Apesar dos dados ruins de conjuntura econômica nos Estados Unidos, os rumores sobre a reabertura gradativa da economia animaram os agentes em relação as bolsas americanas.
Com os números aquém do esperado, os agentes aumentam suas expectativas em relação às políticas tomadas por parte do governo, com foco em amortecer os impactos causados pelo covid-19, como os recursos para ajudar pequenas e médias empresas no valor de US$ 315 bilhões de dólares por parte da casa Branca.
Dado o cenário acima, a Nasdaq liderou as altas com elevação de 1,66%, O S&P 500 e o Dow Jones subiram cautelosamente, com 0,58% e 0,14%, respectivamente. O petróleo Brent fechou o dia com acréscimos de 0,46%, cotado a US$ 27,82 e o WTI, não ficou em 0,0%, fechando o dia a US$ 19,87.
A percepção de risco dos agentes, medida pelo índice VIX, teve queda expressiva. O indicador teve queda de 0,28%, atingindo 37,76 pontos.
O petróleo fechou o dia quase no zero-a-zero, com cautela por parte dos agentes em relação às próximas decisões de membros da OPEP+ e outros fortes produtores no que diz respeito à produção da commodity.
No Brasil, o cenário político foi preponderante para o desempenho do mercado. O Senado aprovou no primeiro turno o aumento dos gastos do governo federal e concedeu mais liberdade para a atuação do Bacen. A votação em segundo turno será realizada hoje (17). Contudo, a PEC precisará retornar para a câmera, por conta da alteração no texto quanto a possibilidade de compra de títulos privados por parte do Bacen.
Outro fator de natureza política que trouxe volatilidade para o mercado são os ruídos de comunicação em torno do covid-19, mesmo com o anúncio do governo federal a obrigar os hospitais a divulgarem dados, inclusive das recuperações.
Ao fim do dia a decisão de Bolsonaro de demitir Mandetta não gerou muitas modificações no mercado, tendo em vista que tal decisão já estava precificada pelos agentes. Assim, o Ibovespa teve queda de 1,29%, alcançando 77.811 pontos e o dólar comercial teve ganhos de 0,27%, fechando a sessão cotado a R$ 5,25.
Na Europa, os mercados perderam força mediante aos novos dados de seguro-desemprego, desempenhando, novamente, resultado pior que o esperado, atingindo 5,245 milhões de pedidos. Assim, as bolsas fecharam o dia sem direção única.
Contudo, o fato de alguns países começarem a abrir a economia cautelosamente e anúncios de abertura como foi feito pela chanceler alemã, Angela Merkel, e de Donald Trump, faz os agentes terem cautela quanto ao mercado de ações.
Em contrapartida, não obstante o número acima dos 2 milhões de infectados, a queda na aceleração do Coronavírus trouxe um pouco de fôlego para alguns ativos.
Assim, entre as principais bolsas do velho continente, Londres liderou os ganhos com elevação de 0,55%. Milão teve ganhos de 0,29% e Frankfurt subiu 0,21%. Madrid e Paris tiveram perdas, com desaceleração de 1,11% e 0,08%, respectivamente.
Hoje (17), diferentemente dos outros dias da semana, haverá uma agenda sem tantos dados. A empresa Baker Hughes contará suas sondas de modo a avaliar a produção de petróleo em solo americano.
Desde o dia 13 de março a companhia vem a contabilizar números cada vez menores, evidenciando os efeitos do covid-19 no mercado de petróleo. Como a demanda retraiu muito, a ponto dos relatórios da OPEP e do Departamento de Energia dos Estados Unidos informarem que os cortes anunciados pelos membros da OPEP+ e outros produtores como EUA, Brasil e Canadá, não serão suficientes para sustentar os preços da commodity.
Também será divulgado o Índice de Indicadores Antecedentes pelo The Conference Board, que é um compilado de indicadores da economia americana, incluindo o número médio de pedidos por seguro desemprego durante quatro semanas, encomendas de bens duráveis, pedidos de bens manufaturados pelo ISM, pedidos de bens duráveis (excluindo defesa), licenças de construção, spread das taxas de juros, confiança média do consumidor para as condições de negócios e semana de trabalho média no país.
Assim, o dado é um balizador informando uma tendência para o nível de atividade dos EUA. Como o covid-19 gerou fortes impactos na economia, principalmente durante o mês de março, a expectativa do mercado é de forte retração, saindo de um avanço de 0,1% em fevereiro, para retração de 7,0% para o mês de março.
Na Zona do Euro, a Eurostat divulgará os dados referentes à inflação para março e produção do setor de construção de fevereiro. Além disso, será anunciado o índice de preços ao consumidor, tanto na perspectiva anual quanto na análise mensal, que deve ficar quase inalterado em relação a fevereiro, de acordo com as perspectivas do mercado.
Anualmente, a inflação deve ter manutenção de 0,7% e na análise mensal, aceleração de 0,5%, contra inflação de 0,2% na observação industrial. Com a exclusão dos preços e energia, a expectativa do mercado é de que o índice varie muito pouco em relação ao mês de fevereiro. O núcleo do IPC anual deve ter aumento apenas de 0,1 p.p, acelerando 1,1% e há previsão de aceleração de 1,1% sem mudança em relação a fevereiro.
Quanto ao setor de construção, será divulgado o indicador de Produção do Setor de Construção, que se refere ao mês de fevereiro, assim pode registrar queda, tendo em vista o avanço do covid-19 para o mês.