Ontem (14), os mercados fecharam a sessão com resultados mistos. A Europa finalizou o dia no vermelho, diferente do Brasil e dos Estados Unidos onde as bolsas obtiveram recuperação.
Apesar dos pedidos iniciais por seguro-desemprego apresentarem dados ruim, além de uma expectativa mais vagarosa de retomada da economia americana, os investidores aumentaram o apetite pelo risco. Assim, fazendo com que as bolsas americanas fechassem o dia em alta, além da Agência Internacional de Energia informar que a demanda por petróleo teria retração abaixo do esperado.
Assim, o Dow Jones teve elevação de 1,62%, liderando os avanços dos mercados americanos. O S&P 500 subiu 1,18% e a Nasdaq se elevou em 0,91%. O VIX teve retração forte de 8,16%, alcançando 32,40 pontos.
O Brasil, apesar da volatilidade, os ares de menores conflitos e maior aproximação entre o presidente Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia, fizeram os agentes se animarem com a bolsa brasileira. Todavia, ainda há expectativas adversas em relação ao vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, que pode aprofundar a crise política.
Assim, o principal índice da B3 teve alta de 1,59%, fechando a sessão em 79.010 pontos.
O dólar, mediante as intervenções do Bacen e aumento da demanda dos agentes por ativos de risco brasileiros, teve retração de 1,37%, fechando o dia cotado a R$ 5,81.
Na Europa, além dos dados negativos sobre o mercado de trabalho americano, o vice-presidente do BCE, Luís de Guidos, trouxe perspectivas negativas da economia europeia.
A autoridade monetária, segundo Guidos, afirmou que a Zona do Euro terá retração a níveis não observáveis desde o fim da Segunda Guerra Mundial. As contas públicas também sofrerão fortemente, segundo o vice-presidente o déficit público será um legado da crise, podendo ficar 8,5%.
Assim, os mercados europeus tiveram quedas lideradas por Londres (-2,18%). Frankfurt teve retração de 1,95% e Milão teve perdas de 1,84%. Paris e Madrid caíram 1,65% e 1,29% respectivamente.
O petróleo alcançou altas mediante ao anúncio da Agência Internacional de Energia informar que a demanda pela commodity, apesar de diminuir, terá queda menor que a esperada.
Barril Brent teve elevação de 6,65%, alcançar US$ 31,13. A referência do petróleo WTI teve elevação de 8,57%, a fechar a sessão cotado à US$ 27,88,
Hoje (15), é um dia de agenda cheia nos Estados Unidos com dados de conjuntura econômica importantes, para que as agentes possam construir cenários para a tomada decisão, no que diz respeito à economia mundial.
Começando pelo setor varejista, a evidenciar o nível do consumo dos americanos, o Bureau of Economic Statistics divulgará o quanto as vendas no varejo crescerão.
Ainda impactada pelos efeitos da crise, os resultados de abril segundo as expectativas dos agentes, é de aprofundamento da retração no setor, com queda de 8,6% na perspectiva mensal em abril, contra a retração de 4,2% em março e, na perspectiva mensal, os especialistas de mercado espera queda de 12%, saindo de 8,4% em março.
No setor industrial, os indicadores antecedentes como o PMI, mostram que a perdas na produção americana devem se intensificar.
Assim, o índice Empire State de Atividade Industrial divulgado pelo FED de Nova York, tem expectativa de forte queda de 63,5 pontos para maio, contra retração de 78,2 em março.
O Federal Reserva System publicará o índice de produção industrial e de vendas da indústria para o mês de abril.
Seguindo a mesma lógica dos indicadores anteriores, as vendas da indústria possuem perspectivas de queda de 11,5% para o mês de abril, aprofundando as perdas do mês de maio em 5,4%.
Quanto às vendas da indústria, indo na mesma linha das vendas no varejo, uma vez que os agentes que demandam produtos industriais, seja como insumo ou bem final, acabam por cair. Assim o mercado espera, também aprofundamento da recessão na indústria, com queda esperada de 13,0% no mês de abril.
Quanto a confiança, os agentes esperam leve melhora, com o indicador saindo de 70,1 pontos em abril para 71,8 em maio. Isso se deve às expectativa dos agentes em relação à reabertura da economia, apesar dos anúncios de Jerome Powell.
No que diz respeito ao fato da percepção dos consumidores, a expectativa dos agentes já tendem à piorar, saindo de 71,8 pontos em abril, para 68 em maio. O mercado de trabalho também terá dados, informados pelo Departamento do Trabalho.
Tendo em vista os relatórios do payroll e os números semanais de pedidos iniciais por seguro-desemprego, os números da oferta de empregos, possivelmente, sofrerão retração, tal qual vem a ocorrer nas observações anteriores.
Continuando os dados voltados ao mercado de petróleo da semana, empresa Baker Hughes divulgará a contagem de sondas em operação nos Estados Unidos.
Acompanhando os dados de estoque de petróleo e os anúncios de cortes voluntários na produção por parte de membros da OPEP e dos EUA, podem levar a uma diminuição das sondas operantes nos EUA.
A agência Destats divulgará os dados referentes ao Índice de Preços ao Produtor da Alemanha para o mês de abril.
Apesar do IPC (índice de preços ao consumidor) divulgado ontem, terem resultados acima do esperado, o mercado espera que o IPP (índice de preços ao produtor) de abril tenha aprofundamento da retração com queda de 1,8% na perspectiva anual perdas de 0,6% análise mensal.
A queda nas perspectivas dos agentes quanto ao indicador, se deve as incertezas do retorno da economia. Como a indústria tende a levar tempo para se recuperar, é normal que espere-se queda no indicador.
A agência também divulgará os dados do PIB, tendo em vista todos os efeitos das medidas contenção do avanço do covid-19 e todos os resultados negativas dos indicadores antecedentes, os agentes esperam retração no PIB germânico.
O PIB anual do primeiro trimestre pode cair 1,3% segundo o mercado. No trimestre, a queda pode ser mais forte, em 2,2%, mediante a estagnação evidente no trimestre anterior (0,0%).
Para a Zona do Euro, a agência Eurostat divulgará o PIB do bloco econômico. Com base nos dados antecedentes, com as expectativas de grandes players e de instituições supranacionais como o FMI, Banco Mundial e BCE, os agentes esperam nova retração da economia Europeia.
A queda no consumo, no investimento e a queda no fluxo internacional de bens e serviços faz com que o crescimento econômico global caia, tal como nos EUA e no Reino Unido, dois dos três meses do primeiro trimestre do ano.
Assim, os agentes esperam retração de 3,3% do PIB no primeiro trimestre na perspectiva anual e queda de 3,8% na análise trimestral.
O Banco Central do Brasil, divulgará o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) sendo ele um dos mais importantes indicadores antecedentes do PIB nacional.
As expectativas para o indicador não são nada positivas. O avanço do covid-19 no Brasil e o aumento das medidas restritivas em todo país, gerando diminuição dos postos de trabalho. O aumento do desemprego gera forte queda no consumo e, como o governo possui grandes restrições fiscais para observar o número de pessoas desempregadas o efeito é ampliado, quando comparado com países desenvolvidos.
A queda na demanda advinda da retração no consumo também diminui a produção industrial, gerando perda no investimento. Tendo em vista o cenário adverso, os agentes esperam que o IBC-Br tenha retração de, em média, 6,10%.