Alta com melhora no cenário fiscal e dados importantes nos EUA

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Setembro começou animado para as bolsas nas Américas, mas na Europa, os indicadores econômicos do dia não ajudaram os principais índices do continente. Os indicadores de atividade dos Estados Unidos, agradaram os investidores e em São Paulo, a despeita da retração no PIB, o cenário fiscal trouxe alívio aos agentes.

O pregão de Nova York, teve pregão da terça-feira (01), em alta, mediante aos dados acima das expectativas do PMI publicado pela IHS Markit e da ISM Inc. Além disso, o discurso de Brainard, membro do FOMC, foi positivo.

 A economista enxerga um cenário de melhoras para a economia do país, fazendo preços no mercado.

As ações   de tecnologia, também contribuíram fortemente para o avanço do S&P 500 e da Nasdaq.

O Dow Jones, teve elevação de 0,76%. O S&P 500, teve subiu de 0,75% e a Nasdaq, ganhou 1,39%.

Mais uma vez, as bolsas europeias fecharam em queda na maioria das praças do continente.

Hoje, os drivers para a queda foram os dados decepcionantes de conjuntura econômica. Os números do PCI (índice de preços ao consumidor), registraram queda para Zona do Euro em 0,4% ao mês e de 0,2% ao ano, aumentando o risco de depressão para o bloco. Assim, a manutenção dos juros baixos pro parte do BCE (Banco Central Europeu), perdurarão por mais tempo.

Quanto à atividade econômica, os PMI’s dos países da Zona do Euro e do Reino Unido decepcionaram, alcançando números aquém do que fora projetado pelo mercado.

Todavia, os dados referentes ao mercado de trabalho na Alemanha, vieram positivos, com diminuição no desemprego e manutenção da taxa.

Londres, teve retração de 1,70%. Milão, perdeu 0,20%, seguido de Paris e Milão, ambos perdendo 0,18%. Frankfurt, foi o único mercado com avanço, com aumento de 0,22%.

No Brasil, a despeito da forte queda no PIB, o qual já estava precificado pelo mercado, vindo dentro do intervalo esperado, o mercado subiu bem com as perspectivas de reformas.

Além disso, a reforma administrativa que, segundo Guedes, deve sair essa semana. Essa reforma, apesar de não gerar impacto direto na economia brasileira, ela contribuirá para o cenário fiscal, diminuindo o risco percebido em relação ao país.

Olhando para o cenário externo, os dados dos Estados Unidos e da China, contribuíram para a elevação do principal índice da demanda.

O Ibovespa, teve elevação de 2,82%, a 102.167,65 pontos. O dólar, com a queda do risco, teve aumento queda de -1,74%, a R$ 5,39.

As referências do petróleo fecharam o dia em elevação, impulsionadas pelos dados do PMI da China e Estados Unidos, o que gera perspectivas favoráveis em relação ao comportamento da demanda pela commodity.

O WTI, teve elevação de 0,35%, a US$ 42,76 e o Brent, teve ganhos de 0,66%, cotado a US$ 45,58.

Novos dados nos Estados Unidos

Hoje (02), será divulgado um dos principais dados antecedentes do Relatório do Payroll será divulgado pela ADM Systems. A empresa que gera as folhas de pagamento das companhias privadas nos Estados Unidos, publicará a variação do emprego para essa categoria, a evidenciar, parcialmente, o desempenho do mercado de trabalho do país.

Após aumento de 167 mil postos de trabalho, abaixo do esperado pelo mercado para o mês de agosto, os agentes esperam melhora mais efetiva, com criação de 950 mil novos postos.

A melhora nas projeções se deve a melhora nos indicadores de atividade econômica, uma vez que economia mais aquecida, gera diminuição no desemprego, por intermédio do aumento da demanda por mão de obra.

Um dos indicadores que endossam as perspectivas na melhora da economia, é o Indicador de Encomendas à indústria, publicado pelo Census Bureau.

O indicador, superou as expectativas em junho, alcançando elevação de 6,2%, mostrando o quanto as fábricas americanas estão a fazer encomendas por bens duráveis e não duráveis.

Haja vista a forte elevação por bens duráveis, alcançando resultados de 11,2% em julho, o mercado espera elevação de 6% para julho.

A EIA (Energy Information Administration), publicará os estoques de petróleo bruto produzidos nos Estados Unidos.

Mesmo com o aumento na produção em alguns países conforme foi divulgado pelo relatório da OPEP de segunda-feira (31), as incertezas quanto à demanda, faz com que o mercado ainda considere queda na produção da commodity nos Estados Unidos.

Assim, o mercado espera mais uma queda nos estoques de petróleo bruto, em 1,887 milhões de barris, ante queda de 4,689 milhões na semana imediatamente anterior.

Ainda, importantes formuladores de política farão discursos em relação ao suas perspectivas econômicas para os Estados Unidos e o mundo.

Por parte do FED, Mester continuará com os discursos dos membros do FOMC ao longo da semana, o que pode trazer confirmação do comportamento dovish da instituição.

Por parte do Tesouro, o secretário assistente, Kashkari, fará o pronunciamento representando a instituição. Possivelmente, o economista dirá os rumos das próximas medidas de estímulos fiscais para a economia americana.

Por fim, o Livro Bege, será publicado. O documento mostra os pareceres do FED em relação à economia americana por parte da autoridade monetária.

Europa: Vendas no Varejo e Preços ao Produtor

Após um dia de agenda econômica cheia no velho continente, hoje (02), a quantidade de indicadores será mais enxuta. Na Alemanha, a agência Destatis, publicará o indicador de vendas no varejo, indicando de forma indireta o avanço do consumo na economia alemã durante o mês de agosto.

Apesar de leve melhora no mês, com o indicador tendo perspectiva de elevação de 0,5%, ante -1,6% registrado para junho, ao ano, o varejo tende a acelerar 3,0%, ante 5,9% no mês imediatamente anterior.

Como os temores em relação ao retorno do covid-19 na Europa começaram a se elevar em julho, há a possibilidade que os dados ainda não se recuperem totalmente.

Por outro lado, com o desemprego controlado no país, há espaço para melhora significativa.

Para a Zona do Euro, a Eurostat, fará a publicação do indicador de preços ao produtor.

Haja vista o perigo deflacionário para a região, conforme ficou evidenciado para nos dados do IPC de ontem (01), a inflação ao produtor também deve ficar pressionada, pois sem aumento na demanda agregada, com a queda no consumo e investimento em alguns países, há impacto negativo sobre a oferta, fazendo com que não haja necessidade de variação dos estoques.

Assim, o mercado espera que os preços ao produtor, em julho, saiam de 0,7% para 0,5%. Ao ano, a perspectiva é de deflação de 3,4%. 

Brasil: IPP e IPC-FIPE

Indicadores de preços serão o foco no Brasil, sob a perspectiva do produtor e dos consumidores paulistas. Começando pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado e calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há perspectiva de elevação dos preços.

Após o IGP-M subir com influência considerável na elevação do IPA (índice de preços ao atacado), o indicador pode ter elevação, principalmente no que diz respeito ao aumento nos preços de produtos agropecuários e de matérias primas brutas.

A Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (FIPE), fará a publicação do índice de preços ao consumidor.

O indicador, por considerar a maior cidade do país, é mais um importante indicador que antecede os números do indicador oficial de inflação, o IPCA.

O mercado espera avanço no indicador para o mês de agosto, alcançando 0,33%, ante 0,25 em julho.

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