Ontem (16), os mercados internacionais desempenharam bem mediante a onda de otimismo advinda dos estímulos monetários enunciados pelo FED e pelo Banco Central do Japão (BOJ), apesar dos indícios de uma nova onda de covid-19 na China em 20 estados americanos.
Nos Estados Unidos, mediante os estímulos e dados de conjuntura econômica acima do esperado, principalmente no que diz respeito as vendas no varejo, mostrando que maio, com a reabertura de muitos estados americanos, juntamente com a criação de empregos acelerou fortemente o consumo.
Todavia, o aumento de casos de covid-19 podem ter ocorrido por conta da reabertura e, também, devido ao aumento de aglomerações em várias partes do país.
Assim, as bolsas americanas subiram forte e o Dow Jones liderou o rali de Wall Street com ganhos de 2,04%. O S&P 500 e a Nasdaq também subiram em 1,91% e 1,75% respectivamente. O VIX, teve leve queda de 0,90%, chegando aos 34,09 pontos.
A Europa também ignorou a segunda onda de covid-19 e os agentes ficaram de bom humor. O anúncio de ajuda por parte dos bancos centrais fez com que os mercados do velho continente também subissem.
Milão subiu 3,46% seguida por Frankfurt, com ganhos de 3,39%. Madrid registrou avanço de 3,25%. Londres e Paris também tiveram ganhos de 2,94% e 2,84%, respectivamente.
No Brasil, a bolsa foi fortemente influenciada pelo bom humor do exterior, com os investidores ignorando os eventos políticos envolvendo a decisão em relação ao habeas corpus concedido ao ministro da educação Abraham Weintraub, bem como as polêmicas envolvendo o STF os apoiadores do governo.
As vendas no varejo também não assustaram o mercado, apesar de terem alcançado resultado pior que o esperado. Assim, o Ibovespa teve alta de 1,25%, a 93.531 pontos. O dólar, mediante a expectativa de corte nas taxas de juro definida hoje (17) pelo COPOM, teve alta de 1,76%, cotado a R$ 5,32.
O petróleo teve alta juntamente com a recuperação das bolsas mundiais, com a expectativa da manutenção de cortes por parte da OPEP+. O Brent teve elevação de 3,12%, cotado a US$ 40,96 e o WTI teve elevação de 3,39% com o barril cotado a US$ 38,38.
EUA: indicadores do mercado imobiliário e petróleo
Hoje (17), os dados de conjuntura econômica nos Estados Unidos serão referentes ao mercado imobiliário e à produção de petróleo em conjunto com a reunião da OPEP.
Começando pelo mercado hipotecário, o US Departament of Commerce divulgará as licenças para construção e a os indicadores de construção de novas casas para o mês de maio.
Devido as expectativas de melhora da economia e retorno do emprego, por conta da reabertura econômica que dominavam o mês de maio. Os agentes esperam que os indicadores do setor imobiliário tenham aumento. Isso acontece porque os agentes que possuem caixa aproveitam a oportunidade de aquisição dos ativos imobiliários, uma vez que a crise faz com que estes fiquem mais baratos.
O mercado espera que as licenças para a construção de novas casas tenham elevação de 15,20% saindo 1,066 milhão para 1,228 milhão. A construção de novas casas, seguindo a mesma lógica, tem perspectiva de elevação de 22,90% em maio, saindo de 891 mil para 1,095 milhão.
Quanto ao petróleo, mediante a possibilidade de queda da demanda mediante o cenário com possibilidade de uma segunda onda de infecções de covid-19 com aumento de casos na China e nos Estados Unidos, algo que já vinha a ser observado no Japão e Coreia do Sul, a produção poderá voltar a ser cortada.
Após elevação de 5,720 milhões de barris de petróleo bruto produzido em solo americano, os agentes esperam corte de 0,152 milhões de barris.
A produção de petróleo em Cushing, Oklahoma, sendo a referência para a cotação do petróleo WTI negociado em Nova York, tem perspectiva de novo corte, saindo -2,279 milhões, para -2.324 milhões.
Europa: inflação da Zona do Euro
Após a inflação da Alemanha ficarem com resultados dentro de esperado, acelerando com a mesma intensidade em relação à observação anterior, hoje a Eurostat divulgará os dados de inflação para a Zona do Euro.
Os índices relativos ao bloco econômico devem continuar a subir com a mesma força registrada em abril, uma vez que maio, ainda revela a cautela dos agentes, pois, mesmo com a reabertura dos países, os agentes ainda estão cautelosos para tomar suas decisões de consumo.
Assim, o núcleo do IPC (índice de preços ao consumidor), isto é, a inflação excluindo os preços de energia e alimentos, o que seria o consumo autônomo, deve se manter em 0,9% ao ano em maio e, na perspectiva mensal, deve se manter em 0,8%.
O IPC, incluindo os preços de todos os bens, deve se manter com aceleração em 0,1% anualmente e, ao mês, o indicador tem expectativa de ser deflacionário, com queda de 0,1% nos preços.
Brasil: serviços e decisão do COPOM
No Brasil, após a publicação de queda maior que esperado no varejo ontem (16), hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará os dados referentes ao setor de serviços.
Haja vista a queda na renda dos agentes advinda do fechamento do comércio e paralização de muitos negócios, o setor tende ser fortemente afetado pela crise, uma vez que as famílias tendem a diminuir sua demanda por muitos serviços que, em sua maioria, podem não ser essenciais e, as empresas, sem estarem em atividade, não precisarão de alguns serviços. Muito provavelmente, serviços relacionados telefonia e internet serão um dos poucos que não sofrerão com a crise.
Assim, os agentes esperam retração de 15,8% ao ano e de 10,5% ao mês para o mês de abril.
Ainda, haverá o resultado da reunião do COPOM, às 18 horas. A expectativa é de corte 0,75 bases points na taxa Selic, fazendo com que a taxa de juros chegue ao patamar de 2,25%.
Conforme a economia vai se deteriorando, os bancos centrais começam a realizar cortes nas taxas de juros para tentar diminuir os impactos da crise, e o Bacen deve seguir o mesmo caminho.
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