,7 bilhões para € 26,8 bilhões.
O tesourou nacional divulgará os dados referentes à receita tributária. O indicador é importante porque é possível saber o quanto o lado fiscal está respondendo à advinda do covid-19.
Como a receita do governo, como o nome já diz, advém dos tributos, a queda na renda levará a uma diminuição na arrecadação do governo, devido ao aumento do desemprego e diminuição do comércio e da renda.
Assim, espera-se que a Receita Tributária diminuirá, o que gerará deterioração nas contas públicas.