Novamente os mercados internacionais subiram com base nas expectativas relacionadas a aprovação do pacote de estímulo fiscal para economia americana por parte dos republicanos.
Apesar do forte aumento nos pedidos iniciais por seguro desemprego, alcançando 3,283 milhões de pedidos, contra a expectativa de 1,650 milhões e mostrando os efeitos devastadores do covid-19 na economia americana, os mercados se animaram com a notícia, tendo em vista que dados assim pressionam democratas e republicanos a chegarem a um consenso quanto ao pacote trilionário de estímulo fiscal, o qual foi aprovado no senado e só falta passar pela câmera para ser assinado na Casa Branca.
A reunião do G20 também trouxe ares positivos para o mercado, tendo em vista que o grupo concorda em fazer o que for necessário para que o novo coronavírus seja combatido, podendo injetar US$ 4,8 trilhões na economia.
Assim, as bolsas americanas fecharam e alta. O Dow Jones acelerou 6,38%. O S&P 500 se elevou em 6,24 e a Nasdaq, após não acompanhar o as demais bolsas no dia 25, se superou 4,22%.
O VIX continuou do patamar dos 60 pontos, atingindo 61,00 pontos, com queda 4,61%.
O petróleo, por conta das indefinições em relação à briga entre russos e sauditas e inseguranças no que diz respeito à demanda pela commodity. Assim, houve queda de 5,72% com preços atingindo a cotação de US$ 23,09.
Os ativos brasileiros, seguindo o mesmo caminho dos mercados internacionais, registraram alta e os agentes procuraram oportunidades em ativos de setores mais frágeis, mostrando apetite pelo risco.
Contudo, ainda há entrave entre o governo federal e a esfera estadual, de modo que a instabilidade política perdure no país. Contudo, mesmo com os entraves pró e contra o lockdown, são discutidas medidas para que as famílias continuem com renda por intermédio de vouchers, por exemplo. O setor privado também busca alternativas, concedendo crédito à clientes, adiantamento de salários e não cobrar aluguéis.
Assim, o principal índice da B3 teve aceleração de 3,67%, alcançando 77709,66 pontos.
O câmbio fechou com nova retração. O Dólar comercial teve retração de 0,56% fechando o dia em R$ 4,9939. As quedas consecutivas ocorrem pelo animosidade dos investidores estrangeiros fizeram os mesmos buscarem oportunidades em ativos mais arriscados, em ativos de países emergentes.
Na Europa, apesar do aumento no número de mortos em vários países do continente, há boas expectativas dos investidores por conta do pacote fiscal americano, os anúncios da reunião do G20 e com a Alemanha caminhando com o pacote de € 750 bilhões.
No Reino Unido, o Rishi Sunak informou que o Reino Unido pagará os autônomos afetados pelo covid-19 com 80% dos salários para autônomos que ganhem mensalmente rendimentos de até £ 2.500,00. Na semana anterior o ministro das finanças britânicas já havia informado que subsidiaria os salários de trabalhadores formais.
Além disso, o Banco Central Europeu anunciou que está disposto a disponibilizar a ferramenta das transações monetárias definitivas (OMT), permitindo ao Banco comprar quantidades ilimitadas de dívida soberana em países que acessam o fundo de resgate da Europa.
Os ativos franceses lideraram a alta, com Paris subindo 2,51%. Londres se elevou em 2,24%. Frankfurt, subiu 1,28%. Madrid, acumulou ganhos de 1,31% e Milão, se elevou sensivelmente em 0,73%.
No Brasil, a agenda econômica será relativamente vazia. O IBGE divulgará o índice de preços ao produtor para fevereiro.
Em janeiro, o indicador já demonstrou queda saindo de 0,65% para 0,32%. Isso aconteceu pelo fato da desaceleração econômica, mesmo antes do covid-19, já não mostrava a recuperação esperada.
Para fevereiro, o mercado espera que as aquedas se acentuem, tendo em vista que a desaceleração econômica se acentuou durante o mês, isso mostra que os produtores não conseguirão repassar os custos de produção para os produtos devido à queda na demanda.
Como o indicador é uma compõe outros indicadores de inflação, mostrando uma tendência de queda na inflação geral, gerando ainda mais espaço para interferências do banco central devido ao aumento do hiato entre a inflação observada e a meta de inflação.
Hoje (27), após dados estarrecedores nos pedidos iniciais por seguro desemprego e PIB trimestral estável divulgados ontem (26), a maioria dos dados econômicos para os EUA estão relacionados à variável consumo.
A Universidade de Michigam fornecerá os dados de clima e percepção e clima do consumidor para o mês de março.
O indicador é importante pois mostra o quanto as famílias estão consumindo. A elevação desses indicadores mostram aquecimento da economia e que os agentes estão positivos quanto a conjuntura econômica demarcada.
A expectativa é que o indicador sofra queda. A crise econômica decorrente do coronavírus diminui fortemente os empregos o que foi traduzido pelo número elevado por pedidos iniciais por seguro desemprego.
Ainda, o Bureau of Economic Analysis, divulgará os gastos mensais, também relativos à evolução da variável consumo. Como o dado é referente à fevereiro, ele também é parte explicativa da inflação e do crescimento econômico da economia americana para o mês de fevereiro. As expectativas do mercado é que os gastos cresçam fracamente em 0,2%, mesma evolução da última observação.
A queda nos dados citados acima impactam diretamente os indicadores de inflação, pois com a queda do consumo e desaceleração econômica há queda na demanda e, com isso, pressões deflacionárias.
O PCE (índice de preços) divulgado pelo US Departament of Commere também deve seguir a trajetória de baixa ou, até mesmo manutenção. Não obstante, o dado se refere à variação nos preços de fevereiro, no mês a economia americana já mostrava indícios de desaceleração.
Também há a divulgação de dados referentes ao mercado de petróleo. A contagem de Sondas Baker Hughes mostram o quanto está sendo produzido setor de petróleo e gás nos EUA, traduzindo, também, a demanda por petróleo.
Devido as pressões oriundas do problema entre Rússia e Arábia Saudita e a queda da demanda global pela commodity, decorrente da desaceleração econômica causada pelo covid-19, foram contabilizados números cada vez menores de sondas e, espera-se, que o número continue a cair ou que fique estável.