Como funciona na prática o desdobramento de ações

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O desdobramento de ações é uma das formas que as empresas listadas na Bolsa de Valores encontram para angariar mais investidores. Nesse processo, as companhias dividem o número de papéis disponíveis no mercado, tendo mais ações livres. 

Porém, nesse processo, o preço dos papéis cai, o que traz muitas dúvidas para os acionistas iniciantes, que podem pensar que saíram no prejuízo, quando, na verdade, não há nenhuma perda nesse procedimento — algo que não impede que certas questões sejam avaliadas pelos investidores.

Por isso, neste texto, vamos explicar como o desdobramento de ações funciona na prática e o que você, como investidor, deve prestar atenção. Entenda melhor a seguir. 

O que é o desdobramento de ações

Para entender melhor, imagine que as ações de uma empresa disponíveis na Bolsa de Valores formam uma pizza dividida em oito pedaços, mas que servirá mais pessoas. A única forma de fazer isso é cortar os pedaços.

No fim, a pizza continua do mesmo tamanho, mas há mais partes livres: essa é a ideia por trás do desdobramento de ações. Na prática, o patrimônio (o tamanho da pizza) segue o mesmo, mas o número de ações cresce, justamente porque há mais pedaços disponíveis. 

Vamos colocar em números: imagine que você tem 10 ações por R$ 5. Em determinado momento, a empresa informa que fará um desdobramento de 1 para 2. Isso significa que as 10 ações vão se tornar 20, mas, nesse processo, o preço da ação vai ser cortado pela metade. Assim, você seguirá tendo R$ 50, mas, agora, esse valor representa 20 ações, não 10. 

Por isso, para o investidor, não há nenhuma mudança de patrimônio, apenas de quantas ações ele possui. Já para a empresa, isso aumenta a liquidez dos papéis, ou seja, eleva o número de compras e vendas de ações na Bolsa, trazendo mais visibilidade para a companhia. 

Por que fazer o desdobramento?

Geralmente, o processo chamado de split no mercado financeiro acontece quando o preço da ação está em um patamar considerado muito elevado pela companhia. A ideia é tornar o investimento mais acessível, já que, no desdobramento, o preço das ações cai.

Na Bolsa de Valores, é comum que os investidores comprem um lote de 100 papéis. Então, quando o preço estivesse R$ 80, por exemplo, seria necessário desembolsar R$ 800, mas quando há um desdobramento, e o preço cai pela metade, o valor para comprar as mesmas 100 ações também fica pela metade. 

Isso também atrai a atenção de outros investidores, uma vez que as empresas que fazem desdobramento geralmente passam por uma grande valorização. Isso aumenta a base acionária do negócio, sendo positivo para a companhia.

Depois de um desdobramento, muitos investidores questionam se vale entrar no negócio. Ressaltamos que, como esse processo não muda nada nos fundamentos, vale estudar a companhia e saber se ela se encaixa na sua carteira. Saiba em que você deve prestar atenção na hora de investir aqui.

Exemplos de desdobramentos

Várias empresas no Brasil e no mundo fazem desdobramentos todos os anos, inclusive aquelas que abriram capital recentemente. Separamos alguns exemplos reais de processos de desdobramentos de ações recentes. 

Magazine Luiza

Uma das companhias que mais valoriza na Bolsa do Brasil, a Magazine Luiza já fez três desdobramentos. No primeiro e no segundo, ocorridos em 2017 e 2019, cada ação virou oito, depois, em 2020, cada papel virou quatro. Segundo a empresa, a ideia era tornar o preço das ações mais acessível.

Tesla

Este é um exemplo internacional, ocorrido com a montadora de carros elétricos de Elon Musk. Em agosto de 2020, a Tesla anunciou que faria um split de um para cinco, ou seja, cada ação da empresa se tornaria cinco. No dia seguinte do anúncio, os papéis subiram 13%, tamanha foi a procura pelas ações da companhia. 

O contrário de desdobramento: agrupamento

Além do desdobramento, as empresas possuem a opção de juntar várias ações em uma só, o que é chamado de agrupamento ou inplit. Isso costuma acontecer com papéis que desvalorizaram muito. Então, o intuito é elevar os preços para tentar diminuir a volatilidade. 

Dessa forma, a empresa anuncia que cada cinco ações vão virar uma, por exemplo. Porém, como no desdobramento, o investidor não terá nenhuma mudança de patrimônio, apenas no número de ações que possui. 

A Magazine Luiza fez um processo desse em 2015, quando os papéis custavam uma média de R$ 2. Na ocasião, oito ações viraram apenas uma, custando R$ 14.

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