Ontem (27), os mercados fecharam o pregão sem direção única, mediante à incerteza entre os agentes quanto ao acordo entre Estados Unidos e China. Na Europa, os investidores aproveitaram a cautela para realizar o lucro do dia anterior. No Brasil, os receios em relação ao fiscal e aos novos programas apresentados pelo governo.
Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam sem direção única, a despeito de uma possibilidade de acordo entre Pequim e Washington, no que diz respeito ao acordo bilateral entre os dois países.
O mercado considera que o acordo não é suficiente para gerar estabilidade entre as duas potências, evidenciando certa cautela e aguardando a conferência anual entre os banqueiros centrais do país e o discurso de Jerome Powell.
O Dow Jones, teve queda de 0,21%. O S&P 500, teve elevação de 0,36% e a Nasdaq, ganhou 0,76%.
Na Europa, os principais índices de ações fecharam em queda. O pronunciamento de Jorome Powell no início do evento organizado pelo FED de Kansas não foi capaz de empolgar os mercados do velho mundo, uma vez que permanecem os temores em relação à retomada da atividade econômica.
Lane, o economista chefe do BCE (Banco Central Europeu) também fez seu discurso, muito alinhado com os argumentos do chair da autoridade econômica americana.
Ainda, segundo os gestores de fundos ouvidos por uma pesquisa feita pela Reuters mostrou que há expectativa de que as ações europeias, sob a perspectivas dos pesquisados, não terá grandes up sides até o fim do ano.
Milão, teve desvalorização de 1,44%. Londres e Frankfurt tiveram perdas próximas de 0,75% e 0,71% respectivamente. Paris, caiu 0,64% e Madri fechou com baixa de 0,45%.
No Brasil, o risco fiscal assombrou o os investidores, com a proposta do Renda Brasil apresentada pelo Ministério da Economia chefiado por Paulo Guedes foi rejeitado por Jair Bolsonaro.
A atitude do presidente gerou mais ruído na relação entre o presidente e o ministro, amentando os temores quanto ao risco fiscal do país.
Todavia, ao fim do pregão, o mercado subiu junto com Nova York, com os agentes nos Estados Unidos confiantes em relação à possível mudança de postura do FED, reduzindo as quedas.
O Ibovespa, fechou com queda de 0,0037%, a 100.623,64 pontos. O dólar, apesar do risco fiscal, encerrou a tarde com retração de 0,66% a R$ 5,58.
O petróleo, teve mais um pregão em queda mediante às incertezas quanto à retomada econômica nos Estados Unidos e no restante do mundo e com o furacão Laura perdendo força.
O petróleo Brent teve queda de 1,21%, a US$ 45,09 e o WTI, caiu 0,81% cotado a US$ 43,04.
Novos dados nos Estados Unidos
Em mais um dia de agenda cheia nos Estados Unidos, os agentes ficarão de olho nos dados voltados à inflação e mais informações quanto à atividade econômica e na continuação do Simpósio de Jackson Hole.
Começando pelos dados de inflação, o Bureau of Economic Analysis divulgará o PCE (Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal), tal como o seu núcleo, isto é, excluindo alimentação e energia.
Apesar do anúncio de Jerome Powell ao início do Simpósio de Jackson Hole com as maiores autoridades no assunto de política monetária do mundo, o chair do FED informou que tem perspectiva de inflação abaixo dos 2% por algum tempo. Todavia, a melhora em alguns indicadores econômicos, faz com que os agentes esperem leve elevação nos preços relacionados ao consumo pessoal.
O núcleo do PCE de julho, tem expectativa de elevação de 0,5% ante 0,2% de junho. Anualmente, o indicador pode acelerar 1,2%, ante 0,9% no mês anterior.
O PCE com todos os bens, tem perspectiva de leve queda no mês, saindo de 0,4% para 0,1%. No ano, o indicador pode subir um pouco, atingindo 1,2%.
Todavia, ainda por de acordo com dados divulgados pela mesma instituição, a renda e os gastos pessoais devem apresentar resultados mais baixos em relação a junho.
Tais dados estão relacionados ao receio do retorno da segunda onda de covid-19 no país e os níveis elevados de americanos fora do mercado de trabalho, conforme os pedidos iniciais por seguro-desemprego vêm mostrando.
A Renda Pessoal no mês de julho tem perspectiva de retração de -0,2% em julho, ante queda de -1,1%.
Os gastos com consumo, um importante indicador sobre uma das mais importantes variáveis que impulsionam a atividade econômica dos Estados Unidos, tende a ter alta de 1,5%, ante os 5,6% de junho.
A ISM Chicago Inc. Publicará os dados da atividade manufatureira para a região de Chicago.
Revelando a demanda e as expectativas dos gerentes de compras das empresas de Chicago, o indicador se mostra importante como uma prévia da atividade de outras localidades do país.
Em agosto, o mercado tem expectativa de 52 pontos contra 51,9, em julho, com fraca elevação.
A exemplo de Chicago, Michigan também terá indicadores cautelosos, mas relacionados à percepção e expectativa de consumo para o mês de agosto.
A confiança do consumidor, tem expectativa de 66,5 pontos para o mês de referência, contra 65,9 de julho.
A percepção do consumidor tem expectativa de crescimento ainda mais conservadora, saindo de 72,5 pontos para 72,8.
Por fim, a Empresa Baker Hughes publicará a contagem de sondas em funcionamento em solo americano.
Conforme os dados da API e da EIA, há tendência de queda ao longo da semana, mediante a passagem do Furacão Laura no Golfo do México.
Europa: Dados da Zona do Euro, Alemanha e França
Começando pela Alemanha, a agência Destatis publicará a variação dos preços de bens importados.
O indicador mostra, de forma indireta, a demanda por bens importados do país, mostrando o quanto a renda do país está voltando ao normal uma vez que as importações têm relação positiva com a renda interna.
Devido aos temores relacionados ao ressurgimento de números elevados o mês de julho têm perspectiva de aceleração de apenas 0,2%, ante 0,6% em junho.
Ao ano, há melhora, mas os dados ainda são ruins, saindo de retração de 5,1% para 4,7%.
Ainda na Alemanha, o instituto GfK publicará os dados de clima do consumidor, já olhando para o mês de setembro.
Para o próximo mês, o mercado espera que os consumidores tenham expectativas positivas para o próximo mês.
Os números esperados pelo mercado é de -0,3 pontos em agosto para 1,2 em setembro.
Outro país importante, a França, que divulgará os dados econômicos relevantes como o PIB e o gasto dos consumidores.
Começando pelo PIB do segundo trimestre, divulgado pelo INSEE (Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos), também tem perspectivas de queda.
Apesar do diretor do Banco Central do país, François Villeroy de Galhau informar que suas expectativas para o retorno da economia francesa ser melhor que o esperado, o mercado espera retração de 13,8% no segundo trimestre.
Quanto ao consumo, devido ao retorno do covid-19 no país após as medidas de reabertura, há perspectiva de elevação menor que a registrada em junho, saindo de 9,0% para o 2,0%, em julho.
Tais números também evidenciam que a inflação do país pode apresentar números aquém do esperado, haja vista à fraqueza da demanda.
Por fim, para a Zona do Euro, há a divulgação de dados de confiança para empresas e consumidores em relação ao mês de agosto.
Devido aos temores da retomada do covid-19 em alguns países, os agentes se mostram receosos em relação aos indicadores que serão publicados pela Eurostat.
O índice de confiança que engloba empresas e consumidores e o de serviços, têm perspectiva de melhora, alcançando 85 pontos, ante 82,3 e de -26,1 em julho para -24,1 respectivamente.
Quanto ao indicador de confiança do consumidor, o mercado espera que ele fique inalterado em -14,7 pontos.
A confiança dos agentes em relação à indústria, também deve subir, saindo de -16,2 pontos para -14,3.
Desemprego no Brasil
No Brasil, o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) publicará os dados referentes ao mercado de trabalho.
Após os números do trabalho informal terem dados positivos, o instituto publicará o relatório que abarca os trabalhadores informais.
Como a economia brasileira possui u nível elevado de informalização, o indicador de hoje será muito mais próximo da realidade, entregando um panorama mais realista em relação aos efeitos da crise no emprego.
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