Confira quais são as ações mais voláteis do Ibovespa!

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O ano de 2020 vem sendo marcado por muita volatilidade nos mercados internacionais. O choque ocasionado pela pandemia do coronavírus, eventos relacionados aos preços nos mercados de petróleo, desavenças no campo geopolítico e as eleições americanas, geraram muita variação nas expectativas dos agentes, dificultando a previsibilidade dos movimentos de mercado.

Com dificuldade em definir suas projeções, o mercado acaba mudando com velocidade sua posição nos ativos. Principalmente nos de risco como o de ações, fazendo com que a volatilidade seja maior. Um dos indicadores que podem medir o aumento do nível de incerteza é o VIX. Ele mede o preço das opções, cujo ativo adjacente são as ações que compõe o S&P 500, de modo que consegue captar as expectativas dos agentes.

Apesar do indicador ser baseado em ações americanas, ele é uma medida importante para compreender a incerteza dos investidores em todo mundo. Pois os mercados globais tendem a seguir o movimento do mercado americano. Salvo as exceções em que eventos internos superam os movimentos externos.

Desempenho do VIX ao longo do ano:

As ações mais voláteis do Ibovespa

Pelo gráfico, é possível observar que os picos do índice estão relacionados aos eventos geradores de volatilidade (risco). No entanto, no Começo do ano entre março e junho, houve o impacto da primeira onda de infecção de coronavírus. Em junho, o mercado passou pelas desavenças entre russos e sauditas no que diz respeito aos preços do petróleo. Entre setembro e outubro, a segunda onda da COVID-19, juntamente com às imprevisibilidades em relação aos pacotes de estímulos nos Estados Unidos e eleições americanas, também afetaram os mercados globais.

Apesar da volatilidade exigir cautela por parte dos investidores, não necessariamente significa perdas. Há muitas oportunidades de ganho que podem ocorrer em cenários arriscados. Além disso, uma das formas de balancear o risco, é montar uma carteira equilibrada de modo que o retorno compense o risco, o qual os agentes estão correndo.

No Brasil:

No caso brasileiro, não é diferente. Levando em consideração que o Brasil é um país emergente, as saídas e entradas de capital são mais frequentes. Quando há aumento do risco percebido internacionalmente, os investidores globais saem dos ativos que apresentam maior risco, como pode ser visto no texto de nosso blog Saiba como funciona a rotação de mercado em tempos de pandemia”, que países como o Brasil apresentam maior prêmio de risco, logo é exigido uma rentabilidade maior para que os investidores aloquem em ativos do país, devido às características estruturais da economia.

A volatilidade medida pelo desvio padrão do Ibovespa entre janeiro e outubro, quando comparada com a de mercados mais desenvolvidos, é mais alta. No entanto, quando comparamos com países subdesenvolvidos com a situação mais sensível, como é o caso da Argentina, a volatilidade no período tende a ser ainda maior:

As ações mais voláteis do Ibovespa

Volatilidade do Ibovespa

Dentro do período, a volatilidade do Ibovespa foi uma das maiores da história, perdendo apenas para a crise financeira de 2008, que foi de 52,4%, quando houve quebra no sistema financeiro americano, contaminando todos os mercados no mundo. Dessa forma, o risco registrado em 2020 supera outros períodos críticos como em 2016 quando houve o impeachment da presidente Dilma Rousseff, por conta de irregularidades na condução da política fiscal, ampliando o risco percebido em relação ao país.

Além dos problemas externos, o Brasil também possui suas incertezas. Os ruídos políticos, o aumento dos gastos públicos para sustentar a demanda agregada durante à pandemia, gerou alta da percepção de risco quanto aos investimentos no país, elevando a taxa de juros mais líquida de longo prazo, ao longo do período, que voltou a subir a partir do mês de agosto.

As ações mais voláteis do Ibovespa

Além disso, o risco percebido em relação ao país pode ser evidenciado pela taxa de juros com vencimento em 2027. Essa taxa inclui os riscos inerentes à taxa de câmbio, risco fiscal e taxa Selic.

Ativos:

Então, levando em conta os ativos que mais tiveram volatilidade no país, se destacam aqueles que tiveram maior sensibilidade ao longo do período, como é o caso de companhias ligadas ao setor de viagens e transporte aéreo, petróleo e, no caso de IRB, problemas internos.

O avanço da pandemia e, por consequência aumento das políticas de restrição de atividade sociais, afetaram fortemente, o setor. No entanto, a cada notícia de vacina, os agentes viam oportunidades de lucros nos setores. No caso de Petrorio, a queda nos preços do petróleo ocasionado pela queda na demanda do petróleo e a batalha de preços entre os sauditas e russos, afetaram fortemente a companhia, se destacando por em relação a outras companhias que estão ligadas à commodity por ter um portifólio menos diversificado.

Abaixo, segue uma tabela com as ações que apresentaram maior volatilidade entre janeiro e novembro:

Índice Sharpe (risco e retorno):

Todavia, vale lembrar que volatilidade não significa que o ativo não gere ganhos consideráveis. Observando o Índice Sharpe que equaciona a quantidade de retorno que o ativo entrega dado cada unidade adicional de risco. Alguns ativos que tiveram forte volatilidade, inclusive acima do Ibovespa, mas com os maiores Sharpe:

Apesar da volatilidade de Via Varejo (VVAR3) ser elevada, performando como a sexta empresa com maior volatilidade, com 99% de volatidade, ela é uma das que mais compensam o risco retorno, dado seu índice de Sharpe.

Mas na prática, o que isso significa? O índice Sharpe, desenvolvido por Willian Sharpe é amplamente utilizado por acadêmicos e profissionais do mercado financeiro, como ferramenta usada na tomada de decisão para a aplicação em investimentos. O mercado associa o risco e o retorno do ativo, para analisar se o risco que está sendo tomado compensa o retorno que será devolvido para o agente.

Isso fica mais simples de observar olhando para fórmula que é bem simples:

Onde: Ri é o retorno do ativo ou carteira de investimentos; Rf é a taxa livre de risco, isto é, o ativo que não tem risco como a taxa Di; é o desvio padrão anualizado, em outras palavras, é o volatilidade anualizada do ativo ou carteira de investimento.

De acordo com a moderna teoria de carteira, desenvolvida por Markowitz, conforme é possível ver no texto “Entenda o CAPM”, a diversificação contribui para a pulverização das incertezas de cada setor, uma vez que a correlação entre cada ativo seja baixa entre cada um dos ativos.

Carteira recomendada e construção do índice:

O investidor pode diversificar seu risco aplicando em fundos de investimentos e ou em carteiras recomendadas de profissionais do mercado financeiro. Os analistas e gestores de fundos buscam estratégias visando a melhor relação risco versus retorno para seus clientes, aplicando em ativos de diferentes setores e níveis de risco. Vale lembrar que as estratégias dos analistas não são iguais, alguns possuem estratégias mais arriscadas, o que pode elevar exposição ao risco.

Na Nova Futura, o objetivo é sempre entregar alfa para o investidor, isto é, superar o Ibovespa. No entanto, risco é sempre levado em consideração de modo que os ativos escolhidos para entrar na carteira são geralmente de sólidas e com grande liquidez.

Assim, uma forma do investidor calcular o Índice Sharpe, é pelo Microsoft Excel. A Revista Exame, disponibiliza a rentabilidade mensal de 20 corretoras, e com isso, é possível ter a rentabilidade anual e o desvio padrão da carteira desejada.

Exemplo Nova Futura:

  • No Excel, a taxa poderá ser calculada da seguinte forma:

Taxa percentual acumulada = [(1+ rentabilidade do mês 1/100) x (1+rentabilidade do mês 2/100) x … x (1+ rentabilidade do mês 12/ (100) -1] *100

Como o número já estava formatado em percentual, não é necessário dividir e multiplicar com 100, de modo que fique = [(1+ rentabilidade 1 em %) *(1+ rentabilidade 2 em %) * … * (1+ rentabilidade 12 em %)] -1

  • Posteriormente, basta calcular o desvio padrão, pela forma de Excel =+DESVPAD.A. No nosso caso, utilizaremos =+DESVPAD.A (R2:R11). O número será de 13,3%.
  • Em seguida, basta anualizar =+(12) ^ (1/2) *A54; levando em conta que a célula que o desvio padrão está é a A54; o resultado será de 46,1%.
  • Feito isto, basta utilizar o risk free, o CDI durante 2020:

O cálculo é o mesmo que o utilizado para a rentabilidade acumulada da carteira recomendada.

Então, aplicando na fórmula do Índice Sharpe, o resultado será 0,1176 ou 11,76%, isto é, para cada unidade percentual de risco, é devolvido 11,76% de retorno.

Desempenho da Carteira Recomenda da Nova Futura em relação ao Índice Sharpe, de acordo com o ranking da Revista Exame:

Em conclusão, para acompanhar as estratégias da Nova Futura e ter acesso às análises referentes aos mercados globais, assista aos nossos call’s de abertura e fechamento no canal do YouTube da Nova Futura.

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Autor: Matheus Jaconeli

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