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As ações que mais caíram ao longo do mês! Confira quais foram:

Written by Nova Futura | 20/10/2023 19:34:03

Em momentos de crise econômica e incertezas, o mercado financeiro tende a ter um desempenho ruim, pois vários ativos cotados nas bolsas de valores mundo a fora registraram resultados negativos. Isso acontece porque os mercados financeiros refletem as condições econômicas de um país, de modo que as ações das empresas presentes nos índices, transmitam as expectativas dos agentes em relação ao momento econômico.

Desse modo, como existem setores que são mais sensíveis quando se trata de crises econômicas, ou até mesmo reveses políticos, as ações das empresas de setores mais expostos terão quedas maiores.

Por outro lado, as crises são apenas locais, gerando impacto em apenas um país ou região. Um exemplo historicamente próximo, foi a crise ocasionada pela má gestão econômica do governo de Dilma Rousseff, que gerou instabilidades no campo político levando a um impeachment. O evento fez com que o risco percebido em relação ao Brasil aumentasse consideravelmente, o que fez a bolsa brasileira cair fortemente, sem gerar impactos em outros mercados, como o americano ou europeu.

Crises econômicas

Quando a crise possui proporções internacionais, como a crise financeira de 2008, a crise da Rússia em 1998 ou as crises do petróleo em 1973 e 1979, o efeito se alastra mundialmente. Dessa forma, faz os mercados financeiros amargarem quedas abruptas. Pois em crises assim, o crescimento econômico do mundo fica comprometido e os agentes retiram seus recursos de qualquer ativo de risco. Então, como consequência alocam em ativos mais seguros, mesmo que gerem menor rentabilidade.

Atualmente, o mundo vive uma crise de proporções internacionais. Assim podendo afetar vários mercados de forma simultânea. No entanto, o fato da economia ser cada vez mais globalizada e a China ter grande participação na economia mundial, fizeram as bolsas de todo mundo sofrerem. Além disso, ao longo desse ano a doença tomou proporção pandêmica, atingindo todos os continentes.

Impactos do coronavírus nas ações

Ademais, os impactos do novo coronavírus, o mercado também sofre com os efeitos da guerra comercial em torno dos preços do petróleo, travada por sauditas e russos. Os preços da commority caem naturalmente com a queda no crescimento econômico, por menor demanda e a embate entre os membros da OPEP+ geram uma pressão a mais de queda nos preços.

Tendo em vista esse cenário, é comum que ações dos mesmos setores sofram, mesmo que em países diferentes.

Certamente, a crise gerada pelo covid-19 força governos de todo mundo fecharem suas fronteiras nacionais e internacionais. Setores relacionados à aviação, passagens aéreas e vagens no geral sofrem fortemente.

Sendo assim, com a queda na livre mobilidade, há menor demanda por passagens. Além diso, as pessoas que estavam com passagens marcadas buscam o cancelamento pelas mesmas. Assim, há queda na receita dessas empresas gerando problemas nos caixas.

As cinco maiores quedas de ações no Ibovespa

Antes de mais nada, no Ibovespa entre as cinco ações que mais caíram, entre o dia 21 de fevereiro e 20 de março, quatro possuem relação com o setor de viagens.

Em primeiro lugar, a Gol (GOLL4) foi a empresa que mais caiu no período. Bem como, no dia 21 de fevereiro, a ação fechou cotada a R$ 33,82 e no dia 20 março, encerrando o pregão a R$ 7,28. Como resultado, a variação de preços entre as datas acumulas apresentam retração de 78,47% no papel da empresa.

Em terceiro lugar, a Azul (AZULL4) tinha suas ações cotadas em R$ 35,52 no dia 21 de fevereiro e fechou o dia 20 de março em R$ 13,80. Desse modo, retraindo 75,20%.

Com a quarta maior queda, a companhia de viagens CVC (CVCB3), teve perda de 73,41% em suas ações no período, saindo de R$ 30,88 e indo para R$ 8,21. Entretanto a empresa já passava por problemas gerados pela quebra da Avianca. Assim, a crise atual intensificou as perdas das ações da empresa.

A Smeles (SMLS3) ficou em quinto lugar, e teve redução 73,16% no valor de suas ações. Como a empresa trabalha com milhas aéreas, as expectativas dos agentes em relação a companhia também foram muito negativas, de modo que o papel saísse de R$ 37,52 em 21 de fevereiro e chegasse a R$ 10,07 em 20 de março.

IRB Brasil

Em segundo lugar, pulado na lista pelo fato da queda ter outra origem, quem amargou uma das maiores quedas foram as ações da resseguradora IRB Brasil. Logo, a empresa ficou marcada por desconfianças após a gestora de recursos Squadra alegar irregularidades no balanço da instituição.

Apesar da resposta do IRB com nova auditoria das contas da empresa, a crise de confiança à companhia perduraram. Então, como a instabilidade econômica e política geram aversão aos agentes, instabilidades quanto à gestão de uma empresa também aumentam em relação ao risco percebido no que se diz respeito a ela.

Com isso, o papel escalou vertiginosa a queda, saindo de R$ 32,52 em fevereiro desse ano e fechando o dia em 7,30 em março, acumulando perda de 77,55%.

No Dow Jones

Analogamente, a bolsa mais antiga dos EUA, o Dow Jones também apresentou forte queda nos ativos de empresas ligadas ao setor de viagens e aviação.

Contudo, a Boeing, mesmo com a possível ajuda de US$ 60 Bilhões por parte do governo americano, registrou forte queda. Dessa forma, as ações da companhia aérea caíram 71,24%, saindo de US$ 330,38 e indo para US$ 95,01 entre 21 de fevereiro e 20 de março respectivamente. Além de perder com a restrições adotadas para o combate do avanço do covid-19, a empresa parou sua produção na região de Seattle, após um funcionário morrer por conta da infecção do coronvírus.

Apesar de a companhia ter uma estrutura diversificada, prestando serviços de viagem, manutenção de aeronaves, desenvolvimento de aeronaves comerciais, particulares e de defesa, ela tem perdas significativas em suas receitas com o lockdown.

American Express

Sendo assim, outra empresa pertencente ao Dow Jones que tem relação ao com o setor de viagens é a American Express. A empresa de serviços também sofreu fortemente com os efeitos negativos gerados pela pandemia de coronavírus.

Além de fornecer serviços de viagens, ela também obtém receitas intermediando dinheiro. Mas diferentemente de empresas como Visa e Mastecard, a American Express também é uma credora. Pois ela empresta o dinheiro para os comerciantes quando algum agente faz compra no cartão de crédito. Com o fechamento do comércio, possível quebra de muitas pequenas empresas e redução no consumo, a empresa também sofre com o cenário atual.

Ao mesmot tempo a empresa acumulou queda de 45,06% para o período. Em 21 de fevereiro, as ações da companhia estavam cotadas em US$ 134,90 e fecharam o pregão de 20 de março em US$ 74,12.

United Technologies Corporation

Por fim, a United Technologies Corporation é outra empresa que acumulou forte perdas na bolsa de valores. Apesar de um conglomerado de empresas com alto nível de diversificação, atuando na produção e venda de motores de aeronaves, elevadores, escadas rolantes, equipamentos de aquecimento, ar condicionado, helicópteros, sistemas aeroespaciais, sistemas de células de combustível e equipamentos de segurança contra incêndio. A companhia é fortemente exposta à China, dado que o país é um dos maiores consumidores de novos equipamentos, representando 63% da demanda mundial segundo a KONE.

Dentre as empresas que pertencem ao conglomerado, a Otis, empresa do grupo que vende e produz equipamentos, tem aproximadamente 17% de suas vendas destinadas para China e a Carrier, empresa ligada ao ramo de ar condicionado. Como resultado, teve aumento de 90% de sua participação no país no ano passado.

Assim, mesmo com o controle no número de infectados pelo covid-19 no país asiático, a empresa apresenta fragilidade à crise. Uma vez que a economia chinesa ainda não está recuperada dos efeitos do coronavírus.

Dado o cenário e a sua estrutura, a companhia registrou queda de 45,53%, saindo de US$ 151,52 em 21 de fevereiro para US$ 82,53.

Guerra comercial e ações

As outras duas empresas que registraram as maiores quedas no índice Dow Jones, foram empresas do setor de petróleo e gás. Sendo elas: a Chevron, com queda 45,52%, saindo de US$ 109,01 para US$ 59,39 e a ExxonMobil saiu de US$ 56,36 para US$ 30,90, com retração de 45,17%.

O motivo da queda dessas empresas foi a guerra comercial entre Arábia Saudita e Rússia. Pois, o preço do barril de petróleo já vinha em queda, por conta da desaceleração da economia mundial decorrente do coronavírus.

Bem como, a desaceleração da economia faz com que a demanda pela commodity cai internacionalmente. O petróleo é matéria prima em vários setores da economia e com desaceleração, há menor produção de bens.

Com o objetivo de manter os preços do petróleo acima da barreira dos US$ 30,00 o barril, a Arábia Saudita, juntamente com os outros membros da OPEP propuseram aos russos redução da produção de petróleo. Todavia, os russos não aceitaram a proposta, e como retaliação Mohammad bin Salman ordenou o aumento da produção saudita ao máximo, pressionando os preços para baixo como forma de prejudicar os russos que desejavam continuar com alto nível de produção e preços segurados pela OPEP.

Assim, empresas do setor petroleiro sofreram fortemente em todo mundo. No Brasil, por exemplo, a Petrobras (PETR4) 74,15% e Petrorio (PRIO3) caíram 58,82%.

Outro fator que impacta fortemente as empresas americanas, é fato de que as companhias também fazem exploração em campos de xisto. Assim, as empresas possuem parte da receita fortemente afetada pela queda nos preços de petróleo. Pois mais produção é perdida e o retorno para essa tecnologia precisa ser mais rápido.

S&P 500

No S&P 500 o maior índice americano, os ativos que tiveram as maiores quedas no período pesquisado, foram do setor de petróleo e gás. Isso se deve aos mesmos motivos das quedas nos preços das ações de Chevron e ExxonMobil.

A Apache em 21 de fevereiro tinha suas ações negociadas a US$ 28,40 e em 20 de março as ações estavam em US$ 4,83. A queda foi de 83%

Norwegian Cruise Line, registrou derretimento de 81,43% em seus papéis negociados em bolsa, com o preço saindo de US$ 46,97 para US$ 8,72.

A Occidental Petroleum, empresa cuja grande aposta nos últimos anos foi a extração em campos de xisto, somou redução de 75,71% no valor das ações, passando de US$ 42,12 para US$ 10,23 para os dias analisados.

Halliburton, em 21 de fevereiro estava com suas ações cotadas a US$ 21,26 e em 20 de março, os ativos estavam a ser negociados por US$ 5,05.

Oneok

Por fim, a quinta maior queda do índice, foi da Oneok, também com a exposição aos campos xisto. A ação da empresa saiu de US$ 77,60 para US$ 20,67 em 21 de fevereiro e 20 março respectivamente.

Como foi identificado, todas as empresas com as maiores quedas do S&P 500 recebem forte impacto de problemas no mercado de petróleo, o qual é muito volátil. Além disso, as cinco empresas com o pior desempenha do índice se alavancaram muito nos últimos anos com o objetivo de estenderem a produção.

Vale lembrar que os preços da commodity aumentaram fortemente ao fim de 2018. Com cotação de aproximadamente US$ 45,00 o barril e chegou à média de aproximadamente US$ 60,00 até o início desse ano. O choque sistêmico decorrente do covid-19 e o impasse entre sauditas e russos forçaram foram as variáveis que fizeram tais empresas terem perdas tão significativas. 

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