Nesta quinta-feira, os balanços estão novamente no centro das atenções dos investidores, mas outros eventos importantes também devem ser acompanhados. No que diz respeito a resultados, Ambev e Bradesco divulgaram seus números do segundo trimestre hoje pela manhã, e ontem, GPA, Carrefour e EDP Energias do Brasil anunciaram seus resultados.
O Bradesco apresentou lucro líquido recorrente de R$ 6,462 bilhões no segundo trimestre, 25,2% maior que o visto no mesmo período do ano passado, de R$ 5,161 bilhões. Na comparação com os três meses anteriores, quando ficou em R$ 6,238 bilhões, a alta foi de 3,6%. O resultado ficou em linha com as estimativas do mercado, de R$ 6,413 bilhões, conforme a média de cinco casas consultadas pelo Prévias Broadcast (BTG Pactual, Citi, Eleven, UBS e XP).
“Esta evolução reflete o aumento da margem financeira, menores despesas com provisões (expandida), maiores receitas de prestação de serviços e a contribuição das operações de seguros, previdência e capitalização”, detalha a instituição no documento. O patrimônio líquido do Bradesco alcançou R$ 133,636 bilhões no segundo trimestre, elevação de 18,2% em um ano.
“O resultado do Bradesco veio muito bom e deve impulsionar as ações. Ainda que o lucro líquido tenha ficado em linha com as expectativas de mercado, um crescimento de 25% é muito positivo, além do destaque de expansão da carteira de crédito e do ROE. Banco tem a capacidade de se ajustar ao momento ruim da economia e devemos ver outras instituições reportando resultados sólidos, com exceção, talvez, de Banco do Brasil devido às perdas com Odebrecth”, apontou o analista da Mirae Asset Pedro Galdi.
Hoje, acontece evento na B3 que marca a oferta pública de ações da BR Distribuidora que representou a diminuição da participação da Petrobras na companhia, a partir das 9h. O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, falará com a imprensa. E a Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) anuncia seu balanço do primeiro semestre, às 10h.
No exterior, as bolsas asiáticas fecharam em alta à medida que os investidores digeriram positivamente as relações comerciais entre Estados Unidos e China, depois que os dois países confirmaram que autoridades se reunirão na próxima semana em Xangai. Já na Europa, as praças sobem, com os investidores empolgados com a segunda rodada de afrouxamento monetário promovida pelos bancos centrais de todo o mundo, no aguardo pela decisão do Banco Central Europeu hoje às 8h45.
Ambev
A Ambev registrou lucro líquido ajustado de R$ 2,712 bilhões no segundo trimestre de 2019, resultado 16,1% maior que os R$ 2,335 bilhões apurados em igual período no ano passado. O resultado ficou 42,1% acima do R$ 1,908 bilhão estimado pelo mercado, conforme a média de cinco instituições financeiras consultadas pelo Prévias Broadcast (Brasil Plural, XP Investimentos, BB Investimentos, Safra e Santander).
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do período subiu 0,4%, para R$ 4,691 bilhões, em linha com a média das projeções, que era de R$ 4,644 bilhões. Já no critério orgânico, aplicando-se taxas de câmbio constantes, o Ebitda teve crescimento de 0,3%. A margem Ebitda ajustado passou para 38,6%, de 40,6% no segundo trimestre de 2018.
A Ambev registrou aumento no volume vendido de cerveja no Brasil no segundo trimestre de 2019, chegando a 18,25 milhões de hectolitros, 2,9% a mais que o reportado entre abril e junho do ano passado.
“O resultado de Ambev deve ser neutro para as ações, uma vez que o lucro líquido foi impulsionado por resultados financeiros, enquanto que o operacional segue enfraquecido por causa da pressão dos custos. Com isso, o crescimento da margem Ebitda foi muito baixo, o que desagrada o mercado”, destacou Galdi.
GPA
O GPA registrou lucro líquido dos acionistas controladores no segmento alimentar após o IFRS 16 de R$ 490 milhões no segundo trimestre deste ano, representando alta de 217,4% em relação ao desempenho do mesmo período do ano passado.
O Ebitda ajustado no segmento alimentar somou R$ 888 milhões, avanço de 0,9%. A margem Ebitda ajustada ficou 6,8%, significando queda de 0,7 ponto porcentual. Já a margem bruta recuou 1,4 ponto porcentual, para 21,6%.
O Conselho de Administração do GPA autorizou o início dos trabalhos preparatórios objetivando a migração da empresa para o Novo Mercado da B3, considerando-se a conversão das ações preferenciais em ações ordinárias na proporção de 1:1. Uma nova reunião do colegiado será convocada para aprovação da proposta de migração.
O colegiado também orientou que sua subsidiária operacional Sendas Distribuidora aprove o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA), em dinheiro, de até a totalidade das ações de emissão da colombiana Almacenes Éxito. O preço a ser oferecido na OPA é de 18.000 pesos colombianos por ação da Éxito, o qual representa, nesta data, o equivalente a aproximadamente R$ 21,20, diz a empresa.
Carrefour
O lucro líquido reportado aos controladores do Carrefour Brasil somou R$ 408 milhões no segundo trimestre de 2019, já com a norma IFRS 16, informou a empresa nesta quarta-feira. O resultado representa alta de 7,9% na comparação com igual período de 2018. Já o lucro líquido sem o ajuste da regra IFRS 16 subiu 11%, para R$ 419 milhões.
A empresa também informou o resultado consolidado dos primeiros seis meses de 2019, com lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 814 milhões no cálculo com IFRS 16 e de R$ 832 milhões sem a norma, correspondendo a altas de 16,5% e de 19%, respectivamente.
O Ebitda ajustado pós-IFRS 16 ficou em R$ 1,117 bilhão no trimestre, alta de 19,6% na comparação anual. Sem a norma, o Ebitda ajustado somou R$ 1,053 bilhão, alta de 12,7%.
Além disso, o Carrefour aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio no valor bruto de R$ 470 milhões, equivalente a R$ 0,236920639 por ação. Este montante será pago em duas parcelas de igual valor, no montante bruto de R$ 235 milhões, equivalente a R$ 0,118460319 por ação. Terão direito aos proventos os acionistas em 21 de agosto, sendo que a partir de 22 de agosto as ações serão negociadas ex-juros. O pagamento da primeira parcela ocorrerá no dia 27 de setembro e o da segunda, em 29 de novembro.
EDP Brasil
A EDP Energias do Brasil registrou lucro líquido consolidado de R$ 188,9 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 17% ante os R$ 227,67 milhões apurados na mesma etapa do ano passado.Com isso, no semestre, o resultado líquido soma R$ 484,59 milhões, montante 9,7% superior aos R$ 441,8 milhões verificados na primeira metade de 2018.
O Ebitda reportado entre abril e junho ficou em R$ 555,75 milhões, queda de 6,8% ante os R$ 596,29 dos mesmos meses de 2018. No acumulado dos primeiros seis meses deste ano, a linha alcançou o R$ 1,26 bilhão, 1,6% acima dos R$ 1,24 bilhão anotado em igual etapa do ano passado.
O lucro ficou 10,8% abaixo dos R$ 211,9 milhões estimados pelo mercado, segundo a média das projeções de cinco casas consultadas pelo Prévias Broadcast (BTG Pactual, JPMorgan, Eleven, Santander e XP Investimentos). O Ebitda, por sua vez, foi 8,3% menor do que os R$ R$ 605,8 milhões projetados pelos analistas de mercado que acompanham a companhia.
Petrobras
A Petrobras assinou dois contratos para venda de ativos de exploração e produção, em águas rasas nas Bacias de Campos e Santos, no valor total de US$ 1,5 bilhão, cerca de R$ 5,7 bilhões. As transações são referentes à venda de 100% da sua participação nos Polos Pampo e Enchova, localizados em águas rasas na Bacia de Campos, para a Trident Energy do Brasil, uma subsidiária da Trident Energy; e venda de 100% da sua participação no campo de Baúna (área de concessão BM-S-40), localizado em águas rasas na Bacia de Santos, para a Karoon Petróleo & Gás Ltda, subsidiária da Karoon Energy.
Nos polos Pampo e Enchova, o valor da transação é de US$ 851 milhões, a ser pago em duas parcelas (US$ 53,2 milhões na assinatura do contrato e US$ 797,8 milhões na data de fechamento da transação). O contrato de venda prevê ainda o pagamento adicional de valores contingentes de até US$ 200 milhões, a depender dos preços futuros do petróleo. No campo de Baúna, o valor da transação é de US$ 665 milhões, a ser pago em duas parcelas (US$ 49,9 milhões nesta data, com a assinatura do contrato, e US$ 615,1 milhões na data de fechamento da transação, sem considerar os ajustes devidos).
Em um revés para a companhia, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) proferiu mais uma decisão desfavorável em processo administrativo fiscal. Desta vez, em uma ação que trata da cobrança de Cide-Importação sobre as remessas ao exterior para pagamento de contratos de afretamento, no ano calendário de 2010, no valor aproximado de R$ 2,7 bilhões.
Além disso, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está analisando as informações prestadas pela Petrobras sobre a precificação que a estatal pratica no GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) residencial e o industrial/comercial.
De acordo com o diretor-geral da ANP, Decio Oddone, se a empresa não apresentar uma “prática adequada” na precificação do produto, o próximo passo será entrar com uma reclamação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que já julgou outras questões de concentração de mercado da petroleira nas áreas de refino e do gás natural.
Cemig
Duas subsidiárias da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) anteciparam pagamentos de dívidas que, somadas, totalizam R$ 3,7 bilhões. Foram utilizados os recursos captados via emissão de debêntures realizadas recentemente pelas empresas.
A Cemig Distribuição quitou pagamentos que totalizaram R$ 3,644 bilhões em valor principal, juros e encargos. Na última quarta-feira (23), a Cemig D informou a conclusão da sua 7ª emissão de debêntures, de R$ 3,66 bilhões. Já a Cemig Geração e Transmissão (Cemig GT) amortizou R$ 125 milhões de sua 7ª emissão de debêntures, com vencimento final em dezembro de 2021.
Even
A construtora Even contratou o Credit Suisse (Brasil) para assessorar o processo de venda do Hotel Fasano Itaim. Conforme divulgado em fato relevante em dezembro do ano passado, a companhia anunciou que em parceria com a marca Fasano desenvolverá um complexo que reunirá o primeiro residencial da marca e o segundo Hotel Fasano da cidade de São Paulo, que será construído pela própria companhia e operado pelo Grupo Fasano.
Energisa
A Energisa divulgou seus dados operacionais do mês de junho e do segundo trimestre. O consumo de energia elétrica, no mercado cativo e livre (8.816,2 GWh), do Grupo Energisa apresentou aumento de 3,5% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. Considerando o fornecimento não faturado, o volume foi de 8.775,6 GWh, o que significa um aumento de 5,0% na mesma base de comparação. “O desempenho no trimestre deve-se, principalmente, ao aumento do consumo de energia das classes residencial (+4,6%), comercial (+4,0%) e industrial (+2,0%)”, destacou a empresa.
Hapvida
A operadora de planos de saúde Hapvida informou hoje que o preço da ação em sua oferta subsequente (follow-on) foi definido em R$ 42,50.
Segundo o fato relevante, foram colocadas na operação 55.728.000 novas ações (considerando o lote adicional), de modo que a oferta totalizou R$ 2,37 bilhões.
A oferta é primária, ou seja, injetará recursos no caixa da companhia. Segundo a Hapvida comunicou ao anunciar o follow-on, os recursos serão utilizados para o fortalecimento de sua estrutura atual e de companhias recém-adquiridas. Além disso, a empresa mira aquisições “que possam contribuir para a execução de sua estratégia de expansão para novos mercados”.
Fonte: AE BROADCAST